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Conceição é um nome que vem de um
atributo religioso – no caso, Nossa Senhora da Conceição – que advém do
dogma católico referente à Imaculada Conceição, ou seja, a concepção
(gravidez) da Virgem Maria, sem macha (do latim, macula), ou mácula, enfim, do “pecado
original”. Segundo esse dogma, Maria teria sido preservada por Deus, de modo
que engravidou sem a necessidade de um homem para isso.
Em São Paulo, no ano de 2015,
foi registrada apenas 1 menina chamada Conceição, o que foi uma surpresa
por que eu não esperava encontrar nenhuma. É um nome muito ligado ao tempo dos
nossos avós, ultrapassado, antigo e demasiadamente ligado à religião,
especialmente a católica. Além disso, o significado - excluindo a perspectiva
religiosa da gestação de Maria livre do ato sexual – é ridículo. Quem é que
quer um nome cujo significado é “concepção”?
É um nome que parece envolvo
em opções bem delimitadas, como homenagem à uma avó por exemplo – que possivelmente
era uma pessoa extraordinariamente querida que não tinha um nome tão legal
assim – ou então, cumprindo uma promessa por conta de alguma doença na gestação
ou complicações no parto. Realmente é difícil considerar Conceição um
bom nome, mesmo para escrever uma postagem imparcial.
O nome geralmente era usado
no composto Maria da Conceição, mas geralmente as pessoas eram chamadas
por apelidos: Ção, Concha, Conchita. Hoje
em dia, no Brasil, encontra-se muito mais o sobrenome do que o nome. Há muitas
pessoas cujo sobrenome é Conceição ou ainda, da Conceição. Mesmo em
Portugal, que é um país ultraconservador e bastante católico, ligado à religião,
de modo que isso se reflete no modo de nomear os filhos, Conceição só
teve um registro em 2015. Já Concha, um dos apelidos de Conceição, teve
13 registros.
No caso de ser terminantemente
obrigada a usar alguma das versões desse nome, eu ficaria com Concepción, sua
variante espanhola.
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