quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Poliana/ Pollyanna

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Não teve literatura infanto-juvenil o suficiente quem nunca leu “Pollyanna” e “Pollyanna Moça” (Pollyanna Grows Up). Apesar de o primeiro volume ter sido escrito por Eleanor Porter em 1913, a história da menina cujas desventuras nunca a abalam por que ela joga o “Jogo do Contente”, continua sendo lida até hoje. Mais onze Pollyannas se seguiram, muitas delas escritas por Elizabeth Borton ou Harriet Lummis Smith. A mais recente sequência de Pollyanna foi publicada no meio da década de 1990, escrita por Colleen L. Reece.

No próprio livro está explicitado o motivo do nome Pollyanna. A mãe da menina, querendo homenagear as suas duas irmãs, Polly e Anna, fez uma junção dos dois nomes e criou Pollyanna. Parece que a junção deu certo e o nome agradou os leitores brasileiros, pois Poliana se tornou um nome bem comum por aqui, especialmente nos últimos 20 anos.

É claro que não foi apenas o livro que trouxe popularidade ao nome: a obra Polyanna foi adaptada para uma telenovela intitulada Poliana, a primeira telenovela infantil produzida no Brasil via Rede Tupi, apresentada ao vivo, pois ainda não havia vídeo-tape, e por esse motivo não há registros de imagens dessa novela. 

Por conta desse detalhe precisamos desmembrar o nome: Anna, como todo mundo já sabe, vem do hebraico “Channa” e quer dizer “Cheia de Graça”. Já Polly é uma variante medieval de Molly, que é um diminutivo de “Maria” (Mary). Ou seja, no final das contas Poliana tem parentesco com Maria e Ana. O significado, portanto, como em todo nome que é junção, parece meio quebrado e sem graça. Além disso, é um aportuguesamento de Pollyanna.

Esse nome é um daqueles que expressa também as diferenças culturais entre os estados do Brasil: Poliana é popular no norte e nordeste, enquanto no sul é raríssimo. Quase não se encontram meninas chamadas Poliana no Rio Grande do Sul, Santa Catarina ou Paraná.

Para mim, Poliana é um nome que tem suas qualidades. É sonoro, tem as sílabas iniciais que são diferentes dos nomes femininos habituais em português, mas que são suavizadas pela questão da terminação em “Ana” que é sempre apreciada para mulheres.

Em São Paulo, segundo dados da Arpen/SP levantados no ano de 2014, Poliana obteve 59 registros. Como não podia faltar, lá esteve nosso velho conhecido “Y” em 35 registros de Polyana, e 11 da grafia correta em inglês, Pollyanna.

Poliana, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), é o nome de 84.552 pessoas no território brasileiro no período da pesquisa. Isso faz dele o 189º nome feminino mais usado no Brasil nesse período. A maior taxa de frequência é em Tocantins, seguido por Goiás e Rondônia, e o período de maior número de registros inclui as décadas de 80 e 90. Há também outras grafias: Polianna (437 pessoas), Polyana (3.404 pessoas) e Polyanna (684 pessoas).


A raridade de Poliana no sul é comprovada pelos dados do IBGE: o Rio Grande do Sul é o estado onde há a menor frequência de pessoas nascidas com esse nome.

Uma referência famosa é a jornalista Poliana Abritta, que também é repórter e apresentadora, sendo que atualmente apresenta o Fantástico ao lado do colega Tadeu Schmitt. 

Poliana (Bombycidae) é um gênero de mariposa pertencente à família Bombycidae.

Poliana Okimoto é uma maratonista aquática brasileira. Nos Jogos Olímpicos Rio 2016, se tornou a primeira nadadora brasileira a conquistar a medalha olímpica com um bronze na natação. Ela também é 3º sargento do exército brasileiro.

Poliana Barbosa Medeiros, jogadora de futebol brasileira que atua como defensora.

Krasnaia Poliana ou Krasnaya Polyana (em russo Кра́сная Поля́на, clareira vermelha ou bela) é um distrito sob a jurisdição do município de Sóchi, krai de Krasnodar, Rússia.

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