Pâmela

Pâmela Gasparetto 

Pâmela é um dos nomes daquele seleto rol de nomes inventados que deram certo. Foi criado no final do século XVI pelo poeta Sir Philip Sidney, para uso em seu poema “Arcadia”. Ele possivelmente pretendia que significasse “toda a doçura”, a partir dos elementos gregos παν (pan) "todos" e μελι (meli) "mel". 

Mais tarde, foi empregado também pelo autor Samuel Richardson para a heroína de seu romance, publicado em 1740, e então passou a ser usado como nome próprio. Ele não se tornou popular até o século XX;

Chega a ser estranho pensar que este nome, hoje tão comum e aceito socialmente, foi inventado nos anos 1500. Como variantes, podemos citar Pamela, Pamelia, Pamella, Pamila. O diminutivo mais comum é Pam. Uma das portadoras mais famosas é Pamela Denise Anderson, atriz e modelo canadense, naturalizada americana. Conhecida pela série Baywatch, ganhou projecção com séries e filmes.

É muito triste o fato de não termos uma lista de registros de todo o Brasil. Enquanto isso, lamentavelmente temos que nos contentar apenas com São Paulo, onde a Arpen/SP disponibiliza listas com o número de registros de cada nome. Em 2014, foram 41 registros de Pâmela e 126 registros de Pamela, sem acento. Ainda estão contabilizados 33 registros de Pamella, com a letra L dupla, e 11 Pâmella, com acento e L duplo. Há certa tendência em subtrair os acentos dos nomes, acredito eu, pela questão da internacionalidade (em outras línguas, não temos esse tipo de acentuação).

Pessoalmente, considero Pâmela um nome adorável, delicado e feminino. Ele sustenta uma certa classe, e se o inventor dele pretendia que significasse “toda a doçura”, deu certo, pois a impressão que ele passa é de ser um nome extremamente doce. Aliás, Pâmela é um pico de glicemia de tanta doçura. Além disso, pode ser considerado bastante “urbano”, moderno, ligado às metrópoles, a vida nas cidades, por isso tem um desenvoltura sofisticada.

É difícil imaginar uma pessoa interiorana chamada Pâmela. É um nome para pessoas que nasceram para multidões. E de brinde, é um nome que vem com ótimas associações literárias, o que sempre é um ponto positivo. É um pouco datado, pois teve seu tempo de popularidade no passado, mas isso não quer dizer que seja intrinsecamente ruim, apenas foi deixado hibernando por um tempo até poder retornar. 

Acredito que hoje em dia, nessa geração que está nascendo, trata-se de um nome raro e interessante. Uma boa alternativa para quem quer fugir das modinhas atuais e mesmo assim dar um nome conhecido das pessoas e que não gere estranhamento. 

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