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Uiara é um nome feminino indígena, uma variante do nome mitológico Iara
ou Yara, que significa mãe d’água, senhora d’água. Segundo o folclore
brasileiro, é uma linda sereia que vive no rio Amazonas, sua pele é parda, possui
cabelos longos e verdes, e olhos castanhos. Conforme o site CBHSF:
Uma sereia de imensa beleza que canta à luz
da lua cheia, assim a lenda descreve Uiara, a deusa do rio São Francisco.
Pescadores e índios cariris, além de outros
moradores locais, prestavam suas homenagens ofertando presentes a Mãe D’água,
que com seus longos cabelos parecia agradecer a todos que deixavam presentes
para ela.
Quando os tambores, ou torés, rufavam a meia
noite o negro d’água aparecia, levava as oferendas para Uiara limpando as águas
do Velho Chico num clarão prateado e o momento se fazia mágico.
Também é o nome popular do
boto-cor-de-rosa na Amazônia, cujo nome cientifico é Inia geoffrensis, um
golfinho de água doce.
Lendas são histórias contadas de
geração para geração verbalmente, e, comumente, sofrem variações. Em uma delas,
cronistas dos séculos XVI e XVII registraram que, no princípio, o personagem
era masculino e chamava-se Ipupiara, homem-peixe que devorava pescadores e os
levava para o fundo do rio.
No século XVIII, Ipupiara vira a
sedutora sereia Uiara ou Iara.
Pescadores de toda parte do Brasil, de água doce ou salgada, contam histórias
de moços que cederam aos encantos da bela Iara e terminaram afogados de paixão.
Ela deixa sua casa no leito das águas no fim da tarde. Surge sedutora à flor
das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores
vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas.
O poeta Olavo Bilac compôs o
poema A Iara em que descreve a
sereia:
Vive dentro de mim, como num rio,
Uma linda mulher, esquiva e rara,
Num borbulhar de argênteos flocos, Iara
De cabeleira de ouro e corpo frio.
Entre as infeias a namoro e espio:
E ela, do espelho móbil da onda clara,
Com os verdes olhos úmidos me encara,
E oferece-me o seio alvo e macio.
Precipito-me, no ímpeto de esposo,
Na desesperação da glória suma,
Para a estreitar, louco de orgulho e gozo...
Mas nos meus braços a ilusão se esfuma:
E a mãe-d’água, exalando um ai piedoso,
Desfaz-se em mortas pérolas de espuma.
No Brasil, há 1.712 pessoas
chamadas Uiara, segundo o IBGE
(Nomes no Brasil, Censo 2010), a maioria registrada nos anos 80 – desse total,
1.064 pessoas nasceram dentro dessa década - e com destaque para o estado da Bahia. A
versão Uyara tem 445 pessoas no
total. Na lista da Arpen/SP do ano de 2015, contabilizou-se apenas uma Uyara.
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