sábado, 31 de dezembro de 2016

Dinorá & Dinorah

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Dinorá é uma variante de Dinorah, encontrada principalmente no Brasil. Possivelmente significa “de fogo” ou “de luz”, do aramaico Dinur (ou denur), derivado de di (de) e nur (fogo, luz).

Devido à semelhança com a palavra hebraica “din”, que significa “julgamento”, esse nome às vezes é visto como uma forma mais elaborada de Dinah.

Uma portadora conhecida deste nome é aposentada Dinorah Marzullo, atriz brasileira (nascida em 1919). Esse também é o nome popular dado à ópera “O Perdão de Ploërmel”, uma obra de Giacomo Meyerbeer, inspirado em uma peça de Carré. "Dinorah, Dinorah" também é o título de uma música de Ivan Lins. 

Não há registros de Dinorá ou Dinorah nas listas brasileiras disponíveis. É um nome raro e cheio de estilo, totalmente usável nos dias atuais. Tem a mesma terminação do nome Mariah que é sucesso em todo o país. 

Outras referências são:

Maria Dinorah Luz do Prado (Porto Alegre, 13 de maio de 1925 — Porto Alegre, 15 de dezembro de 2007) foi uma escritora de livros infanto-juvenis e professora brasileira. Escreveu aproximadamente cem títulos.


Dinorá de Carvalho (Uberaba, 1 de junho de 1905 - São Paulo, 1980) foi uma pianista e compositora brasileira.




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Aristodemos

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Aristodemo deriva dos elementos gregos “aristos” (o melhor) e “demos” (o povo), assim pode ser interpretado como “povo melhor”, “o melhor do povo”. Na lenda grega, esse foi o nome de um dos descendentes de Hércules. Ele morreu com um raio ao se recusar a consultar o Oráculo de Delfos.

Na mitologia grega, Aristodemos era um filho de Aristomaco e irmão de Temeno e Cresfontes. Ele era um Heráclida, trisneto de Héracles (Hércules) e ajudou a liderar o quinto e final ataque a Micenas no Peloponeso.

Como variantes temos Aristodemos (grego) e Aristodemus (latim). Não é um nome muito utilizado, eu arriscaria dizer, há séculos, de modo que no Brasil tem apenas 27 pessoas com esse nome, segundo o “Nomes no Brasil” (IBGE), e nenhum registro consta nas listas mais recentes (Arpen/SP).

O único nome parecido que eu simpatizo nessa linha é Aristeu, mas temos vários outros dentro da onomástica grega que tem o mesmo elemento (aristos), como Aristóteles, Aristides, por exemplo. O termo “demos” está na raiz etimológica da palavra “democracia”.

Referências:

Aristodemo, na mitologia grega, um dos Heráclidas
Aristodemo (Messênia), líder dos messênios que se opôs a Esparta durante as Guerras Messênias
Aristodemo de Esparta, guerreiro espartano que participou da batalha das Termópilas
Aristodemo (tirano de Megalópolis), que derrotou um exército espartano comandado por Acrótato I
Aristodemo (filósofo pré-socrático)



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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Inaiê




Depois de escrever sobre uma penca de nomes indígenas cujo significado é duvidoso e sem nenhum registro em nenhuma lista disponível dos últimos anos, vou finalmente poder quebrar esse padrão.

Inaiê, um nome feminino de origem indígena, provavelmente tupi-guarani, obteve gloriosos 4 registros na lista da Arpen/SP de 2015. Além disso, contamos com uma mocinha nascida Inayê e outra Ynaiê. Desconsiderando, portanto, a grafia, e prestando atenção unicamente na fonética, temos seis famílias que receberam pequenas Inaiês em suas casas ao longo do ano passado.

Em tempos de Maitê e outros nomes mais inventadinhos como Mariê e Juliê, acredito que Inaiê pode agradar muitos ouvidos. O significado desse nome é um bônus inigualável: “águia solitária”.

Inaiê também é um epíteto – ou um outro nome dado – à Iemanjá, originado no tupi ina’ye (transliterado pra Inajé), termo regional usado na amazônia para designar o gavião-carijó (Rupornis Magnirostris), cujo nome significaria, originalmente, “solitário”. Os epítetos – ou qualidades – geralmente tem a ver com a vida do orixá, a profundeza das águas onde Iemanjá mora, uma característica de sua personalidade.

Outra interpretação para Inaiê ser um epíteto de Iemanjá (Deusa da nação de Egbé, nação esta Iorubá onde existe o rio Yemojá (Yemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares), é que uma “águia solitária” é aquela que “reina única”. A título de curiosidade, outras “qualidades” de Iemanjás seriam: Iemowo, Iamassê, Iewa, Olossa, Ogunté assabá, Assessu, Sobá, Tuman, Ataramogba, Masemale, Awoió, Kayala, Marabô, Aynu, Susure, Iyaku, Acurá, Maialeuó, Conlá.

Segundo a ferramenta Nomes no Brasil do IBGE, baseada no Censo 2010, Inaiê é o nome de 305 pessoas em todo o Brasil - ou seja, é raro - e todos foram registrados entre os anos 80 e 2000, com destaque maior para os anos 90. O estado onde Inaiê é mais frequente é Santa Catarina. Já Ynaiê tem menos representantes, apenas 46, todas registradas nos anos 2000. 

Uma referência encontrada é a jornalista Ynaiê Botelho, que trabalha no G1, o Portal de Notícias da Rede Globo, e ainda, a fotógrafa Ynaiê Dawson, que é formada em fotografia pela Unesa-RJ e atualmente reside e trabalha em Lisboa, Portugal. 




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Arístocles

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O nome Arístocles deriva do grego Αριστοκλης (Aristokles) sendo composto por αριστος (aristos, que significa "melhor") e  κλεος (kleos, "glória"), deste modo podemos interpretar que significa “a melhor glória”. Ambos os elementos são comuns na onomástica grega, já que “aristos” se encontra em Aristófano, Aristóteles, Aristeu e Aristides, e “kleos” em Cléo, Clio, Cleópatra, Patroclo, Péricles, Temístocles, Tecla e Hércules.

Na Grécia Antiga, temos duas referências importantes: A primeira é que Arístocles é o nome verdadeiro do filósofo Platão. E a segunda é Arístocles di Messene, filósofo grego antigo. A variante italiana é Aristocle, Aristokles no grego e em latim temos Aristocles.

Como não encontrei nada no Nomes no Brasil (IBGE) suponho que Arístocles tenha menos de 20 registros no Brasil, ou talvez não tenha nenhum mesmo, abrangendo todo o tempo desde a década de 30 até os anos 2000. Nas listas recentes também não há nada.

É um nome que ficou preso nos livros de Filosofia, lá na Grécia Antiga, sem maiores difusões no nosso tempo. Ele tem uma sonoridade um pouco característica e por muitos pode ser considerado pesado. Não se trata de dizer que Arístocles é um nome denso e grosseiro, mas que não se adequa no momento aos padrões de gosto estético e fonético para nomes entre brasileiros.

O que é uma pena, já que o significado do nome e as fontes históricas, assim como conexões filosóficas com a Grécia Antiga são bem atraentes, pelo menos para mim. 



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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Iamana & Yamana




Iamana ou Yamana, é um nome de origem indígena, predominantemente feminino e que possivelmente, significa “Flauta”, provavelmente se referindo a um tipo de flauta comum em tribos indígenas, feita de bambu. Apesar da grafia mais usual ser Iamana, imagino e suponho que sendo o Y usado em muitas grafias de nomes e palavras indígenas, Yamana também seja correto. 

Escrever sobre nomes indígenas, às vezes, é desanimador. Você inicia a pesquisa, e em poucos minutos tem um significado e uma origem em mãos, mas não consegue avançar muito além disso. Além de ser, a ampla maioria raros, são difíceis de encontrar referências, e mesmo sites brasileiros sobre nomes exploram-os minimamente.

Iamana é um deles. Sabemos que, para todos os efeitos, é o nome dado às flautas feitas de bambu, aquelas flautas que artistas de descendência indígena de origem hispano-americana tocam tão lindamente. Se você não conhece, clique aqui.

Para mim, que adoro esse tipo de música, que é tocada aqui por artistas itinerantes que a cada pouco tempo visitam minha cidade, esse é um significado muito positivo. Só de pensar em Iamana, já consigo ouvir o som da flauta tocando “El Condor pasa”.


Acredito que esse nome seja facilmente aceitável aos ouvidos das pessoas, uma vez que inicia da mesma que Iasmim/ Yasmin ou Iara/ Yara. Além disso, há uma infinidade de nomes femininos terminados em –ana, o que o torna bem familiar. Além disso, sendo raríssimo e muito pouco conhecido, é uma garantia de exclusividade. 



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Aristides

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O nome Aristides deriva do grego Αριστειδης (aristeides), que significava “o melhor tipo”, derivado de “aristos” (melhor” e “eidos” (tipo, espécie). Um dos primeiros portadores notáveis foi Aristides, o Justo, um estadista ateniense do século 5 a.C., que ficou conhecido por sua integridade. Esse também foi o nome de um santo do século II, Sano Aristides Marciano.

O primeiro elemento encontra-se em nomes como Aristeu, Aristócles, Aristófano e Aristóteles. Em outras línguas temos Aristide (francês e italiano), Aristeidis (grego), Arisztid (húngaro), Aristid (checo), Aristido (esperanto), Arystydes (polonês). Um feminino encontrado na Wikipédia italiana, mas pouco difundido é Aristidina.

No Brasil, segundo o “Nomes no Brasil”, do IBGE, estima-se que há 15.308 pessoas chamadas Aristides. Onde eles mais se concentram é em Santa Catarina, com maior número de nascimentos na década de 40 e 50. Também há 3.159 pessoas com o nome Aristide, a variante italiana, e nesse caso, a maior taxa é em Rondônia. Na lista da Arpen/SP (2015) consta apenas 1 registro de Aristides.

Uma notável figura é Aristides Sousa Mendes, um diplomata Português em Bordéus durante a Segunda Guerra Mundial, que assinou cerca de 30.000 vistos para ajudar judeus e outras minorias perseguidas para escapar dos nazistas e do Holocausto.

Outras referências:

Publio Elio Aristide, escritor grego antigo.
Aristide Marciano, filósofo e santo grego antigo.
Aristide di Mileto, escritor grego antigo.
Aristide di Tebe il vecchio, pintor e escultor grego antigo.
Aristide Baghetti, ator italiano.
Aristide Briand, político e diplomata francês
Aristide Coscia, jogador de futebol italiano.
Aristide Aubert du Petit-Thouars, explorador e militar francês.
Aristides Agramonte, médico cubano naturalizado norte-americano.
Aristides de Sousa Mendes, diplomata português.
Aristides Pereira, político cabo-verdiano.



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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Aristarco



Aristarco é a forma espanhola, portuguesa e italiana de Aristarchos, um nome de origem grega, composto pelos elementos “aristo” (melhor, nobre) e “archein” (comando, governo), ou seja, significa “melhor comandante”, “governo nobre”, sendo esse nome possuidor da mesma raiz etimológica que a palavra “aristocracia” (Sociedade politicamente organizada, cujo controle estatal é privativo de uma camada social privilegiada).

É um nome de inspiração clássica e literária, retirado do grego Aristarco de Samos, matemático e astrônomo, um dos primeiros defensores de que a Terra gira em torno do Sol. Em pequena parte, expandiu-se pelo mundo cristão – moderadamente – em honra ao culto de Santo Aristarco, um bispo e mártir de Tessalônia.

É um nome de uso muito pequeno no Brasil, e bem pouco apreciado nos dias atuais. Segundo o Nomes no Brasil, do IBGE, apenas 101 pessoas se chamam Aristarco em todo o Brasil, considerando nascimentos desde a década de 30 até os anos 2000: um índice mínimo. Outra informação importante é que dentre essas 101 pessoas, a maioria concentra-se no estado de São Paulo.

Aristarka, Aristarko (basco), Aristarc (catalão), Aristarh (croata), Aristarque (francês), Aristarchos (grego antigo), Arystarch (polonês), Arisztarkhosz (húngaro)

Referências:

Aristarco de Atenas , oligarca ateniense;
Aristarco de Samos , filósofo e astrônomo;
Aristarco da Samotrácia , gramático grego;
Aristarco de Tessalônica , um discípulo de São Paulo;
Aristarco de Tessalônica - seguidor de Paulo de Tarso e considerado o primeiro bispo de Tessalônica, depois canonizado santo.

Guido Aristarco - roteirista italiano e crítico de cinema;



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Ceci



Ceci é um nome indígena, de origem tupi-guarani, que significaria “mãe do pranto” ou “minha mãe”. Isso é o que informa algumas fontes sobre nomes próprios.

Porém, pode ser decepcionante mas possivelmente o nome Ceci foi criado para o romance “O Guarani”, de José de Alencar. Cecília era uma filha de portugueses, enquanto Peri é um índio goitacás, que são os personagens principais.

Ceci é a forma como Peri pronuncia o nome de Cecília, visto que, como o próprio autor assinala no livro, os índios não conheciam quatro letras do alfabeto, sendo o L uma delas.

Porém, há indícios nas próprias anotações de Alencar, que ele se inspirou em palavras indígenas, e o significado é explicado dentro do próprio livro, durante um diálogo:

D. Antônio passava; Cecília correu ao seu encontro:

— Meu pai, dizei-me o que significa Ceci nessa língua selvagem que falais.

Ceci?... disse o fidalgo procurando lembrar-se. Sim! É UM VERBO QUE SIGNIFICA DOER, MAGOAR..

A menina sentiu um remorso; reconheceu a sua ingratidão; e lembrando-se do que devia ao selvagem e da maneira por que o tratava, achou-se má, egoísta e cruel.

— Que doce palavra! disse ela a seu pai; parece um canto de pássaro.

Desde este dia foi boa para Peri; pouco a pouco perdeu o susto; começou a compreender essa alma inculta; viu nele um escravo, depois um amigo fiel e dedicado.

Assim, na perspectiva de Alencar, Ceci é um nome que significa “ferir, magoar”. Apesar disso, Ceci é um nome simples e interessante que tem ótimas conexões literárias, visto que os romances indianistas de Alencar foram muito importantes para a literatura brasileira. Além disso, é curtinho, com a penas duas silabas, como vários nomes que estão caindo no gosto dos brasileiros.

Segundo a plataforma do IBGE Nomes no Brasil baseada no Censo 2010, Ceci é o nome de 3.039 pessoas, a maioria do Rio Grande do Sul, e nascidas na década de 40. Dessas, 70 são homens. Assim como Cecy, que tem 843 representantes em todo o Brasil, também com maior destaque para o Rio Grande do Sul só que dessa vez na década de 30. Todas as pessoas com grafia Cecy são mulheres.

Evidentemente, as pessoas podem usar Cecília e usar Ceci como apelido, porém, o nome não deixa de ser interessante. Prova disso é que em São Paulo, no ano de 2015, conforme dados da Arpen/SP, foram 5 meninas registradas com o nome Ceci. 

Penso que pode ser uma opção inteligente e inovadora em termos de nomes femininos.



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Lolita Flor, Sophia Luz e Nina Rosa: as filhas de Gisele Frade

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Gisele Frade é uma atriz e DJ brasileira. Ficou conhecida por participar da novela Chiquititas em 1997. Atuou em Malhação de 2001 à 2004, onde ficou conhecida por interpretar Drica. Ela tem três filhas, Lolita Flor, Sophia Luz e Nina Rosa.

Percebe-se que os nomes escolhidos por Gisele tem um padrão, um estilo definido, embora os primeiros nomes tenham vibrações diferentes. Lolita, Sophia e Nina analisados separadamente, não obedecem à um estilo combinado, mas colocados nos compostos escolhidos por Gisele, se encaixam de forma harmoniosa.

Olhando para o quesito popularidade, entretanto, os nomes perdem harmonia, pois Sophia é um nome mega popular, enquanto Lolita praticamente não se vê e Nina tem uma popularidade média.

Lolita Flor

Lolita é um diminutivo de Lola, que por si é um diminutivo de nomes como Dolores ou até mesmo Lourdes. A primeira coisa que lembro quando ouço o nome Lolita é o infame romance pedófilo e nojento de Vladimir Nabokov. No Brasil, 826 pessoas se chamam Lolita, a maioria dessas nascidas nos anos 50. Do ano 2000 até 2010, foram apenas 38 pessoas nascidas (IBGE, Censo 2010, Nomes no Brasil).

Flor é um nome literal, que foi usado recentemente também por Débora Secco para sua filha Maria Flor, e também pela atriz Roberta Rodrigues no composto Linda Flor. Aparentemente, “Flor” tem sido adorado pelas celebridades brasileiras.

Na lista da Arpen/SP temos apenas um composto usando Lolita, que é Sophia Lolita (totalmente desarmônico, na minha opinião), e Flor é usado em compostos como Maria Flor, Ana Flor, Morena Flor, Isis Flor, Sara Flor, Sophia Flor, etc. Destes, tenho especial simpatia por Morena Flor, e não, não me importo com a marca de roupas. 


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Sophia Luz

Para começar, Sophia é um nome não recomendado pela popularidade imensa. Não tem graça nenhuma e nessas alturas, nem fede nem cheira. Como é a segunda filha de Gisele Frade, que tem aproximadamente 6 anos, a febre de Sophia estava já no auge, e ela não pode dar a desculpa que “nessa época era original, depois todo mundo resolveu colocar”.
De qualquer forma, Sophia já foi trabalhado no Blog aqui, e significa “sabedoria”, originado no grego, estando nas palavras filosofia e teosofia, por exemplo.

Em segundo lugar, Luz não desce como segundo nome. Pois afinal, quantos milhões de brasileiros possuem o sobrenome “Luz” ou “da Luz”, e sendo assim, Sophia Luz parece simplesmente nome e sobrenome, e não um nome composto. Entretanto, parece que Luz é um segundo nome muito apreciado em Portugal, por exemplo, a julgar pelos grupos sobre nomes e fóruns nos quais participam portugueses.

Assim, Sophia Luz parece realmente que deixou a desejar. Poderia ter seguido na originalidade da irmã mais velha.

Nina Rosa.

Nina já foi trabalhado no Blog aqui. É uma abreviação de nomes terminados em Nina, como Antonina ou Giannina. Foi importado para a Europa Ocidental da Rússia e da Itália no século XIX. Esse nome também coincide com a palavra em espanhol “niña”, que significa “menina”. Segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), Nina é o nome de 8.293 pessoas. A maior frequência é no Rio de Janeiro, e a maioria das mulheres chamadas Nina nasceram depois dos anos 2000.

Rosa também já foi trabalhado no blog e pode ser conferido aqui. Roza seria originalmente derivado de um nome germânico composto dos elementos Hrod (fama) e Heid (tipo, espécie), no caso, formando o nome Hrodohaidis. Os normandos introduziram o nome na Inglaterra nas grafias Roese e Rohese.

Pode ser considerado também um diminutivo de todos os nomes que começam com o elemento Hrod (fama). Além disso, a palavra “Rosa” também significa "orvalho" em búlgaro e macedônio. Em búlgaro, usa-se os diminutivos Rosica e Rositsa. Desde cedo ele foi associado coma a palavra “rosa”, a flor perfumada, derivada essa do Latim. Quando o nome começou a ser usado, provavelmente foi essa associação que as pessoas tinham em mente.

O nome Rosa é dado à 306.336 pessoas do sexo feminino no Brasil, segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), sendo que ele está na 40ª posição em relação aos nomes mais usados no Brasil nesse período da pesquisa (1930-2010). A maior taxa de frequência é no Piauí, e as maioria das mulheres chamadas Rosa nasceram nos anos 50 e 60.

Na lista da Arpen/SP constam duas meninas chamadas Nina Rosa registradas no Estado de São Paulo no ano de 2015, mostrando que é um composto raro, mas não inutilizado. É um composto bastante hippie, mas logicamente, me parece a melhor das três escolhas da Gisele Frade.


Inspirou-se?


Confira outros compostos interessantes na vibração desses:


Domênica Luz (significa, nesses termos, "luz de domingo)
Íris Celeste
Aurora Violeta
Clara Luz ( nome da fada do livro infantil famoso)
Luna Rosa 
Morena Rosa
Morena Flor

Além desses, compostos hippie com Ana e Maria sempre são charmosos: Ana Lua, Maria Lua, Ana Flor, Maria Flor, Ana Rosa, Maria Rosa, etc, são infinitos compostos que podem ser elaborados a partir dos dois clássicos. 





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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Guaracema




Escrever sobre nomes indígenas é um desafio. Embora eles representem a cultura brasileira, sejam símbolo de uma identidade nacional, e os únicos nomes que podem ser efetivamente considerados “brasileiros”, uma vez que realmente nasceram aqui e não foram importados de outros lugares, sabemos muito pouco sobre eles. E o que sabemos, infelizmente, pode não ter embasamento etimológico nas línguas indígenas mortas.

Guaracema é um desses desafios. Segundo as fontes pesquisadas, é um nome indígena de origem tupi-guarani, que possivelmente significa “fuga das garças”. Ele é considerado exclusivamente feminino.

A maioria dos sites dá esse significado, porém, encontramos também, no Dicionário Informal, que Guaracema em tupi-guarani significa literalmente peixe que grunhe (ronca), a partir de (guara+ acema). Talvez faça sentido, se levarmos em conta a palavra “piracema”, porém, pesquisando a etimologia da palavra encontrei que o termo tem origem na língua tupi e significa "saída de peixe", através da junção dos termos pirá ("peixe") e sem ("sair").

Ou ainda, encontramos que Guaracema é um dos muitos nomes populares que se dá ao Caranx latus, uma espécie de peixe teleósteo da família dos carangídeos que habita da costa atlântica dos Estados Unidos até o estado brasileiro do Rio de Janeiro. Então, podemos concluir que a língua tupi e seus inúmeros dialetos podiam ter palavras muito parecidas que significavam coisas diferentes, e isso não melhora e nem facilita o trabalho dos linguistas.

Sua semelhança com Moema e Iracema, quanto à terminação, o torna mais notável. Porém, a terminação “Gua”, que encontramos em Guacira, mas em outro nome, que me lembre, só Guadalupe, é um empecilho, pois associamos imediatamente à algo pesado, de sonoridade arrastada. Ou então, a um topônimo, uma vez que no Brasil há inúmeras localidades e cidades nomeadas a partir de palavras indígenas, muitas delas semelhantes à Guaracema.

Guaracema, segundo o Nomes no Brasil (IBGE, Censo 2010) é o nome de apenas 23 pessoas no Brasil. Como são poucos registros, não há gráficos de frequência. 

Não encontrei nenhum registro desse nome na lista dos nomes mais registrados em São Paulo, no ano de 2015, e a mesma situação vale para o ano anterior. Deste modo, Guaracema entra para aquele rol de nomes indígenas esquecidos. Porém, também o classifico entre os nomes que podem ser recuperados, com o tempo.





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Argo, Argus & Argos

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Argo é o nome do barco usado por Jasão e os Argonautas. Na ficção moderna, era o nome do cavalo usado por Xena na série de televisão homônima. O nome do navio originou-se do gregoargyros”, que significa “prata”. O nome do navio também é parecido com Argos ou Argus, um nome próprio grego, derivado da Antiga Grécia, do grego “argos”, que significa “brilhante, resplandecente”.

É um nome de tradição clássica, já que está relacionado à mitologia grega, em mais de um caso. Entre os personagens que o levaram vale a pena lembrar Argos, o cão de Ulisses, Argus Panoptes, o gigante com cem olhos, e Argos de Thespis, construtor do navio Argo, de modo que daí tiraram o nome “argonautas”.

Existem duas localidades pelo menos com o nome de Argos, uma na Grécia e outra em Indiana, EUA. Assim como Argo é o nome de uma localidade no Alabama, e a nomenclatura escolhida (muito criativo, #sqn) para várias e várias embarcações náuticas ao longo do tempo.

O navio Argo também nomeou uma constelação. Argo Navis, o Navio dos Argonautas, era uma grande constelação de céu austral que representava "Argo", o navio utilizado pelos argonautas em suas viagens.

Do “mundo real”, podemos citar duas referências, que são Argo Aadli, ator estoniano e Argo Secundari, anarquista italiano.

Esse foi o nome escolhido por J.K Rowling para um dos seus personagens menores em Harry Potter: Argus Filch é zelador e funcionário da Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. Ele é um bruxo abortado e por isso não possui poderes.

Sempre achei as escolhas de J.K para seus personagens fantásticas. Não acho que Argo, Argos ou Argus são nomes muito utilizados hoje em dia, ou talvez, nunca foram, mas adoraria ver pessoas “reais” chamadas assim. E elas existem:


No Nomes no Brasil (IBGE), os dados confirmam a existência de 180 pessoas chamadas “Argos”, a maioria delas vivendo no RS e nascidas em torno da década de 80. Por outro lado, 99 pessoas se chamam Argus, vivem em sua maioria em São Paulo, e foram todas registradas dentro do intervalo entre a década de 80 e 90. Não há registros de Argo




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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Archibald & Arquibaldo



Arquibaldo é a forma portuguesa de Archibald, que vem do nome germânico Erchanbald, composto pelos elementos “Ercan” (leal, genuíno, verdadeiro), e “bald” (coragem). O primeiro elemento foi alterado por influência dos nomes gregos começando com o elemento grego “archos”, que significa “mestre, governante”.

Se tornou um nome muito comum na Escócia na Idade Média, e na Inglaterra, substituiu o já existente Eorcanbeald, um antigo nome anglo-saxão. O apelido Archie se tornou uma gíria militar britânica indicando um anti-aéreo alemão, derivado das piadas dos pilotos britânicos. Em sentido geral, o nome pode ser interpretado como “sincero e forte”.

Variantes: Archibald, Archie (inglês), Archembald, Ercanbald (germânico antigo), Arcibaldo, Archibaldo, Arcimbaldo, Archimbaldo (italiano), Archinbaud (francês), Arcambald, Arcambold, Ercanbald, Erchabald, Archembald, Archenbald (germânico), Archibaldus (latim).

Arquibaldo é o nome de 153 pessoas no Brasil, sendo que o estado onde ele é mais frequente é Sergipe e o auge de registros foi na década de 60.

Nos Estados Unidos, a última vez que ele apareceu no ranking, na grafia Archibald, foi em 1925, na 834ª posição. Na Inglaterra, sua última aparição foi em 2013, em 451º lugar. Por último, no Canadá, no ano de 1931, na 84ª posição.


Não é um nome em uso nos dias de hoje, considerado pesado e ultrapassado. Arquibaldo não se encaixa nos nomes que encontramos em berçários, e apesar da sonoridade desequilibrada e forte além da medida, é um nome com um significado legal. 



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Jiliana

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Segundo a ferramenta Nomes no Brasil do IBGE (Censo 2010), Jiliana é o nome de 548 pessoas, sendo que a maior parte deles está no Rio de Janeiro. Os registros de Jiliana se deram entre 1970 e 2000, com destaque para a década de 90. Jillian tem 29 registros ao longo de todo esse tempo, enquanto Jiliana é o nome de 100 pessoas.

Jiliana é um aportuguesamento de Jilliana, que por si já é uma variante de Gilliana, uma elaboração medieval de Gillian, que é a forma feminina medieval de Julian (Juliano, em português). Assim, o significado vai ser um pouco sem graça, afinal, “barba aveludada” ou “filha de Júpiter” não é um significado tão potente.

Entretanto, considerando a popularidade exagerada de Juliana, que segundo o IBGE conta com mais de meio milhão de representantes no Brasil, Jiliana ou Jilliana pode ser uma boa alternativa, já que Jillian soa meio masculino para a língua portuguesa.

No filme Barbie Moda e Magia, Jilliana é o nome dado para o personagem de uma gatinha no núcleo “animal” do filme. Não encontrei pessoas famosas com esse nome, mas no facebook é possível encontrar várias, especialmente oriundas de países de língua inglesa.

Consigo ver um encanto nesse nome, e o acho inexplorado. Jiliane é uma variação possível no Brasil, que tem 408 pessoas segundo o IBGE. Todas as grafias possíveis encontradas na ferramenta Nomes no Brasil:


Nome
Quantidade de pessoas
Giliane
2.579 pessoas
Jiliana
548 pessoas
Jiliane
408 pessoas
Giliana
391 pessoas
Gilliane
195 pessoas
Gilliana
77 pessoas
Giliani
84 pessoas
*Nomes no Brasil (IBGE, Censo 2010)




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domingo, 25 de dezembro de 2016

Arquimedes




Arquimedes é a forma catalã, galícia e portuguesa de Archimedes. Esse nome deriva dos elementos gregos αρχος (Archos) que significa "mestre" e μηδομαι (medomai) cuja tradução gira em torno de "para pensar, para planejar". Esse foi o nome de um matemático, inventor e astrônomo grego que viveu no terceiro século a.C. À ele é dedicada uma das crateras descobertas na Lua.

O primeiro elemento do nome (archos) também se encontra em Arquipo, Arcanjo, Learco, Aristarco, e o segundo elemento se encontra por exemplo em Diomedes e Medéia. O significado portanto pode ser interpretado como “senhor do pensamento”, “grande pensador”.

Algumas variantes são Arkimedi (albanês), Ark’imed (armeno), Arximed (azerbaijano), Arhimed (bósnio), Arc’himedes (bretão), Archimédés (checo), Arkimedes (dinamarquês), Arkimedo (esperanto), Archimède (francês), Archimīdīs (Greco moderno), Airciméidéas (irlandês), Arkímedes (islandês), Arquímedes (espanhol), Archimede (italiano.

Como referência podemos citar Arquimedes de Oliveira, um notável compositor de música popular brasileira. Este nome nunca teve grande expressão no Brasil, mas consta no Nomes no Brasil (IBGE) que há 3.169 pessoas com o nome Arquimedes, a maioria em Mato Grosso, e as décadas onde houve mais nascimentos de pessoas chamadas assim foi de 1950 a 1970.



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Guacira



Guacira é um nome indígena de origem tupi-guarani, predominantemente do gênero feminino, que significa “tudo que corta”, “tudo que é cortante”, “afiada, aguçada”, “haste afiada”, possivelmente se referindo a talos de plantas cortantes.

Apesar da inicial “Gua” ser bem diferenciada, em termos de nomes femininos – o único que lembro agora é Guadalupe e ele não é o que se pode chamar de nome usual – a terminação em “ira” é bastante comum, encontrada em vários nomes de outras origens como Elvira, Alzira, Dejanira, Palmira, Samira, Zulmira, etc. e também vários de origem indígena: Potira, Maíra, Jacira, etc.

Para quem deseja resgatar as qualidades de um nome indígena culturalmente associado à ancestralidade do povo brasileiro, é uma ótima opção. Para quem não tem coragem de usá-lo sozinho, Guacira pode ser usado como 2º elemento em compostos, associados à nomes mais clássicos.

Guacira não está em uso no momento no Brasil, visto que não há nenhuma menção desse nome nas listas de registros disponíveis (Arpen/SP ou BabyCenter Brasil).

Uma das poucas referências que encontrei é Guacira Merlin, repórter da RBS TV, uma emissora de televisão afiliada à Rede Globo. Além dela, temos Guacira Lopes Louro, uma doutora em Educação e Professora Titular aposentada do programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Segundo a Ferramenta Nomes no Brasil (IBGE, Censo 2010), são 1.088 pessoas chamadas Guacira. A maior parte dos registros se deu em 1960 e no estado do Rio Grande do Sul. Guacyra, nessa grafia, tem 86 registros.


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sábado, 24 de dezembro de 2016

Magno & Magnos

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Magno vem do latim, e significa, literalmente, “grande”, no sentido tanto de físico quanto de moral, sendo que não era usado como um prenome mas sim, como um título nos tempos imperiais. Do ponto de vista etimológico, ele se opõe em significado a Paulo, por exemplo (que significa pequeno).

Variações: Magnus, Mogens (dinamarquês), Mauno, Maunu, Manu (finlandês), Mághnus, Manus (irlandês), Magnús (islandês), Mack (inglês medieval), Magnus, Mons (norueguês), Mans (sueco). As grafias comumente usadas no Brasil são Magno, Magnos e Magnus.

Alexandre, o Grande, também é conhecido como Alexandre Magno, pela semântica da palavra. A sua propagação no mundo cristão ocidental se deu pelo culto de vários santos, mas principalmente pela fama histórica de Alexandre Magno, inclusive o nome sendo usado como um composto bastante frequente em outras épocas.

O epíteto Magnus (transliterado: Magno), que significa, "O Grande", serve de cognome a um vasto nome de líderes políticos e religiosos da história, como por exemplo Carlos Magno, Alexandre Magno, Alberto Magno, Gregório Magno, Basílio Magno.

Segundo o IBGE, Magno 38.863 pessoas no Brasil (Nomes no Brasil, Censo 2010), o que faz dele o 282º nome masculino mais usado no país no período da pesquisa. A década de maior número de registros foi 1980, e o estado de maior frequência é Espírito Santo. Magnos é uma grafia que tem 855 registros e Magnus tem 1.242 pessoas.

Na lista da Arpen/SP, consta 11 registros de Magno no estado de São Paulo no ano passado, um número pequeno. Soma-se apenas 1 registro de Magnus.

Referências:

Magno, político romano, usurpador contra o imperador Massimino Trace;
Magno, político bizantino;
Magno di Anagni, bispo e santo italiano;
Magno di Oderzo, bispo e santo italiano;

Magno Decenzio, usurpador contra o imperador Costanzo II;
Magno Felice Ennodio, bispo, escritor e santo italiano;
Magno Massimo, usurpador do Império Romano;
Flavio Magno, político do Império Romano do Ocidente;

Flavio Magno Felice, alto funcionário do Império Romano do Ocidente;
Flavio Magno Magnenzio, usurpador do título imperial romano;
Magno Alves, jogador de futebol brasileiro;
Magno Magni, empresário italiano;

Magnus, filho de Ana da Dinamarca (1532-1585)
Magno Malta, deputado federal brasileiro.


Magnus foi o vampiro que transformou Lestat, um jovem ator vindo de uma família falida no livro O Vampiro Lestat, o segundo livro da série Crônicas Vampirescas, de Anne Rice.




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