sexta-feira, 31 de julho de 2015

Stefania & Estefânia




Forma polonesa e italiana de Estefânia, que é o feminino de Stephen (Stefano). O nome origina-se a partir do grego Στεφανος (Stephanos), que significa "coroa". 

O nome em sua versão masculina ficou famoso no mundo cristão pela popularidade de Santo Estêvão (em vários idiomas), que segundo o livro de Atos, no Novo Testamento, foi o primeiro mártir cristão - ele foi apedrejado até a morte. Os normandos foram responsáveis pela sua popularização na Inglaterra.

Abaixo, temos versões diferentes do mesmo nome em vários idiomas (traduzido a partir do site Behind The Name).

Diminutivo: Stefcia (polonês)

Formas masculinas: Stefano (italiano), Stefan, Szczepan (Polonês)

Outros idiomas: Stefanija (croata), Štěpánka (Checo), Stefanie (dinamarquês), Stefana, Stefanie (holandês), Stephanie, Stefani, Steph, Stephani, Stephania, Stephany, Stevie (Inglês), Etiennette, Stephanie (francês), Stefanie , Stephanie, Steffi, Steffie (alemão), Kekepania (havaiano), Stefánia, Fanni (húngaro), Stefanija (macedônio), Estefânia (Português), Stefania (romeno), Stefania (eslovaco), Stefanija (esloveno), Estefanía (Espanhol).

Segundo o "Mapa dei Nomi", consultado no site Nomix.it, na Itália existem 143.555 pessoas chamadas Stefania, sendo este o 87o nome mais comum, o que resulta em aproximadamente 0.23% da população italiana.

O nome foi bastante usado na Itália na metade do Século XX, mas hoje em dia não é muito utilizado. 

Uma personalidade que dá muito aval ao nome é Stefania Podgorska: ela e sua irmã Helena foram homenageadas como Justo entre as Nações por seus atos heróicos durante o Holocausto. Quando ela tinha apenas 16 anos - e seus pais haviam acabado de morrer - Stefania abrigava 13 judeus em sua casa, e todos eles sobreviveram a guerra. Ela também fornecia comida para judeus no gueto de Przemysl. 

É sabido que o nome Stefania tem a variante em português, que é Estefânia. No entanto, o início em "Ste" parece bem mais charmoso e com aquele ar italiano que os brasileiros adoram resgatar.

É uma boa alternativa ao batidíssimo e estropiadíssimo Stephanie, que no Brasil, já ultrapassou a muito tempo todos os níveis de saturação, considerando ainda que raramente é escrito certo. Nesse caso, comparando Stefania com Stephanie, temos uma comparação muito nítida entre um "primo rico" e um "primo pobre".

E vocês, o que pensam sobre Stefania


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Consuelo

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Consuelo é um nome espanhol que significa "consolo". É retirado do título de Nossa Senhora da Consolação, que em espanhol traduz-se para Nuestra Señora del Consuelo. 

Uma variante considerada pode ser Consuela, e o diminutivo mais usual em espanhol é "Chelo".

Quando penso nesse nome, vem a minha cabeça automaticamente a figura de uma mulher espanhola com vestes vermelhas e batom da mesma cor, uma flor gigante no cabelo dançando um flamenco com castanholas.

Sei que é uma visão estereotipada, mas em nada ela é ruim. Acho a Espanha mágica, interessante, quente e acolhedora. É um nome que também me remete a elegância do tango argentino, ou seja, praticamente associo "Consuelo" à música e à dança de países hispânicos. 

O significado religioso, na minha cabeça, ficou para trás faz muito tempo. Já nem mesmo consigo ver uma Consuelo como uma moça piedosa e devota a Nossa Senhora da Consolação. 

Infelizmente, foi um pouco estragado pela dramaturgia: em quase todos os papeis de empregadas espanholas em filmes e novelas da TV, ou personagens absurdamente caricatos, temos uma Consuelo. Entretanto, isso não é grave a ponto de se levar em consideração e excluir o nome da lista.

Para alguns, a terminação em "o" de Consuelo pode soar como masculina. Então, para estes, a variante Consuela pode ser mais atraente. Eu particularmente jamais conseguiria ver Consuelo como um nome do gênero masculino, e Consuela soa como uma feminização forçada. 

Não há necessidade de ter preocupações quanto à popularidade: Tanto no Brasil quanto em Portugal, os registros desse nome são inexpressivos. Mesmo na Espanha, local onde o nome nasceu, ele foi popular em décadas passadas mas agora está fora de todos os rankings (pelo menos os verificados nos últimos sete anos no site Baby Center Espanha). 

Algumas personalidades conhecidas portadoras do nome:

Consuelo Velásquez Torres foi uma pianista e compositora mexicana, autora da canção "Bésame mucho" que foi traduzida para vários idiomas e se tornou um ícone da música popular mexicana. 

Maria Consuelo Araújo Castro é uma política e diplomata colombiana. Foi Ministra das Relações Exteriores da Colômbia no governo do Presidente Álvaro Uribe, e anteriormente Ministra da Cultura. 

E você, o que pensa sobre Consuelo




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Deodoro




Deodoro é uma variante de Diodorus, usada predominantemente em português e comum no Brasil no início do século XX. Foi o nome do primeiro Presidente da República - conhecida como República das Espadas - Marechal Deodoro da Fonseca. Também tem destaque a personalidade histórica de Diodoro de Tarso (em grego: Διόδωρος; m. ca. 390 dC) foi um bispo cristão, um reformador do monasticismo e um teólogo.

Diodorus é a forma latinizada do nome grego Διοδωρος (Diodoros) que significa "dom de Zeus", derivado dos elementos Διος (Dios) significando "de Zeus" e δωρον (doron) que significa "dom" ou "presente". Variantes do nome são Diodoros (grego) e Diodore (francês). 

Apesar da semelhança, Deodoro e Teodoro derivam de termos diferentes: enquanto Teodoro quer dizer "presente de Deus", Deodoro quer dizer "dom de Zeus". Entretanto, Teodoro está se tornando um queridinho no Brasil, o que tecnicamente pode potencializar o gosto dos brasileiros por Deodoro, afinal, ele pode vir a ser uma boa alternativa caso Theodoro/ Teodoro venha a se popularizar demais.

Além disso, Deodoro tem uma vantagem sobre Teodoro: o apelido óbvio "Theo" fica anulado. Deodoro não pode derivar num apelido "Deo". Outro nome com o qual Deodoro tem um parentesco é "Isidoro", que por sua vez, quer dizer "presente de Ìsis", mas esse tem poucos apreciadores, no Brasil ou em Portugal.

No Brasil, ele é considerado ultrapassado até pela memória do Deodoro da Fonseca, que dá nome a pelo menos uma rua ou praça em cada cidade brasileira. 




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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Inspire-se: 14 personagens femininos inesquecíveis na literatura.

Talvez antes até do que na sociedade, a mulher já havia conquistado seu lugar na literatura. O site Homo Literatus apresenta uma coletânea de grandes personagens femininas.

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Tolstói descreveu a mulher como uma: “substância tal, que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova”.
E claro que a literatura não poderia deixar de revelar esta faceta múltipla da humanidade, que são as mulheres. Personagens que nos emocionam, confundem-nos, pelas quais nos apaixonamos, tal qual Flaubert ao se defender em tribunal, quando perguntado quem era sua a sua protagonista, dizendo: “Ema Bovary sou eu”.
São razões suficientes para os colaboradores do Homo Literatus montarem uma lista de personagens femininas inesquecíveis da literatura, conscientes de que muitos nomes importantes acabariam ficando de fora. Apenas para citar alguns (que aqui fazemos menção honrosa): Anna Karenina, Clarissa Dalloway, Jane Eyre, Marcela (Memórias Póstumas de Brás Cubas), Catherine (Adeus às Armas), Julieta Capuleto, Carlota (Os Sofrimentos do Jovem Werther), Sônia (Crime e Castigo), Annabel Lee (Manuscrito), Lolita e Emma Zunz.
Mas aproveite para conhecer, lembrar e amar estas grandes personagens!
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Daenerys Targaryen, de George R.R. Martin em: Crônicas de gelo e fogo

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Daenerys Targaryen na série Game Of Thrones, produzida pela HBO
Quando o assunto é fantasia moderna, poucas personagens femininas são tão importantes quanto Daenerys Targaryen, das famosas Crônicas de Gelo e Fogo do escritor americano George R.R. Martin. O autor é conhecido por criar personagens femininas fortes de uma forma bem natural, sem masculinizá-las (erro muito comum entre os autores do gênero) e é com Daenerys que ele dá seus voos mais altos (às vezes literalmente).
Começando como uma personagem fraca e indefesa que é abusada física e psicologicamente, chegando a ser vendida como uma mercadoria por seu irmão, vai extraindo lições dos espinhos da vida e mostrando a sua força, assumindo pouco a pouco o controle de um mundo até então dominado pelos homens. Tudo isso sem perder a sua feminilidade.

Tereza, de Milan Kundera em: A Insustentável Leveza do Ser

Se fossemos definir em uma palavra quem é Tereza, personagem criada por Milan Kundera para estrelar “A insustentável leveza do ser”, dificilmente escaparíamos de “intensidade”. Tereza é uma mulher sensível e forte ao mesmo tempo. Carrega dores e traumas. Chora e sofre por ciúmes. O maior defeito de Tereza é amar demais. O amor, em demasia, entra em seu inconsciente durante a noite e a faz sonhar com todas as traições (ou “amizades eróticas”) de Tomas, seu parceiro. É uma personagem que tem o costume de se observar durante um longo tempo na frente do espelho – não pela vaidade, mas para descobrir-se além da imagem. Não é possível classifica-la como “peso” ou “leveza”, termos que perpassam por toda a obra de Kundera. Tereza permeia entre os dois estados, num emaranhado de contradições que a tornam uma mulher fascinante, instigante e, consequentemente, apaixonante. Tereza é dolorosamente humana.

Nastácia Filíppovna, de Fiódor Dostoiévski, em O Idiota.

Nastássia Filíppovna é a personagem feminina principal de personalidade atuante pela qual o príncipe Míchkin se apaixona, assim que depara com a beleza estonteante da mesma na casa dos Epantchin. A personagem, junto com sua irmã, é amparada por Tótski, onde recebe os cuidados e educação necessários para sua formação. Atingindo a maioridade, tem tudo para ter um futuro brilhante pela frente. Mas, talvez, movida por uma paixão não correspondida por Tótski, que se casa com uma das Epantchin, se torna numa mulher volúvel que enche os olhos do príncipe de profunda comiseração, redimindo assim, toda a sua trajetória de maldade e volúpia.
Nastássia Filíppovna é, de certo modo, uma sombra de Maria Madalena, assim como o personagem principal, príncipe Míchkin, o é de Jesus Cristo. Pela trajetória de abandono, pela veleidade de seus atos, pelo próprio desprezo que nutria pelos homens e por si mesma.


Molly Bloom, de James Joyce em: Ulysses

No Ulysses, de James Joyce, Molly é mencionada com frequência por Leopold, e por longos dezessete capítulos ele é a única fonte de informação sobre ela. Parece uma figura distante e quase inalcançável, embora muitos a conheçam de vista, mas mesmo ouvindo tanto sobre Marion ela soa distante.  Até o décimo-oitavo capítulo: Penélope. O capítulo conclusivo de Ulysses é todo Molly Bloom, cuja mente é apresentada pela própria em um ritmo acelerado, como se ela estivesse empilhando comentários prosaicos com alguém a ouvindo durante o preparo do jantar. A vizinhança, as vidas se formando e deformando, os parentes e amigos cujos hábitos por vezes a enjoavam, o marido, as ambiguidades ditas e desditas Dublin afora, nada escapa da sinceridade devastadora da madame Bloom.
E sem querer, Molly Bloom proporciona um passeio pela pluralidade da alma humana, amarrando explicações inconclusas durante Ulysses, apresentando uma história dentro da principal simultaneamente enquanto a completa, fios amarrados de uma história começada anos atrás, ao sentir um pulso. É ela quem conta: “e o coração dele batia que nem louco e sim eu disse sim” (p.1106).


Daisy Buchanan, de F. Scot Fitzgerald em: O Grande Gatsby

Daisy Buchanan
Daisy Buchanan (Carey Mulligan), na adaptação do livro dirigida por Baz Luhrmann (2013)
É difícil falar de forma imparcial de Daisy, interesse romântico de Jay Gatsby. Mimada, manipuladora e egoísta, ela usa sua beleza para garantir que tudo seja feito do seu jeito. No entanto, a confissão que faz a Nick Carraway, quando diz que torcia para que a filha fosse uma “bela tolinha”, por que isso era o melhor que uma jovem poderia ser, não deixa de ser uma cutucada. Daisy luta com os ardis que tem e tolera as infidelidades constantes de Tom Buchanan, um marido perfeitamente respeitável pela sociedade, mas que pouco lhe oferece. O próprio Gatsby a fez esperar por anos, deixando claro o quanto as mulheres eram pouco agentes de suas vidas ainda no século 20. Mais do que amor ou ódio, Daisy precisa de compreensão

Nina, de Lúcio Cardoso em: Crônica da Casa Assassinada

Não bastasse esse ser um dos livros mais importantes da literatura nacional, ainda apresenta essa personagem inesquecível. Ela é descrita como uma mulher de uma beleza rara, ofensiva até, para os padrões da cidadezinha do interior de Minas Gerais, onde a família Menezes tem poder e influência. Misteriosa e sedutora, num primeiro momento é reprimida pelo silêncio e monotonia da chácara da família, mas vai aos poucos descobrindo onde encontrar aliados e termina funcionando como um anjo exterminador. Mas seu grande feito não é destruir uma família que se mantinha apenas de aparências; ela comete o pecado supremo como ato de desobediência. Esse pecado serve como instrumento de destruição. Ela é capaz de transformar o amor em um ato de morte, de usá-lo para ferir, ao mesmo tempo que faz da morte (o pecado) um ato de amor. Nina é a prova de que a beleza e as mulheres não podem ser possuídas.

Tristessa, de Jack Kerouac em: Tristessa

Desequilibrada e viciada, Tristessa é uma das personagens mais pulsantes e imprevisíveis da vasta cartela de personagens inexoravelmente humanos criados por Jack Kerouac, autor de On The Road, entre outras obras. Na novela que leva o nome da personagem, Tristessa é uma prostituta mexicana, uma junkiedecaída, buscando a todo momento descolar a próxima dose de morfina na Cidade do México. Vale acrescentar que tudo que se sabe sobre Tristessa, pelo leitor, é descrito pelo jovem poeta americano Jack, um apaixonado que eleva sua linguagem ao nível do absurdo poético ao descrever esta prostituta.
- Por Vilto Reis

Capitu, de Machado de Assis em: Dom Casmurro

Maria Capitolina Santigo, mais conhecida como Capitu, é a personagem feminina que dá o tom ao clássico Dom Casmurro, escrito por Machado de Assis. Nele encontramos a envolvente e dependente história de amor entre a grande mulher e Bentinho, que se conhecem desde a infância e, com o passar do tempo, descobrem o mundo e a si mesmo em uma relação de constante desconfiança e possessividade. A notabildade de Capitu quanto mulher é observada desde muito cedo na narração, o que mostra quão avassaladora a personagem esculpida por Machado é. Seus olhos de ressaca que afogaram Escobar e Bentinho são marca na história da Literatura e fazem uma perfeita metáfora com seu ser: basta imergir-se naquele mar esverdeado por muito tempo para esquecer de si até tornar-se inconsciente e nada mais ser. Moderna para uma figura surgida em 1899, Machado personificou em Capitu valores absurdos à época, tais como o adultério e a exploração da sensualidade feminina.
- Por Sofia Alves

Emma Bovary, de Gustave Flaubert em: Madame Bovary

A personalidade complexa de Emma Bovary é belamente desenvolvida por Flaubert em sua obra prima. Ao mesmo tempo sonhadora, delicada, culta e fascinante, ambiciosa, dramática, egoísta e ingênua, Emma representa a classe burguesa entediada, a mulher em cativeiro e as ilusões românticas. Incapaz de ser feliz no amor, seja com o marido ou com os amantes, presa fácil de aproveitadores, vítima de uma sociedade hipócrita e causadora de sua própria desgraça, a personagem encontra em seu fim trágico mais do que uma punição, uma libertação, simbolizando a queda do Romantismo, o massacre dos sonhos da juventude.
- Por Nicole Ayres

Hermione, de J.K. Rowling em: Harry Potter

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Hermione (Emma Watson), na adaptação cinematográfica de Harry Potter
Nome inspirado em Shakespeare (Conto de Inverno) e também na forma feminina pré-Grécia do Deus Hermes, que entre outros atributos era a divindade da magia. Hermione Jean Granger é uma dos três protagonistas da saga que marcou a última geração de leitores, Harry Potter. Personagem marcante por sua coragem, idealismo, inteligência e determinação. Acreditava que todo o conhecimento necessário seria fornecido pelos livros. É a grande responsável pela liga tão forte do trio de heróis. A adaptação do cinema não fez justiça a sua essência. Os leitores, contudo, puderam crescer junto com a personagem ao longo dos sete volumes da autora J. K. Rowling. Hermione caracterizou muito bem os problemas típicos de uma estudante – de magia. Além do mais, precisou exercer a amizade em níveis sequer imaginados. Talvez, o que nos encanta nessa personagem de literatura fantástica seja o fato dela também ter pais trouxas, como nós. O carisma da personagem e empatia imposta aos leitores fez de Hermione a 2ª personagem mais popular da saga, perdendo apenas para Severo Snape – pesquisa feita pela editora Bloomsbury, Lovefilm e associação Filmclub.

Macabéa, de Clarice Lispector em: A hora da estrela

Através de Macabéa, podemos, assim como o narrador de A hora de estrela (Clarice Lispector, 1977), liberar o grito de horror a essa vida que tanto amamos. Datilógrafa virgem, vestia-se todos os dias de si mesma e representava, obediente, seu papel de ser. Não era idiota, mas carregava em seu peito a felicidade dos idiotas. A história dessa nordestina é uma pergunta. Com toda a sua “indiferença” a si mesma (apenas vivia, inspirando e expirando), Macabéa desperta o leitor para o seu próprio eu. Afinal, a vida se resume a simplesmente existir (com uma pitada de não saber que, de fato, se existe) ou a questionar o mundo, buscando uma verdade explosiva e plena?

Nástienka, de Fiodor Dostoiévski em: Noites Brancas

Nástienka é uma personagem de Noites Brancas, do escritor Dostoiévski. O protagonista Sonhador a conhece e cria um amor platônico por ela. Porém, mais do que isso, Nástienka aponta para as imposições da vida, as quais não podem ser ignoradas, mas, ao mesmo tempo, nos diz que é preciso sonhar. Ela é jovem, ingênua e também sonhadora, que fica à espera de um prometido amor durante quatro noites. Nástienhka é o símbolo da discussão sobre até que ponto as pessoas podem se esconder através de seus sonhos, para evitar o sofrimento. Mostra a contradição entre a vida real vazia e as suas paixões. Nástienhka é uma mulher, com beleza e imperfeições como a vida, assinalando que todos nós somos o protagonista Sonhador: podemos encarar a vida ou virar o rosto em repúdio, mas nunca podemos negar sua pungente existência.

Fraülein Elza, de Mário de Andrade em: Amar, Verbo Intrasitivo

A alma feminina desnudada sem pudor e de modo sutilmente elegante pelas mãos do intelectual Mário de Andrade. Fraülein Elza, um misto de muitas mulheres em apenas uma única. A governanta recém-contratada pelo patriarca da família Souza Costa, com o propósito não apenas de cuidar da manutenção da casa e das crianças. No acordo, discretamente, pré-estabelecido por Souza Costa, seria a “professora do amor” de Carlos, seu filho mais velho, um rapazinho a quem Fraülein conduzirá em seu florescer sexual — fazendo-o um homem. Elza, no entanto, não é apresentada como uma prostituta. Ao menos não no sentido pejorativo da palavra. Ela possui modos refinados, é observadora e inteligente; e sua vocação não a torna uma mulher de traços ou postura explicitamente erotizados, porém livre e independente. Elza é a personificação de um projeto feminino desvinculado das utopias de sumo conservadoras da “tradicional família brasileira” — de uma ousadia com classe. Embora Fraülein Elza seja de origem alemã, sem dúvida, é uma das personagens mais emblemáticas, senão uma das mais importantes da literatura brasileira, depois de Capitu. A protagonista do primeiro grande romance do modernismo brasileiro — influenciada pela psicologia freudiana — nos ensina que Amar é um verbo intransitivo.

Úrsula Iguarán, de Gabriel Garcia Márquez em: Cem anos de solidão

Úrsula Iguarán é a chefe da casa dos Buendía em Cem anos de solidão, romance de quinhentas páginas e sete gerações de Gabriel García Márquez. Úrsula é a viga mestra de sua família e sua cidade. Úrsula é (e sempre será) a *multimulher*. Úrsula é forte, pragmática, inseparável de suas convicções; é descrita como “ativa, pequena, severa, mulher de nervos inquebráveis, a quem em nenhum momento de sua vida ouviu cantar, parecendo estar em todas as partes desde o amanhecer até muito adiantada a noite.” Úrsula cuidou de todos mesmo além da sepultura e até o leitor mais distraído ao terminar o romance percebe que foi Úrsula quem manteve Macondo de pé. Se Cem anos de solidão pode ser lido como metáfora para a história da América Latina, Úrsula é então a mãe metafórica, a mãe de todos, a mãe sulamericana platônica, a mãe de todas as mães.

Évora




Évora é um nome que eu enquadraria na categoria "nomes geográficos". Já pensou você e o seu namorado/marido/companheiro passando uma lua de mel em Évora e depois batizando sua pequena filha com o nome da cidade que tem esse significado todo especial? Pois é... Por esses e outros motivos acho tão românticos os nomes geográficos - e não necessariamente tendo que existir uma ligação com algum acontecimento.

Assim, Évora é uma cidade portuguesa da região do Alentejo com pouco mais de 40 mil habitantes. Segundo o site Wikipedia, a etimologia do nome Évora provavelmente deriva do celta antigo ebora/ebura, caso genitivo plural do vocábulo eburos (teixo), nome de uma espécie de árvore. Sendo assim, Évora significaria "dos teixos".

A atual cidade de Iorque (York), no Norte da Inglaterra, na época do Império Romano era chamada de Eboracum, nome derivado do celta antigo Ebora Kon (lugar dos teixos), sendo assim seu nome antigo estaria hipoteticamente relacionado ao nome da cidade de Évora.

Contudo, a palavra Évora, ao que tudo indica, é a denominação da cidade portuguesa muito antes da conquista romana, já que Plínio, O Velho (23-79 d.C) - filósofo e naturalista romano, chama o mesmo lugar de Ebora Cerealis, por causa dos campos de trigo que dominavam a região (em seu livro Naturalis Historia). 

Sobre a relação de Évora e os antigos celtas, estudos indicam que a palavra e o lugar podem estar ligados a uma antiga divindade celta cultuada na região: Eburianus, cujo símbolo é a árvore do Teixo. 

Enfim, o que se sabe com certeza é que Évora foi elevada a categoria de município com o nome Ebora Liberalitas Júlia, em homenagem a Julio César. 

No entanto, a lenda sobre a bruxa de Évora - um arquétipo mítico de bruxaria que sobreviveu nas lendas de diversos países - teria seu nome originado-se de Yeborath - Iebora, em árabe, significado "cruzamento, encruzilhada". As pesquisas sobre essa lendária bruxa indica que ela teria vivido no século III d.C, e que sua fama nasceu junto com outro mago controverso - Cipriano - que depois de uma vida inteira dedicada a bruxaria, converteu-se ao cristianismo e acabou até sendo canonizado como São Cipriano. 

Apesar da inexistência de indícios históricos, a feiticeira de Évora era uma das mestras de São Cipriano, de quem ele herdou a maioria dos feitiços. 

Embora o termo distintivo "bruxa de Évora" sugira que a lenda tenha alguma ligação com Portugal, na verdade, na biografia de São Cipriano, ele fala que encontrou-a na Mesopotâmia - Babilônia (atual Iraque), onde se reuniam ocultistas que estudavam a magia dos antigos caldeus. Nesse caso, é muito provável que a origem do nome esteja muito mais ligada a língua falada no Oriente do que da língua celta.

É bem possível, segundo estudiosos, que "bruxa de Évora" nada tenha a ver com uma pessoa apenas, e sim, com uma categoria de bruxas, que tinham elementos em comum. Levando a segunda hipótese como mais provável, quer dizer que o título significava "A Bruxa das Encruzilhadas" (lugar de pactos) ou mudando a grafia/fonética para Iebora, o significado muda para "agulhas" (logo, supondo, bruxa das agulhas). 

Com base nesses dois comentários temos duas pistas do que pode significar o nome Évora: "teixos" (espécie de árvore), "encruzilhada" (Yeborath) ou "agulha" (Iebora). Este último carrega uma similaridade fonética com Débora, que também é hebraico. 

Desconsiderando a etimologia, origem e significado da palavra, temos aqui um nome geográfico que soa bastante feminino. Tem uma pequena semelhança com Érica por conta do acento no início do nome, e possui a terminação "ora", como em Débora. 

Na minha concepção, é um nome que denota tanto o romantismo e mistério da Idade Média, quanto a modernidade e desprendimento tão apreciados nos dias atuais quando se trata de nomes próprios. Por isso, considero um nome usável na contemporaneidade, carregado de simbolismo e profundamente musical. 

E vocês, o que pensam de Évora




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Konstantin




Alguns nomes estão sendo sempre lembrados nas listas dos(as) participantes: Martim e Valentim. 

O nome que trago hoje para apreciação de todos e todas é Konstantin, que possui a mesma terminação dos queridinhos da nossa “Sociedade” e assemelha-se com um popular de Portugal, no gênero feminino: Constança.

Konstantin é um cognato do nome Constantino, a partir do latim Constantinus, derivado de Constans. O nome significa, literalmente, “constante”, ou seja, inabalável, inalterável, que não muda com o tempo.

Constantino, o Grande (272-337) foi o primeiro imperador romano a adotar o cristianismo, mudou o nome da capital do império romano de Bizâncio para Constantinopla (Istambul hoje).

Konstantin Levin é um famoso personagem do romance de Leo Tolstoy, "Anna Karenina".

O grão-duque Konstantin Pavlovich Romanov, filho do imperador Paulo I da Rússia e irmão mais novo de Alexandre I da Rússia.

Variantes: Kostadin (búlgaro), Kostadin (macedônio).

Diminutivos: Kostya (russo), Kosta (Búlgaro).

Outros idiomas: Kostandin (albanês), Constantijn, Stijn (holandês), Constantin (francês), Konstantine (Geórgia), Konstantinos, Gus (grego), Constantine (História), Costantino (italiano), Constantino (Late Roman), Konstantyn (polonês), Constantin Costache, Costel, Costică, Costin Dinu (romeno), Kostyantyn (ucraniano), Cystennin (Galês).

Para mim, o nome Konstantin tem duas facetas muito diferentes que harmonizam incrivelmente entre si: Ele tem uma conotação forte, misteriosa, e ao mesmo tempo é um nome aveludado, ondulante, uma qualidade que o torna agradável de dizer.

Apesar de não gostar, na maioria dos casos, da letra K como inicial, em Konstantin acho que ela faz toda a diferença – Constantin não teria a mesma graça.

O significado me faz pensar num homem calmo, culto, equilibrado e bem resolvido, mas não a ponto de ser monótono ou previsível. Em suma, é um nome equilibrado e poderoso.


E vocês, o que pensam sobre Konstantin



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Deodora




Deodora é bastante semelhante em grafia e sonoridade a Teodora, que é um nome que a pouco tempo atrás era impensável no Brasil, e tem poucos fãs em Portugal, mas que aos poucos está ganhando adeptos. 

Pois bem, um nome muito próximo a ele e que eu aprendi a gostar bastante por semelhança é Deodora. É a forma feminina de Deodoro, usado em português e que se trata de um cognato de Diodorus (latim) e Diodoros (grego). 

O nome significa "dom de Zeus", derivado dos elementos Διος (Dios) significando "de Zeus" e δωρον (doron) que significa "dom".

A atriz Grazi Massafera interpretou uma personagem chamada Deodora na novela Tempos Modernos, exibida na Rede Globo em 2010. No entanto, Deodora era uma vilã e o nome nem deu sinal de cair no gosto da população.

Mas alguma coisa sempre sobra: As novelas tem um papel importante de fazer o povo ouvir repetitivamente um nome até aceitá-lo melhor. 

Uma coisa é certa: Deodora é um nome totalmente incomum, difícil de encontrar até mesmo no facebook. Mas isso não quer dizer que seja feio ou inutilizável. Quer dizer apenas que foi esquecido e está em um longo período de hibernação.

Acho que já é hora dele sair da hibernação, ir para o sol e brilhar.



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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Dara

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O pessoal da minha idade deve lembrar-se da novela Explode Coração, sucesso absoluto na Rede Globo, exibida há exatamente 19 anos (1995-1996), que substituiu a lendária "A Próxima Vítima". Na novela Explode Coração, escrita integralmente por Glória Perez, a trama girava em torno da cigana Dara Sbano (Tereza Seiblitz) e Julio Cesar Falcão (Edson Celulari).

Dara é prometida ao cigano Igor (Ricardo Macchi) ainda criança, quando moravam em Sevilha, na Espanha. Vinte anos depois, ela não deseja cumprir com o acordo das familias ciganas, deseja estudar e acaba envolvendo-se pela internet com o empresário Julio. Naquela época, músicas ciganas, a dança flamenca, assessórios e roupas com inspiração da cultura cigana fizeram a cabeça do povo brasileiro.

Não encontrei informações sobre a escolha do nome da personagem Dara, se realmente é um nome comum entre ciganos de origem espanhola ou foi uma escolha exótica para demarcar a personalidade rebelde da mesma. O certo é que o nome Dara tem origens e significados distintos.  

1 - Seria um nome masculino irlandês, derivado de Mc Dara, que significa "árvore de carvalho". Variantes seriam: Daire, Darach, Daragh, Darragh.

- Significa estrela em Khmer - língua falada no Camboja - e seria um nome unissex.

3 - Além de um nome masculino em persa, que significa "rico". 

4 - Em javanês, Manuk Dara é a palavra usada para designar uma "pomba".

Dara também é o título de uma música da Daniela Mercury, por conta do trecho "Mori obinrin to dara/ Kpelou onan to dara". A canção foi escrita em homenagem a Iyalorixá Cleusa Millet, filha de Mãe Menininha do Gantois, e foi interpretada em dueto com a cantora beninense Angélique Kidjo. 

O ponto positivo é que a pessoa terá uma música para si, o lado negativo é que não sabemos o que ela quer dizer. 

A atriz e cantora coreana Sandara Park é mais conhecida como Dara e seus fãs são chamados de Daralings. 

Dara Maclean é uma cantora cristã (gospel) norte americana.

Constitui-se em um nome raro tanto no Brasil - foram apenas 13 registros no estado de São Paulo, segundo dados da Arpen/SP (2014) - e Portugal. Está na tendência dos curtinhos modernos e tem boa aceitação, já que possui sonoridade semelhante a Sara, Lara, Yara. Mara, Nara, etc. 

Um nome que tem tantos significados em tantas línguas diferentes, não só pode ser classificado como internacional, como também universal.




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Geraldine

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O nome chegou até meus ouvidos através da atriz Geraldine Somerville, conhecida por interpretar Louisa em Titanic e a Lily Evans, a mãe de Harry Potter nos filmes da série. Ela é maravilhosa, e torna o nome totalmente musical em sua pele! É claro que como toda apaixonada por nomes, prestei atenção primeiro nesse aspecto do que na sua beleza ou atuação profissional.

O nome é a forma feminina de Gerald (Geraldo), que deriva de um nome germânico que significa "regra da lança", a partir dos elementos ger "regra" e Wald "lança".

Os normandos trouxeram esse nome para a Grã-Bretanha. Apesar de ter morrido na Inglaterra durante a Idade Média, manteve-se comum na Irlanda. Foi revitalizado no mundo de fala inglesa no século 19.

Geraldine Chaplin (filha de Charlie Chaplin e Oona O'Neill) é outra portadora famosa. A atriz é mãe de Oona Castille Chaplin, atriz que assumiu o papel de Talisa Maegyr na série de televisão norte-americana Game of Thrones. E também, Geraldine Sue Page foi uma atriz norte-americana celebrada como uma das grandes damas dos palcos da Broadway e vencedora dos prêmios Oscar e Globo de Ouro no cinema e Emmy na televisão. Geraldine Farrar é uma grande cantora clássica americana.

Este nome foi criado pelo conde de Surrey, Henry Howard, no século XVI como um apelido poético para Lady Elizabeth Fitzgerald (Gerald + a terminação feminina “ine”). Ela foi a inspiração para  soneto "The Geraldine", escrito por ele. 

Ela foi a inspiração para O Geraldine, um soneto escrito por Henry Howard, conde de Surrey.

Há algo sobre esse nome que me atrai profundamente. Aparenta ser delicado, mostrando força ao mesmo tempo. Além disso, consigo imaginar uma criança, uma mulher adulta e uma vovó com esse nome sem maiores problemas. 

Além disso, é um nome absolutamente original, com a letra G, a qual é difícil encontrar bons nomes femininos sem que pareçam demasiadamente melosos. Na minha opinião, são vários bons motivos para nomear uma filha como Geraldine



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Faustine & Faustina

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Faustine é a forma feminina francesa de Faustinus, ao lado da forma feminina italiana, Faustina. Origina-se a partir do cognome romano Faustinus, derivado do nome Fausto, que significa “sortudo, auspicioso”.

Algumas personalidades interessantes chamadas Faustina/Faustine

Faustina, a Maior (em latim: Annia Galeria Faustina Major), também chamada de Faustina, a Velha ou Faustina I, foi uma imperatriz-consorte romana, esposa do imperador Antonino Pio.

Faustina, a Jovem (em latim: Annia Galeria Faustina Minor), também chamada de Faustina Menor (em latim: minor - "a jovem"), foi uma imperatriz-consorte romana, esposa do imperador Marco Aurélio. Ela era filha do imperador Antonino Pio e sua esposa Faustina Maior e, por isso, além de esposa era também prima pelo lado materno de Marco Aurélio.

Faustina foi uma imperatriz-consorte romana do oriente, terceira esposa do imperador Constâncio II.

Maria Faustina Maratta (Roma, 1679 – Roma, 1745) foi uma poetisa italiana do período barroco.

Faustina Bordoni (Veneza, 30 de março de 1697 – 4 de novembro de 1781) foi uma célebre mezzo-soprano do período barroco, tendo sido considerada uma das maiores divas da música operística de seu tempo.

Maria Faustyna Kowalska (Głogowiec, Łódź, 25 de agosto de 1905 — Cracóvia, 5 de outubro de 1938) foi uma freira e mística polaca. Atualmente é venerada como santa pela Igreja Católica, conhecida simplesmente por Santa Faustina.

Faustine parece o nome de alguém com fortes convicções. E aliás, alguém cujos pais eram pessoas de fortes convicções também, para ter personalidade o suficiente para sustentar essa escolha. O início em “Faus” e a terminação em “ina” denotam, na minha opinião, um peso desnecessário ao nome, por isso a preferência pela terminação “ine” que suaviza essa impressão.

Sendo assim, no meu entendimento, Faustine abranda, atenua, o peso de Faustina. Amortece bastante o som carregado e desajeitado do primeiro, e dá um ar mais jovial e moderno.

Entretanto, é lógico que essa é uma questão de opinião e quem tem apreço pela terminação "ina" com certeza irá discordar. 

É um nome que – por ser raro e incomum – sempre vai gerar resistências de pessoas com gostos triviais, mas vale a pena a persistência e as técnicas de persuasão. A mim, por exemplo, trata-se de um nome super sonoro e musical, agradável e interessante, e que se parece muito com um nome conhecido e aceitável no Brasil, Francine.

Ainda, lembra outro nome o qual aprecio bastante, que é Fantine, retirado do clássico Les Miserables.

Comparando Faustine com Francine e Fantine percebemos nitidamente que o nosso cérebro é embotado e lerdo para aceitar bem nomes – ou qualquer coisa – que nos são desconhecidas. Portanto, passar a amar Faustine com certeza é uma questão de tempo, de costume, de hábito.


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