sexta-feira, 25 de maio de 2018

Quirino

.


A foto de uma criança vestida de vovozinho no post não é coincidência: é muito difícil encontrar, nos dias de hoje, um bebê ou criança com o nome Quirino no Brasil, e arrisco dizer, em qualquer país de língua portuguesa.

Quirino é um nome masculino usado em italiano, português e espanhol. Nessas línguas, é a forma do nome latino Quirinus. Provavelmente deriva do termo sabino “quirin” ou “curis”, que significa “lança” ou “armado com uma lança”. Em outras linguagens temos Quirijn (holandês), Corin (francês), Quirinus (latim romano).

Na mitologia romana, Quirino era um deus romano de origem sabina que representava o aspecto pacifico de Marte. Também era identificado com Rômulo. Do nome Quirinus derivou também o nome raríssimo Quirinale.  

Quirino não teve muito sucesso no último século em termos de Brasil. De acordo com o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), haviam 1.796 pessoas com esse nome até a data da pesquisa, sendo a maioria nascida nas décadas 40 e 50. A maior frequência é no estado do Piauí. Não há registros de Quirino em listas recentes.


Referências


Quirino Armellini, general italiano;
Quirino Bezzi, escritor italiano;
Quirino Cristiani, desenhista e diretor de animações italiano;
Quirino De Ascaniis, presbítero e missionário italiano;
Quirino De Giorgio, arquiteto italiano;
Quirino de Neuss, santo romano;
Quirino Gasparini, compositor italiano;
Quirino Majorana, físico italiano;
Quirino Perfetto, sindicalista e anarquista italiano;
Quirino Principe, crítico musical, musicólogo, tradutor italiano;
Quirino Toccacelli, ciclista italiano.





.

sábado, 19 de maio de 2018

Rubim, Rubin & Rubino


.

Rubino é a palavra italiana que designa o “rubi”, a pedra preciosa de cor vermelha, enquanto Rubim ou Rubim, trata-se da forma alemã e de algumas línguas eslavas. O feminino em italiano é Rubina. Do ponto de vista etimológico, é uma abreviação da expressão latina medieval “lápis rubinus”, que significa “pedra vermelha”, com base no latim “rubeus” ou “ruber”, que significa “vermelho”.

A forma inglesa Ruby começou a ser usada no século XIX no mundo anglófono. Em italiano, em casos raros, Rubino pode ser uma abreviação de Cherubino (querubim).

Rubin e Rubim tem a vantagem de se parecer com Rubens, portanto, não causariam muito estranhamento.

No Brasil, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), há 108 pessoas chamados Rubino, todos eles nascidos entre 1940 e 1960, sendo que a maioria nasceu nos primeiros anos da década de 40, com o destaque por conta do Rio Grande do Sul. Rubin também está destacado no Rio Grande do Sul, mas tem 205 representantes, a maioria nasceu nos anos 50. Rubim é o nome de 115 pessoas, e o destaque também está no Rio Grande do Sul.

O Rubi tem diferentes significados em várias culturas e doutrinas. Veja esse texto do site :



O Rubi é uma pedra preciosa que deve ser cuidadosamente estudada antes de sua escolha para propósitos de cura.

A pedra clássica é usualmente de um profundo, brilhante vermelho, mas pode ser encontrada em colorações rosa e cor de alfazema.

Os Rubis são oriundos dos Estados Unidos, Índia e Sri Lanka.


É uma pedra poderosa cuja energia estimulante pode trazer à tona coisas surpreendentes.

Como o Diamante, é um amplificador de energia – tanto a positiva quanto a negativa.

O vermelho é normalmente interpretado como uma cor de paixão, e algumas vezes o efeito do Rubi é o mesmo de sacudir uma capa vermelha na frente de um touro.

O Rubi pode trazer rapidamente à superfície raiva ou negatividade.

Por esta razão deve ser usado com conhecimento de como tirar proveito da experiência, de outro modo você pode ser vencido pela paixão que surge.

Lembre-se que o Rubi pode trazer negatividade à superfície para ser queimada ou dispersada. Permita a si próprio ser purificado pela experiência e não subjugado pela mesma.

O Rubi também pode amplificar a energia positiva, aumentando qualquer pureza que você já possua.

Esta energia positiva alguma vezes fornece um suprimento extra de energia que se pode utilizar quando se lida com o lado negativo provocado pelo Rubi.

Os Rubis nos ajudam em todos os assuntos de amor, inclusive de amor a nós mesmo.

Eles beneficiam o coração e o sistema circulatório e podem promover a filtração e desintoxicação do corpo. A literatura também sugere Rubis para os olhos.

O Rubi é uma pedra de energia que estimula a motivação e a visualização.

Ele pode ajudar ao usuário a ser mais realista em relação a seus objetivos e mais honestos em suas intenções.

Os Rubis erram considerados pelos hindus como as pedras mais valiosas porque preservavam a saúde do corpo e da mente de quem os usava, removendo pensamentos maus, controlando os desejos amorosos, dissipando os vapores pestilentos e reconciliando disputas.

No Lapidário de Philippe de Valois é dito: “Os livros dizem-nos que o belo, claro e fino Rubi é o senhor das pedras, é a gema das gemas e se sobrepõe a todas as outras pedras em termos de virtude”.

Um tratado do século XIV atribuído a Sir John Mandeville assegura ao fortunado usuário de um brilhante de Rubi que ele viverá em paz e concordará com todos os homens, que nem sua terra nem os seus serão levados para longe, e que ele será preservado de todos os perigos.

A mágica da pedra também guardaria sua casa, suas árvores frutíferas e vinhas dos danos causados pelas tempestades.

Todos esses bons fatos seriam alcançados se o Rubi, colocado num anel, bracelete ou broche fosse usado no lado esquerdo.

Em Burma, os Rubis eram valorizados por sua invulnerabilidade.

Para se chegar a isso, o Rubi deveria ser inserido dentro da carne de modo a tornar-se parte do corpo.

Aqueles que incrustavam Rubis em sua pele acreditavam que se tornavam inatingíveis por quaisquer feridas causadas por lanças, espadas ou revólveres.

Sabe-se que alguns soldados imprudentes passam relativamente sem ferimentos através dos muitos perigos da guerra e portanto é fácil entender como essa superstição muitas vezes parece facilmente verificada.

Os Rubis devem ser usados como broche, anel ou pulseira de tornozelo e ficar distantes do plexo solar.

O Rubi é pedra indicada para aqueles nascidos em julho e tem afinidades com os signos de Áries, Sagitário, Leão, Capricórnio e Escorpião.


Referências:

Rubino Profeta, compositor italiano;
Rubino Rubini, diretor de teatro e cinema italiano;
Rubino, general italiano.







.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

April

.


Não é um nome que tenha repercussão no Brasil. April é um nome literal em inglês, ou seja, é a palavra inglesa que designa o nome do mês de “abril”. O nome do mês provavelmente vem do latim “aperire” ou seja, “abrir”, referindo-se à abertura das flores (na Europa).

April tem sido comumente usado como nome desde a década de 40. Não é raro, em inglês, o uso do nome dos meses como nome próprio, como por exemplo, nos casos de May e June.

Uma variante do nome é Avril, em francês, como o nome da cantora Avril Lavigne. Nos Estados Unidos, ele aparece pela primeira vez no ranking em 1939, e permanece nele até o ano de 2015, último ranking divulgado, quando classifica-se no 403º lugar. Ele também está no 194º lugar no ranking da Inglaterra e País de Gales no ano de 2014. Fora desses países, ainda constou em rankings anteriores do Canadá.

Na série de televisão Gilmore Girls (2000), há uma personagem chamada April Nardini.


Referências:

April Clough, atriz norte-americana;
April L. Hernandez, atriz norte-americana;
April March, cantora norte-americana;
April Matson, atriz e cantora norte-americana;
April Pearson, atriz inglesa;
April Ross, jogadora de volei de praia norte-americana;
April Winchell, atriz e dubladora norte-americana;






.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Uiara

.

Uiara é um nome feminino indígena, uma variante do nome mitológico Iara ou Yara, que significa mãe d’água, senhora d’água. Segundo o folclore brasileiro, é uma linda sereia que vive no rio Amazonas, sua pele é parda, possui cabelos longos e verdes, e olhos castanhos. Conforme o site CBHSF:


Uma sereia de imensa beleza que canta à luz da lua cheia, assim a lenda descreve Uiara, a deusa do rio São Francisco.

Pescadores e índios cariris, além de outros moradores locais, prestavam suas homenagens ofertando presentes a Mãe D’água, que com seus longos cabelos parecia agradecer a todos que deixavam presentes para ela.

Quando os tambores, ou torés, rufavam a meia noite o negro d’água aparecia, levava as oferendas para Uiara limpando as águas do Velho Chico num clarão prateado e o momento se fazia mágico.


Também é o nome popular do boto-cor-de-rosa na Amazônia, cujo nome cientifico é Inia geoffrensis, um golfinho de água doce.

Lendas são histórias contadas de geração para geração verbalmente, e, comumente, sofrem variações. Em uma delas, cronistas dos séculos XVI e XVII registraram que, no princípio, o personagem era masculino e chamava-se Ipupiara, homem-peixe que devorava pescadores e os levava para o fundo do rio.   

No século XVIII, Ipupiara vira a sedutora sereia Uiara ou Iara. Pescadores de toda parte do Brasil, de água doce ou salgada, contam histórias de moços que cederam aos encantos da bela Iara e terminaram afogados de paixão. Ela deixa sua casa no leito das águas no fim da tarde. Surge sedutora à flor das águas: metade mulher, metade peixe, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas. Por vezes, ela assume a forma humana e sai em busca de vítimas.

O poeta Olavo Bilac compôs o poema A Iara em que descreve a sereia:


Vive dentro de mim, como num rio,
Uma linda mulher, esquiva e rara,
Num borbulhar de argênteos flocos, Iara
De cabeleira de ouro e corpo frio.
Entre as infeias a namoro e espio:
E ela, do espelho móbil da onda clara,
Com os verdes olhos úmidos me encara,
E oferece-me o seio alvo e macio.
Precipito-me, no ímpeto de esposo,
Na desesperação da glória suma,
Para a estreitar, louco de orgulho e gozo...
Mas nos meus braços a ilusão se esfuma:
E a mãe-d’água, exalando um ai piedoso,
Desfaz-se em mortas pérolas de espuma.


No Brasil, há 1.712 pessoas chamadas Uiara, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), a maioria registrada nos anos 80 – desse total, 1.064 pessoas nasceram dentro dessa década -  e com destaque para o estado da Bahia. A versão Uyara tem 445 pessoas no total. Na lista da Arpen/SP do ano de 2015, contabilizou-se apenas uma Uyara






.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Euphrosine & Eufrosina

.


Essa é a forma francesa e alemã de Euphrosyne, um nome feminino derivado da mitologia grega. Ele significa “Regozijo, alegria” em grego, baseando-se em “euphron”, composto por “eu”, "bom", e “phren” (genitivo phrenos), "mente", "coração". Euphrosyne era uma das três graças ou “charités” na mitologia grega.

Seu uso é baseado no período clássico, mas também foi influenciado pela existência de santas cristãs com esse nome. Em outras linguagens temos Efrosyni (grego), Eufrozina, Fruzsina (húngaro), Frosina (macedônico), Eufrosinia, Eufrosia, Eufrosine, Eufronia (italiano). Eufrosina é a forma italiana, portuguesa e romena do nome.

O dia de festa geralmente ocorre em 11 de fevereiro em comemoração à Santa Eufrosina, freira e virgem que viveu em um mosteiro masculino disfarçada de frade.

No Brasil, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), há 577 pessoas chamadas Eufrosina no país, sendo que a maioria delas nasceu na década de 40. A grafia Euprhosine não tem registros. A maioria das Eufrosina’s brasileiras são baianas.

Referências:

Eufrosina, imperatriz bizantina;
Eufrosinia, freira e santa russa;
Euphrosyne Parepa-Rosa, soprano britânica;
Efrosin'ja Mstislavna, rainha da Hungria;
Eufrosia Siracusa Valdaura, dama da nobreza italiana. 





.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Rutílio

.


Rutílio é o nome de apenas 31 pessoas no Brasil, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010). Pelo menos no que concerne o período que vai mais ou menos de 1910 até os dias de hoje, não há por que supor que Rutilio encontrou alguma repercussão por aqui. Se encontrou, foi bem antes disso. Então, para aqueles que amam o argumento “nome de velho”, não, Rutilio está mais para “nome de múmia”.

Mas é um nome, e vai ter o post aqui no Por Trás do Nome, como lhe é de direito. Embora eu não aconselhe o uso de Rutílio à ninguém.

Rutilio é uma pedra preciosa, que também é usada como nome próprio. Rutilio vem do latim Rutilus, palavra que designa a cor vermelha ou também “ruivo”, designando a cor do cabelo. Por conta da sua cor profundamente vermelha encontrada em algumas pedras, esse mineral ganhou o nome de Rutílio. Também chamado de Rutilo, Rútilo ou quartzo rutilado, é associado ao surgimento da palha de trigo e aos cabelos dos anjos;

Outras versões do nome incluem: Rotilio, Rutilo, Rutolo (italiano), Rutili (catalão), Rutilius, Rutilus, Rutulus (latim), Rutyliusz (polonês), Rutilij (Rússia).

Seu uso na Itália, que começou no Renascimento, deriva de modelos históricos e clássicos, porque o nome foi tirado de vários personagens na história romana. Até à data, a sua propagação é pobre, o maior no Norte e Centro da Itália e especialmente na Toscana.


Referências:


Rutilio Pudente Crispino , general romano;
Rutilio Tauro Emiliano Palladio , agrônomo Romano;
Claudio Rutilio Namaziano , poeta e político romano;
Rutilio Baldoni , jogador de futebol italiano;
Rutilio Benincasa , o astrônomo italiano e astrólogo;
Rutilio Manetti , pintor italiano;
Rutilio Muti , pintor italiano;
Rutilio robusta , político e anti-fascista italiano;
Rutilio Dale , historiador, político e zoólogo italiano;





.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Winter

.

Winter é um nome literal em inglês, considerado feminino. Vem de uma antiga palavra inglesa, que caracteriza a temporada do “inverno”. Winter portanto, significa “inverno”.
Nos Estados Unidos, no ranking feminino do ano de 2015, Winter classificou-se no 548º lugar. Esse é um nome de uso moderno, sendo que passou a constar no ranking norte-americano só a partir do ano de 2012. Antes disso, teve uma participação relâmpago em 1978 e 1979.

Muito embora, em terra de ingleses esse nome seja feminino, só penso nele em língua portuguesa como masculino, na carona de muitos nomes masculinos começados com W que tanto encheram os corações dos pais e mães dos anos 80. Em língua inglesa e especialmente nos Estados Unidos, Winter é usado concomitantemente à outras estacoes como Summer, Autumm e Spring.

Porém, é um daqueles nomes americanos terminados em –er, junto com Amber, Summer e Piper que soam femininos. Digamos que sua estação favorita do ano seja o inverno, e obviamente, não conseguiria usar “inverno” em português, então Winter seria uma boa. Por algum motivo, acho que a mãe do YouTuber Windersson poderia ter sido clemente e colocado Wintersson, agora era só ele tirar – son e ter um nome “de gente”.

Não acho que Winter soe bem num bebê ou numa menina brasileira, por isso, se for usar, que seja para um garoto. Ainda assim, acho muito “out”. Dá para pensar em substituir por Vinter (em dinamarquês) ou Talvi (finlandês). Ainda assim, acho complicado.

A tarefa de dar nome aos nossos filhos suscita muitas dúvidas, por isso, é preciso analisar todas as alternativas, pesquisar muito e decidir com os pés no chão, para não causar problemas para a criança no futuro. Embora nunca tenha sido a intenção dos pais, muitos nomes causam obstáculos e barreiras difíceis de transpor na vida adulta do filho.

Sendo assim, pense bem!

Se Winter é o nome que toca seu coração, vá em frente! As emoções tem razões que a própria razão desconhece. 





.

domingo, 13 de maio de 2018

Annika

.

Pessoalmente, eu “descobri” Annika no filme Barbie e a Magia de Alladus (Barbie and the Magic of Pegasus). O nome caiu muito bem para uma princesa na história encantada e imediatamente chamou atenção.

Annika é o diminutivo sueco, holandês, finlandês, alemão e inglês de Anna. Considera-se Anneka uma variante legitima em inglês. Anna ou Ana vem do hebraico Channah e significa “cheia de graça”.

Esse nome é razoavelmente comum no mundo europeu. Nos Estados Unidos classificou-se no 571º lugar no ano de 2015, enquanto ficou no 38º lugar no ranking mais recente austríaco. Já constou em rankings do Canadá e da Holanda.

No IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), há apenas 34 pessoas chamadas Annika; Outras grafias com pronúncia idêntica também constam: Anica 159 pessoas; Annica 20 pessoas; Anika 41 pessoas. Na lista da Arpen/SP consta 1 Annika e outra com a grafia Ânnica.

Referências:

Annika Beck , tenista alemã;
Annika Bryn, autora sueca e jornalista freelancer;
Annika Fredén, jogadora de handebol sueca;
Annika Kipp, apresentadora de televisão alemã;
Annika Kjærgaard, cantora sueca;

Annika Uvehall, nadadora olímpica sueca.





.

sábado, 12 de maio de 2018

Edric

.

Edric é um nome masculino com uso em inglês, embora raro. Seu significado pode gerar várias interpretações a partir dos elementos ingleses antigos “ead” (riqueza, fortuna) e “ric” (lei, regra ou chefe, senhor). Após a conquista normanda este nome não era de uso em território inglês, e tem sido ocasionalmente revivido em tempos modernos, embora continue em baixa prevalência. A grafia original era Eadric.

O primeiro elemento também é encontrada em nomes como Edgardo, Edith, Edmundo, Edvino, Edulf e Eduardo, enquanto o último está também presente em Adalrico, Godric e Kendrick. Ele está também relacionado com Odorico, constituído pelos homólogos alemães destes dois elementos.

A primeira coisa que me chama atenção nesse nome é a semelhança com Eric, e fico imaginando por que as pessoas não o descobriram ainda. Afinal, Eric é razoavelmente popular no Brasil e muito apreciado em dias atuais para nomear bebês e crianças. Por algum motivo, esse nome parece muito adequado para um príncipe ou rei - tem um toque de nobreza nele!

A despeito dessa semelhança, apenas 71 pessoas se chamam Edric, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), somado à 70 com a grafia Edrick, e praticamente todos os registros se deram nos anos 2000. Isso talvez queira dizer que o nome Edric está começando a ser “desbravado”. Enquanto isso, na lista da Arpen/SP de 2015 não encontrei nenhum registro.

Como referências do nome Edric podemos citar Edric Bastyan, general e político inglês que foi governador britânico da Austrália do Sul e da Tasmânia e, com a grafia antiga, Eadric Streona, nobre anglo-saxão. Há também um rei de Kent (de 685 a 686), conhecido como Edric de Kent (eu sabia que devia ter um rei com esse nome!), além de Eadric, o selvagem, líder da resistência à conquista normanda entre 1068 e 1070.

Elencados ainda estão Edric Gifford, o Barão Gifford, receptor inglês da Cruz da Vitória (seja lá o que isso signifique), além de um antigo cantor e ator americano chamado Edric Connor, um atleta canadense chamado Edrick Floreal, e um jogador de rugby australiano chamado Edrick Lee.

Na ficção, o uso de Edric é mais abundante:

- Edric é um personagem da série do ciclo de romances “Dune”, escrito por Frank Herbert.

- Edric Dayne - Lorde Edric "Ned" Dayne é o jovem senhor de Tombastela e escudeiro de Lorde Beric Dondarrion -  e Edric Storm – um bastardo do Rei Robert, que não aparece na série Game of Thrones -  são dois personagens da série de romances “Song of Ice and Fire”, escrita por George R. R. Martin.

- Edric Vosper é um personagem do jogo de vídeo-game Harry Potter e a Copa Mundial de Quadribol.




.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Eufrásia



.


Eufrásia é a forma italiana, espanhola e portuguesa de Euphrasia, que significa "bom elogio" em grego, dos elementos ευ (eu, "bom") combinado com φράσις (phrasis, "sentença", "expressão"). Em francês, a grafia é Euphrasie. Outras fontes dizem significar “boa mente”, interpretando, “alegria, felicidade, alma serena”, do grego e φρήν (phren, "mente"). Já uma terceira versão afirma que seria um toponímico, ou seja, vindo do Rio Eufrates. Frequentemente, é confundido com o nome Euprassia, que tem diferente origem.

Se tornou um nome de natureza religiosa e difundido em círculos cristãos, cuja divulgação se deve ao culto de vários santos assim chamados. Uma delas é Eufrasia do Sagrado Coração de Jesus, uma religiosa indiana.

O nome é usado para um gênero de plantas, usada para fins medicinais, especialmente no que diz respeito à tratamento de doenças da visão.

Eufrásia é o nome de 1.215 pessoas no Brasil, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010). O estado de maior frequência é a Bahia, e os registros se deram majoritariamente nas décadas de 40 e 50.


Eufrásia Teixeira Leite pode ser considerada uma das poucas referências. Ela foi uma herdeira, investidora financeira e filantropa brasileira. Deixou em testamento uma fortuna que poderia comprar 1.850 quilos de ouro, aos preços da época, e cuja maior parte foi legada a instituições assistenciais e educacionais da cidade de Vassouras. Sozinha, Eufrásia multiplicou várias vezes a fortuna da família e seria bilionária, nos padrões atuais.



Planta Eufrásia, conhecida como "erva da visão"




.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Aruana & Aruanã


.



Aruanã, também escrito Aruana ou Aruaná, significa sentinela”, segundo o Dicionário de Nomes Próprios:


Aruana é um nome indígena. É uma variação de Aruaná e de Aruanã, nome de uma tribo de índios. Ainda que não seja possível comprovar, há indicações de que o nome tenha o significado de "sentinela".

Além de ser uma espécie de peixe, Aruaná é o nome dado àqueles que pertencem a essa tribo que teve origem nas margens do rio Juruá.

Segundo a lenda, a tribo surgiu a partir da prece de um peixe que não conseguiu nadar até ao fundo do rio. Por esse motivo, solitário, intercedeu à entidade mitológica que tem o nome de Tupã para que o tornasse humano.

Tupã, considerando o peixe muito valente pelo fato de colocar sua cabeça para fora da água para interpelar a ele, atendeu o seu pedido.

Há fontes que indicam que o nome tem origem na língua indonésia. Teria como étimos as palavras Arwana ou nirwana, cujo sentido que carregam são de "peixes do paraíso".

Os nomes indígenas refletem a identidade cultural brasileira. Justamente por isso, esses nomes sempre foram valorizados e nunca sofreram qualquer preconceito, ao contrário do que aconteceu com nomes africanos, por exemplo”.

O site Dicionário de Nomes Próprios coloca Aruana como nome feminino, mas por interpretação, acredito que Aruanã seja um nome masculino. Aí depende da acentuação.
Na lista da Arpen/SP de 2015 temos dois registros do nome Aruanã, supondo ser masculino. Tem também 2 registros de Aruan, que pode (ou não) ser uma variante deste.

Na ferramenta Nomes no Brasil, do IBGE (baseada no senso 2010), temos 304 pessoas com o nome Aruana, sendo que são 63 homens (supondo que seja Aruanã) e o restante de mulheres. O IBGE não acentuou nomes, então torna impossível saber quantos são Aruanã e quantos são Aruana. O estado de maior frequência é o Paraná, e a década da maioria dos registros é 1980.

Aruanãs, segundo a Wikipédia, são peixes de água doce da família Osteoglossidae, muitas vezes conhecidos como língua-de-osso. Nesta família de peixes, a cabeça é ossuda e o corpo largo é coberto por escamas enormes, formando um padrão de mosaico. As espinhas dorsal e anal possuem leves raios e são longos, enquanto as peitorais e ventrais são pequenas. O nome língua-de-osso é derivado de um osso dental na parede da boca, a "língua", equipada com dentes que mordem contra os outros no céu da boca. Os peixes podem obter oxigênio pelo ar sugando até o saco de gás, que é alinhado com capilaridades como tecido. O pirarucu é obrigado a respirar ar.

Esse peixe é objeto de um mito indígena muito interessante, que encontrei no Blog “Povos Indígenas do Brasil” (outra versão pode ser lida aqui):


Aruanã era um peixe que vivia nas profundezas do rio Araguaia. De vez em quando subia às margens do grande rio, e contemplava a vida humana. Seu ser aquático enchia-se de tristeza, pois pensava que a verdadeira felicidade estava no cheiro do ar, na beleza da terra. Sentia-se perdido e infeliz em viver nas águas e ser um peixe. Sonhava um dia tornar-se homem e correr pela terra seca.

Na festa do Boto, o senhor das águas, realizada nas profundezas do Araguaia, todos os seres aquáticos participavam felizes. Lá estavam a bela Iara e a sua irmã Jururá-Açú, deusa das chuvas, e todos os peixes e habitantes do grande rio, numa alegria radiante. Só Aruanã mostrava-se infeliz, a sentir-se estranho àquele mundo, a lamentar ter nascido no rio e jamais poder respirar o ar.

Ao sair da festa do Boto, Aruanã nadou, nadou, subindo sempre na direção da superfície das águas. Num ímpeto de coragem e determinação em sentir o aquecimento esplêndido da força do Sol sobre a Terra, ele pôs a cabeça de fora das águas. Quase a sufocar com o ar, falou com todas as suas forças de peixe sonhador em busca da felicidade:

-Grande Tupã, senhor da vida e da natureza, na água nasci, mas nela não quero morrer. Se peixe é o meu corpo, meu coração é humano. Tira-me das águas que me faz infeliz e sem sentido, dá-me o ar como forma de pulsar e a condição de homem como realizador da vida.

As palavras de Aruanã saíram tão veementes, que Tupã percebeu o verdadeiro destino do valente peixe e a essência da sua alma. Compadecido, o senhor das matas desceu às profundezas do rio Araguaia, arrebatando de lá o infeliz peixe. Voou com Aruanã, que não podendo respirar, debatia-se no ar. Por fim, Tupã deixou-o no campo, sob os raios intensos do Sol e das brisas suaves dos ventos.

Aruanã debatia-se sobre a relva, pensando que iria sufocar. Não amaldiçoou Tupã, pelo contrário, mesmo sem conseguir respirar o ar da Terra, agradeceu por aquele momento final, iria morrer longe das águas, como sempre sonhara. Fez um louvor ao deus e cerrou os olhos, à espera da morte e da felicidade alcançada.

Comovido, Tupã iniciou a metamorfose do peixe. Em vez da morte, Aruanã viu as escamas transformadas em pele, revestida de pelos suaves que a brisa contornava em desenhos; braços e pernas musculosas davam-lhe o aspecto viril. O ar finalmente chegou-lhe aos pulmões. Sentiu o cheiro da Terra. Olhou emocionado para o seu corpo e sorriu feliz, já não era um peixe, e sim um homem, forte e belo.

-Provaste que tens um coração grandioso e valente. – Disse-lhe Tupã. – Serás um grande guerreiro entre os homens; pai da mais sábia das tribos. Aruanã peixe foste, Aruanãs hás de te chamar como homem. Vá, cumpra o teu destino de homem guerreiro!

Para saldar o belo e jovem Aruanãs, as Parajás, entidades da justiça das matas, vieram e prestaram honras ao guerreiro. Deram a ele uma tribo e as mais belas mulheres. Unindo-se às mulheres, o jovem guerreiro gerou filhos e filhas, dando origem aos valentes Carajás, que formaram uma tribo de índios valentes a viver às margens do rio Araguaia. Todos os anos, por ocasião da Lua cheia, os Carajás realizam o Ritual do Aruanã, prestando, através da dança e do canto, a homenagem justa ao pai da nação Karajá.”






.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Thalita e Olívia: filhas de Adriana "Bombom"

.


Em meio à tantas bizarrices cometidas pelos famosos na hora de batizar seus rebentos, temos aqui a Adriana Bombom, dançarina, atriz e apresentadora de televisão brasileira, que deu às suas filhas nomes bem interessantes: Thalita (13 anos) e Olívia (14 anos). 

Thalita

Talita é uma forma portuguesa de Talitha que significa "menina" em aramaico. O nome é retirado da frase Talitha cumi que significa "menina, levante-se!" falada por Jesus, a fim de ressuscitar uma criança (ver Marcos 5:41). Talitha é uma estrela que também faz parte da constelação da Ursa Maior (Ursa Maior). É um nome que passa uma sensação de atemporalidade, sua sonoridade é refrescante e seu significado é muito interessante. O problema é onde a Bombom colocou o "h", que a princípio estaria incorreto. 

Segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), Talita é o nome de 141.042 pessoas no país, no período da pesquisa. Isso faz dele o 116º nome feminino mais usado nesses termos. O estado de maior frequência é São Paulo, e a década da maioria dos nascimentos é 1990. Assim como na lista da Arpen/SP, no IBGE também encontramos várias grafias alternativas como Talitha (1.332 pessoas), Thalita (21.165 pessoas), Talyta (1.379), entre outras muitas.

Olívia 


Olívia é um nome praticamente inexistente entre bebês e crianças até 10 anos atrás, jamais cogitado, que de repente, ganhou um brilho e entrou para os anais da popularidade no momento. Considerando que a Olívia Nobre tem 14 anos, é possível dizer que a Adriana foi muito original na sua escolha e acabou até mesmo ditando alguma tendência na época.

Vem do latim “oliva”, que quer dizer “oliveira” (árvore). Este nome foi usado pela primeira vez nesta ortografia por William Shakespeare para um personagem em sua comédia "Twelfth Night" (1602). Shakespeare pode tê-lo baseado em Oliver ou Oliva, ou talvez diretamente sobre a palavra Latina oliva que significa "azeitona". Na peça Olivia é uma nobre menina que é cortejada pelo duque Orsino, mas em vez disso se apaixona por seu mensageiro Cesario.

No ranking de 2016 no BabyCenter Brasil, Olívia está na 58ª posição, tendo subido 10 posições em relação ao ranking do ano anterior.

Em São Paulo, de acordo com os dados oficiais da Arpen/SP (2014) nasceram 247 meninas com o nome Olívia e 254 com o nome Olivia (sem acento). Ao todo, 501 registros, se somarmos os registros com e sem acento. No ano de 2015, foram 308 registros (sem acento) e 271 (com acento).

Em termos de outras épocas, podemos consultar o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010). De acordo com essa ferramenta, Olívia é o nome de 41.013 pessoas, sendo o 351º nome mais usado no país durante o período da pesquisa. A década de maior número de nascimentos é 1940, e por isso percebemos que Olívia deu um intervalo de 70 anos para começar a ser registrado novamente de forma proeminente.

Por parte de Dudu Nobre, seu pai, Olívia e Thalita tem dois irmãos, João Eduardo, que tem 5 anos e Alícia (nascida em 2015), com a artista Priscila Nobre. 





.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Otelo

.


Othello, transliterado para o português como Otelo , é um nome masculino originário da Literatura. Possivelmente trata-se de um diminutivo italiano de Otho, um cognome romano de significado desconhecido. Este foi o nome de um imperador romano do século I, que permaneceu pouco tempo no trono. Shakespeare usou esse nome em sua tragédia Othello (1603), onde pertence a um mouro que é manipulado para matar sua esposa Desdêmona.

Algumas fontes dizem que Othello significa “próspero”, mas não há como comprovar isso com a consulta em nossas fontes mais frequentes. Mesmo a Wikipédia italiana não dá informações onomásticas sobre Othello ou Otelo . É uma pena que belos nomes sejam destruídos por histórias trágicas que as pessoas compõem. É preciso saber separar os nomes dos seus personagens. Uma das poucas referências internacionais que encontrei é Othello, um rapper italiano.

Pode parecer complicado nomear a partir de um personagem que matou a sua esposa, pois é difícil uma pessoa ter ouvido falar de qualquer outro Otelo  que não tenha sido o da peça de Shakespeare. Sendo o personagem antipático a um nível enorme, e praticamente sendo seu único homônimo famoso, é difícil pensar esse nome numa pessoa real. É um nome que também tem uma característica um pouco pomposa.

No Brasil, há 143 pessoas chamadas Otelo , segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), um número pequeno em comparação à outros nomes populares, mas significativo se considerarmos a sua associação. A maior taxa de uso é no Rio Grande do Sul, e a maioria dos nascimentos se deu nos anos 50.

Nas listas recentes não temos nenhum registro de Otelo  ou Othello, indicativo de que esse nome não está sendo usado no momento para bebês e crianças.

Referências:

Otelo  Rodrigues Rosa (1889-1956) — jornalista, escritor, poeta, historiador e promotor brasileiro;
Grande Otelo  (1915-1993) — pseudónimo de Sebastião Bernardes de Souza Prata, cantor e compositor brasileiro;
Otelo  Caçador (m. 2006) — jornalista e cartunista brasileiro;
Otelo  Saraiva de Carvalho (n. 1936) — militar português ;

Otello Zeloni (1921-1973) — ator ítalo-brasileiro;





.