Benjamine, eu arriscaria dizer, é um nome que não passa pela cabeça
dos brasileiros. Entretanto, ele existe e é legítimo. É a forma francesa
feminina de Benjamim, que é um nome hebraico bíblico que significa “filho do sul” ou “filho da mão direita”. Na Bíblia, consta que a esposa de Jacó,
quando estava quase morrendo ao dar à luz, deu ao filho o nome de Benoni,
“filho da minha tristeza” ou “filho da minha dor”, mas o pai depois, substituiu
o nome por Benjamim, que tem um significado muito melhor.
O nome se forma a partir da
junção dos elementos ben (filho) e yamin (mão direita, direita, sul). Os
versículos da Bíblia que contam essa passagem é esse:
Gênesis 35
…17
E, enquanto padecia, tentando dar à luz, a parteira a encorajou: “Não temas, um
filho saudável terás!” 18 No momento
em que estava prestes a deixar esta vida, porque estava morrendo, deu a seu
filho o nome de Benoni, filho da minha aflição. Entretanto, Jacó o chamou de
Benjamim, filho próspero.
É preciso dizer que o lado
direito, na Bíblia, em várias passagens, reflete algo negativo, enquanto o lado
direito reflete algo positivo. Desse modo, significar “filho da mão direita”
reflete um outro significado interpretativo, que é “filho próspero”.
Obviamente, hoje em dia se sabe da crendice dessa questão de oposição entre
esquerda e direita, então, o significado ficou um pouco inócuo.
Nos Estados Unidos, apareceu pela
última vez no ranking em 1903, na 846ª posição. Antes disso, permaneceu dentro
do top 1000 sempre em tímidas posições retardatárias. Não há dados de uso em
rankings franceses.
Benjamine é muito raro como nome próprio na França, talvez por que
lá haja a palavra benjamine, que se
trata da pessoa mais nova da família, ou seja, a caçula (Ex: Claudia est la benjamine de la famille – Cláudia é a filha mais nova da
família)
Quando coloquei esse nome em
apreciação nos fóruns que participo, a grande maioria disse que lembrava algo
como “Beija Minnie”, sendo a “Minnie” a namorada do Mickey. Evidentemente,
sempre que surge um nome estranho aos nossos ouvidos, as pessoas tendem a fazer
essas associações imediatas. Mas como não é nada ruim, terrível ou
constrangedor, não vejo como maior problema.
Benjamin, segundo o Nomes no Brasil (IBGE) é o nome de 5.315
pessoas brasileiras nascidas desde a década de 30 até os anos 2000 – já Benjamim, com M no final tem 4.261
ocorrências. Independente disso, não temos nenhuma Benjamine. Já Benjamina
tem 36 raríssimas representantes ao longo de todos esses setenta anos.
Benjamine Bates foi um dos
vários pseudônimos usados por Bertrand
Puard, um romancista e roteirista francês.
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