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Hécate é um nome feminino oriundo da Mitologia Grega, e pouquíssimo
usado na vida real. Em dados do IBGE e nas listas recentes de nascimentos, não
consta nenhuma Hécate. Ele origina-se
no grego 'Εκατη (Hekate), possivelmente derivado de' εκας (hekas) que significa
"longe". Na
mitologia grega, Hecate era uma deusa associada à feitiçaria, encruzilhadas,
túmulos, demônios e o submundo.
Isso explica em grande parte, por
que Hécate não é um nome usado em
pessoas, afinal, as pessoas morrem de medo de tudo que tenha a ver com
submundo, demônios, encruzilhadas, etc. mesmo dizendo que a mitologia grega era
uma lenda.
O culto à deusa possivelmente se
deu na Grécia micênica ou na Trácia, uma deusa das terras selvagens e dos
partos, era geralmente representada segurando duas tochas ou uma chave, e mais
tarde, na sua forma tripla.
Estava associada a encruzilhadas,
entradas, fogo, luz, a lua, magia, bruxaria, o conhecimento de ervas e plantas
venenosas, fantasmas, necromancia e feitiçaria. Na Anatólia, variações do nome Hécate são usadas para dar nome às
crianças, e como as crianças não recebem nomes de espectros, é possível que o
povo cariano da Anatólia referem-se à ela como uma deidade principal e não
associada à submundo e bruxaria, como Hécate
acabou associada em Atenas. Ela também aparece associada à deusa romana Trivia,
com a qual foi identificada em Roma.
Há quem diga que o nome Hécate tem relação com a deusa egípcia
do nascimento, Heket. Para os egípcios, o sapo era um símbolo de vida e
fertilidade, já que milhões deles nasciam após a inundação anual do Nilo, que
trazia fertilidade para as terras que de outra forma seriam áridas.
Consequentemente, na mitologia egípcia, começou a haver uma deusa-rã, que
representava a fertilidade, referida pelos egiptólogos como Heqet (também Heqat, Hekit, Heket etc.,
e mais raramente Hegit, Heget etc.), escrito
com o determinante sapo.
As representações mais antigas
mostram a deusa com apenas uma face, e não com a forma tripla, que obviamente
se refere a encruzilhada.
Mais informações sobre Hécate, do Blog Mitologia
Grega:
Hécate, também chamada de Perséia, era filha dos
titãs Astéria - a noite estrelada e Perses - o deus da luxúria e da destruição,
mas foi criada por Perséfone - a rainha dos infernos, onde ela vivia. Antes Hécate
morava no Olimpo, mas despertou a ira de sua mãe quando roubou-lhe um pote de
carmim. Ela fugiu para a terra e tornando-se impura foi levada às trevas para
ser purificada. Vivendo no Hades, ela passou a presidir as cerimônias e rituais
de purificação e expiação. Hécate em grego significa "a
distante".
Tinha características diferentes dos outros
deuses mas Zeus atribuiu-lhe prestígio. Após a vitória dos deuses olímpicos
contra os titãs, a titânomaquia, Zeus, Poseidon e Hades partilharam entre sí o
universo. A Zeus coube o céu e a terra, a Poseidon coube os oceanos e Hades
recebeu o mundo das trevas e dos mortos. Hécate manteve os seus domínios
sobre a terra, os céus, os mares e sobre o submundo, continuando a ser honrada
pelos deuses que a respeitavam e mantiveram seu poder sobre o mundo e o
submundo.
Ela é representada ora com três corpos ora
com um corpo e três cabeças, levando sobre a testa uma tiara com a crescente
lunar, uma ou duas tochas nas mãos e serpentes enroladas em seu pescoço. Suas
três faces simbolizam a virgem, a mãe e a velha senhora. Tendo o poder de olhar
para três direções ao mesmo tempo, ela podia ver o destino, o passado que
interferia no presente e que poderia prejudicar o futuro. As três faces
passaram a simbolizar seu poder sobre o mundo subterrâneo, ajudando à deusa
Perséfone a julgar os mortos.
Para os romanos era considerada Trívia - a deusa das encruzilhadas.
Associada ao cipreste, Hécate se fazia acompanhar de seus cães, lobos e
ovelhas negras. Por sua relação com os encantamentos, feitiços e a obscuridade,
os magos e bruxas da antiga Grécia lhe faziam oferendas com cães e cordeiros
negros no final de cada lua nova. Também combateu Hércules quando ele tentou
enfrentar Cérbero, o cão guardião do inferno com três cabeças que sempre lhe
acompanhava.
O tríplice poder de Hécate se estendia
do inferno, à terra e ao mar. Ela rondava a terra nas noites da lua nova e no
mar tinha seus casos de amor. Considerada uma divindade tripla: lunar, infernal
e marinha, os marinheiros consideravam-na sua deusa titular e pediam-lhe que
lhes assegurasse boas travessias. O próprio Zeus lhe deu o poder de conceder ou
negar qualquer desejo aos mortais e aos imortais. Foi Hécate quem ajudou
Deméter quando ela peregrinou pelo mundo em busca de sua filha Perséfone.
Quando Perséfone, a amada filha de Deméter
foi raptada por Hades - o senhor do submundo - quando colhia flores, sua mãe
perambulou em desespero por toda a Terra. Senhora dos cereais e alimento, a
grande mãe Deméter mortificada pela tristeza, privou todos os seres de
alimento. Nada nascia na terra e Hécate, sendo sábia e observando o que
acontecia, contou a Deméter o que havia sucedido a Perséfone.
Zeus decidiu interferir e ordenou que
Perséfone regressasse para junto de sua mãe, desde que não tivesse ingerido
nenhum alimento nos infernos. Porém, antes de retornar, Perséfone comeu algumas
sementes de romã, o fruto associado às travessias do espírito. Assim ele podia
passar duas partes do ano na superficie junto da Mãe, era quando a terra
florescia. Mas Perséfone devia retornar para junto de Hades uma parte, era
quando a terra cessava de florescer.
Hécate espalhava sua benevolência para os homens,
concedendo graças a quem as pedia. Dava prosperidade material, o dom da
eloquência na política, a vitória nas batalhas e nos jogos. Proporcionava peixe
abundante aos pescadores e fazia prosperar ou definhar o gado. Seus privilégios
se estendiam a todos os campos e era invocada como a deusa que nutria a
juventude, protetora das crianças, enfermeira e curandeira de jovens e
mulheres.
Acreditava-se que ela aparecia nas noites de
Lua Nova com sua horrível matilha diante dos viajantes que cruzavam as
estradas. Ela era considerada a deusa da magia e da noite em suas vertentes
mais terríveis e obscuras. Com seu poder de encantamento, também enviava os
terrores noturnos e espectros para atormentar os mortais. Frequentava as
encruzilhadas, os cemitérios e locais de crimes e orgias, tornando-se assim a
senhora dos ritos e da magia negra. Senhora dos portões entre o mundo dos
vivos e o mundo subterrâneo das sombras, Hécate é a condutora de almas e
as Lâmpades, ninfas do Subterrâneo, são suas companheiras.
Com Eetes, Hécate gerou a feiticeira
Circe - a deusa da noite que se tornou uma famosa feiticeira com imenso poder
da alquimía. Segundo a lenda, a filha de Hécate elaborava venenos,
poções mágicas e podia transformar os homens em animais. Vivendo em um palácio
cheio de artifícios na Ilha Ea ou Eana, no litoral da Italia, Circe se tornou a
deusa da Lua Nova ou Lua Negra, sendo relacionada à morte horrenda, à feitiçaria,
maldições, vinganças, sonhos precognitivos, magia negra e aos encantamentos que
ela preparava em seus grandes caldeirões.
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Descendente dos Titãs, Hécate não tem
um mito próprio e foi uma das divindades mais ignoradas da mitologia grega, mencionada
apenas em outros mitos, tal como o mito de Perséfone e Deméter. Hécate
é deusa dos caminhos e seu poder de olhar para três direções ao mesmo tempo
sugere que algo no passado pode interferir no presente e prejudicar planos
futuros.
A deusa grega nos lembra da importância da
mudança, ajudando-nos a libertar do passado, especialmente do que atrapalha
nosso crescimento e evolução, para aceitar as mudanças e transições. Às vezes
ela nos pede para deixar o que é familiar e seguro para viajarmos para os
lugares assustadores da alma. Novos
começos, seja espiritual ou mundano, nem sempre são fáceis mas Hécate
está lá para apoiar e mostrar o caminho.
Ela empresta sua clarividência para vermos o
que está profundamente esquecido ou até mesmo escondido de nós mesmos,
ajudando a encontrarmos e escolhermos um caminho na vida. Com suas tochas, ela
nos guia e pode nos levar a ver as coisas de forma diferente, inclusive
vermos a nós mesmos, ajudando-nos a encontrar uma maior compreensão de nós
mesmos e dos outros.
Hécate nos ensina a sermos justos e tolerantes com
aqueles que são diferentes e com aqueles que tem menos sorte, mas ela não
é demasiadamente vulnerável, pois Hecate dispensa justiça cega e de forma
igual. Apesar de seu nome significar "a distante", Hécate
está presente nos momentos de necessidade. Quando liberamos o passado e o que
nos é familiar, Hécate nos ajuda a encontrar um novo caminho
através de novos começos, apesar da confusão das ideias, da flutuação dos
nossos humores e às incertezas quando enfrentamos as inevitáveis mudanças de
vida.
A poderosa deusa possuia todos aspectos e
qualidades femininos, tendo sob seu controle as forças secretas da natureza. Considerada
a patrona das sacerdotisas, deusa das feiticeiras e senhora das encruzilhadas, Hécate
transita pelos três reinos, a todos conhece mas nenhum domina. Os três reinos
são posses de figuras masculinas, mas ela está além da posse ou do ego, ela é a
sábia, a anciã. A senhora do visível e do invisível, aguarda na encruzilhada e
observa: o passado, o presente e o futuro. Ela não se precipita, aguarda o
tempo que for preciso até uma direção ser tomada. Ela não escolhe a
direção, nós escolhemos. Ela oferece apenas a sua sabedoria e profunda visão,
acima das ilusões.
Os gregos sempre viam Hécate como uma
jovem donzela. Acompanhada frequentemente em suas viagens por uma coruja,
símbolo da sabedoria, a ela se atribuia a invenção da magia e da feitiçaria,
tendo sido incorporada à família das deusas feiticeiras. Dizia-se que
Medéia seria a sacerdotisa de Hécate. Ela praticava a bruxaria para
manipular comdestreza ervas mágicas, venenos e ainda para poder deter o curso
dos rios e comprovar as trajetórias da lua e das estrelas.
Como deusa dos encantamentos, acreditava-se
que Hécate vagava à noite pela Terra, sempre acompanhada por seu
espíritos e fantasmas. Suas lendas contam que ela passava pela Terra ao pôr do
Sol, para recolher os mortos daquele dia. Como feiticeira, não podia ser
vista e sua presença era anunciada apenas pelos latidos dos cães. Na verdade,
as imagens horrendas e chocantes são projeções dos medos inconscientes
masculinos perante os poderes da deusa, protetora da independência
feminina, defensora contra a violência e opressão das mulheres, regente dos
seus rituais de proteção, transformação e afirmação.
Em função dessas memórias de repressão e dos
medos impregnados no inconsciente coletivo, o contato com a deusa escura pode
ser atemorizador por acessar a programação negativa que associa escuridão com
mal, perigo, morte. Para resgatar as qualidades regeneradoras, fortalecedoras e
curadoras de Hécate precisamos reconhecer que as imagens distorcidas não
são reais nem verdadeiras. Elas foram incutidas pela proibição de mergulhar no
nosso inconsciente, descobrir e usar nosso verdadeiro poder.
Para receber seus dons visionários, criativos
ou proféticos, precisamos mergulhar nas profundezas do nosso mundo
interior, encarar o reflexo da deusa escura dentro de nós, honrando seu poder e
lhe entregando a guarda do nosso inconsciente. Ao reconhecermos e
integrarmos sua presença em nós, ela irá nos guiar. Porém, devemos sacrificar
ou deixar morrer o velho, encarar e superar medos e limitações. Somente assim poderemos
flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças
dolorosas e emergir para o novo.
A conexão com Hécate representa um
valioso meio para acessar a intuição e o conhecimento, aceitar a passagem
inexorável do tempo e transmutar nossos medos perante o envelhecimento e a
morte. Hécate nos ensina que o caminho que leva à visão sagrada e que
inspira a renovação passa pela escuridão, o desapego e transmutação. Ela detém
a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto da psique. Sua tocha
ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser
reconhecidos e transmutados. Ela nos conduz pela escuridão e nos revela o
caminho da renovação.
As Moiras teciam, mediam e cortavam o fio da
vida dos mortais, mas Hécate podia intervir nos fios do destino. Muitas vezes
foi representada com uma foice ou punhal para cortar as ligações com o mundo
dos vivos. O cipreste está associado à imortalidade, intemporalidade e
eterna juventude. Sendo a morte encarada como passagem transformadora e
não o fim assustador e definitivo, essa significação tem origem na própria
terra que dá vida, dá a morte e transforma os frutos em novas sementes que irão
renascer.
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