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Eu não gosto de auto-homenagens. Se
você tem uma avó ou um avô muito querido que queira homenagear, tudo bem, não
se ofenda ou me entenda mal, é legal você querer resgatar a memória do seu ente
querido no nome do seu filho, desde que esse nome não seja horrível e não venha
com as expectativas ridículas de que a criança venha com os mesmos traços e
características.
Portanto, você já deve ter
presumido que achei a escolha da Ana Hickman uma chatice. Alexandre, o nome do seu primeiro filho, é o mesmo nome do marido.
O bebê é, portanto, Alexandre
Junior. Eu sou 100% contra auto-homenagem, não importa de quem seja. A criança
precisa ter uma identidade própria. Em algumas culturas, uma vez que um nome
seja usado, não pode ser usado por outra pessoa da comunidade enquanto a
primeira estiver viva.
Alexandre é um nome razoável. Já foi bastante popular no Brasil,
mas agora já não o é tanto assim. Mas ainda assim, foram 776 registros desse
nome (nessa grafia, sem considerar grafias extras) em São Paulo em 2015
(Arpen/SP). Ele vem do grego e significa “defensor da humanidade”, ou “aquele
que protege os homens”. Um dos representantes mais célebres é Alexandre, o Grande, da Macedônia.
Assim, no geral, o nome é
bom. O problema nesse caso é a
auto-homenagem. Colocar o mesmo nome do pai é péssimo por vários motivos:
reforça machismo; faz com que a criança pareça cópia; cria expectativas para
que a criança seja “igual ao pai”. E por outro lado, quem quer chamar o filho
pelo mesmo nome que chama na cama? Francamente.
Tirando a parte do machismo, sou
da mesma opinião no caso de mesmo nome da mãe em uma filha. A presidente da
República Dilma Vana Roussef é um exemplo: a mãe dela se chama Dilma Jane. Poderia
usar aqui o argumento “Ah, mas é tão comum colocar nome de pai e avô, por quê o
nome da mãe e da avó não pode?”. Pode. Mas eu acho tão ruim quanto.
Por que detesto auto-homenagem.
Acho egoísta, presunçoso, exagerado. Eu não queria que minha filha tivesse o
meu nome, assim como jamais colocaria o nome do pai. Filho já tem DNA. Já tem
sobrenome. Não precisa levar o mesmo nome também.
Mas a Ana Hickman não pensou
assim e colocou o nome do marido no seu filho. É uma escolha inclusive muito
comum em várias famílias, e felizmente o pai tem um nome bonito. Já pensou se
fosse Godofredo?
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