segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Alexandre Jr.: O nome do filho da modelo Ana Hickman

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Eu não gosto de auto-homenagens. Se você tem uma avó ou um avô muito querido que queira homenagear, tudo bem, não se ofenda ou me entenda mal, é legal você querer resgatar a memória do seu ente querido no nome do seu filho, desde que esse nome não seja horrível e não venha com as expectativas ridículas de que a criança venha com os mesmos traços e características.

Portanto, você já deve ter presumido que achei a escolha da Ana Hickman uma chatice. Alexandre, o nome do seu primeiro filho, é o mesmo nome do marido. O bebê é, portanto, Alexandre Junior. Eu sou 100% contra auto-homenagem, não importa de quem seja. A criança precisa ter uma identidade própria. Em algumas culturas, uma vez que um nome seja usado, não pode ser usado por outra pessoa da comunidade enquanto a primeira estiver viva.

Alexandre é um nome razoável. Já foi bastante popular no Brasil, mas agora já não o é tanto assim. Mas ainda assim, foram 776 registros desse nome (nessa grafia, sem considerar grafias extras) em São Paulo em 2015 (Arpen/SP). Ele vem do grego e significa “defensor da humanidade”, ou “aquele que protege os homens”. Um dos representantes mais célebres é Alexandre, o Grande, da Macedônia.

Assim, no geral, o nome é bom.  O problema nesse caso é a auto-homenagem. Colocar o mesmo nome do pai é péssimo por vários motivos: reforça machismo; faz com que a criança pareça cópia; cria expectativas para que a criança seja “igual ao pai”. E por outro lado, quem quer chamar o filho pelo mesmo nome que chama na cama? Francamente.

Tirando a parte do machismo, sou da mesma opinião no caso de mesmo nome da mãe em uma filha. A presidente da República Dilma Vana Roussef é um exemplo: a mãe dela se chama Dilma Jane. Poderia usar aqui o argumento “Ah, mas é tão comum colocar nome de pai e avô, por quê o nome da mãe e da avó não pode?”. Pode. Mas eu acho tão ruim quanto.

Por que detesto auto-homenagem. Acho egoísta, presunçoso, exagerado. Eu não queria que minha filha tivesse o meu nome, assim como jamais colocaria o nome do pai. Filho já tem DNA. Já tem sobrenome. Não precisa levar o mesmo nome também.

Mas a Ana Hickman não pensou assim e colocou o nome do marido no seu filho. É uma escolha inclusive muito comum em várias famílias, e felizmente o pai tem um nome bonito. Já pensou se fosse Godofredo?




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