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Rudá é um interessante nome ligado à cultura indígena brasileira,
segundo a Wikipédia. Na mitologia tupi guarani, Rudá é o deus do amor. De acordo com a maioria das versões da
lenda, Rudá vive nas nuvens e sua
função é despertar o amor – assim como Eros na mitologia grega ou Cupido na
mitologia romana.
As índias cantam canções para esse deus, em busca de maridos.
É uma das três grandes divindades tupis, junto com Guaraci e Jaci. Rudá é responsável pela Lua Cheia
(Cairê) e pela Lua Nova (Catiti).
No romance de Mário de Andrade,
Macunaíma, o personagem homônimo cita Rudá
em uma passagem do livro:
“Rudá,
Rudá!... Tu que secas as chuvas, Faz
com que os ventos do oceano Desembestem por minha terra Pra que as nuvens
vão-se embora E a minha marvada brilhe Limpinha e firme no céu!. . . Faz com
que amansem Todas as águas dos rios Pra que eu me banhando neles Possa brincar
com a marvada Refletida no espelho das águas!...
(...) Rudá!
Rudá! Tu que estás no céu E mandas
nas chuvas. Rudá! faz com que minha
amada Por mais companheiros que arranje Ache que todos são frouxos! Assopra
nessa marvada Sodades do seu marvado! Faz com que ela se lembre de mim amanhã
Quando a Sol for-se embora no poente! (...)”
Não sabemos ao certo seu significado,
mas é provável que seja algo como “deus do amor” ou “divindade do amor”, pela
sua ligação mitológica. É um nome masculino forte e com uma personalidade
demarcada, já que reflete o mais sublime dos sentimentos – o amor – e ainda,
reflete a importância da preservação cultural do país, uma vez que nomes indígenas
são símbolos da identidade brasileira.
Uma das maiores referências do
nome Rudá é o cineasta brasileiro Rudá Andrade, cujo nome completo é Rudá Poronominare Galvão de Andrade,
filho de Patrícia Galvão – mais conhecida como Pagu – e Oswald de Andrade. Rudá Andrade é um dos líderes na
implementação do movimento modernista no Brasil.
Quando Pagu e Oswald de Andrade
escolheram o nome do filho Rudá, de
acordo com o site Dicionário de Nomes Próprios, levaram em conta o espirito antropofágico
presente naquele momento, que pretendia reafirmar a identidade cultural
brasileira, em oposição aos movimentos homogeneizadores da cultura, típicos da política
populista/ nacionalista. No caso de Rudá
Andrade, enquanto o primeiro é o deus do amor, Poronominare é um deus cuja
principal característica é a malícia.
Se formos consultar o Google Tradutor,
no entanto, descobriremos que Rudá
(ou Ruda, não pudemos tornar esse detalhe preciso) significa “vermelho” na língua
tcheca.
Rudá é o nome de 468
pessoas no Brasil, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), um número bem
pequeno em comparação à outros nomes indígenas mais usuais. A maioria deles nasceu
no Distrito Federal, e a maior parte dos nascimentos ocorreram nos anos 80 e
90. Pela ousadia, é um nome que pode causar um pouco de estranhamento. A grafia
Rudah também conta com 79 pessoas.
Já em termos mais recentes, podemos constatar que apenas 4
meninos receberam o nome de Rudá no
estado de São Paulo no ano de 2015, segundo a lista da Arpen/SP.
Referências:
Rudá Ricci,
cientista político, mestre e doutor na área, além de Diretor-Geral do Instituto
Cultiva em Minas Gerais.
Rudá Franco é um
jogador brasileiro de polo aquático.
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