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Menechiella foi um nome usado por Giambattista Basile, em O Pentameron
(Pentamerone), escrito no século 17. Basile foi um
poeta napolitano e também soldado, sua irmã Adriana era compositora e
cantora e sua filha Leanora, inspirou John
Milton quando a ouviu cantar em Roma. Sua irmã ajudou a compilar os contos
populares e contos de fada, que são afinal, pelo que Basile é mais
lembrado.
Ele guardou e modificou os contos em seu dialeto local,
colocando-os em dois volumes, sendo que muitas histórias foram recontadas
depois pelos Irmãos Grinn, incluindo Cinderela,
Rapunzel, o Gato de Botas e Bela Adormecida.
“O Pentameron” foi o título dado por que a escrita de Basile foi organizada da
mesma forma que Decameron, de Boccacio.
Em “Lo mercante”, Menechiella é uma princesa muito bonita, que vive em um reino onde um
monstro de sete cabeças tomou a coroa, e exige um ser humano para o jantar
todos os dias. Quando chega a vez da Princesa Menechiella ser o jantar do
monstro, todos no reino ficam muito tristes, e ainda assim ninguém tem qualquer
solução para o dilema.
Um transeunte, chamado Cienzo, filho de um
comerciante e que tem um grande coração, bravamente mata o monstro e traz Menechiella de volta a seu pai.
Em vez de se apresentar para ganhar um prêmio, ele vai a uma taberna para
pensar. O rei quer recompensar a pessoa que salvou a sua filha, mas, sem saber
exatamente quem era, envia um mensageiro para encontra-lo. Um outro homem
oportunista, vê nisso uma grande chance e se apresenta para reivindicar a recompensa.
O rei, muito feliz, lhe dá a sua coroa.
Cienzo, ao ouvir a notícia,
informa ao rei e à sua filha que eles foram enganados. O rei desfaz o engano, e Menechiella é dada à Cienzo em casamento. O
final feliz deveria estar aqui, mas em vez disso, Cienzo vê uma mulher
bonita em outra casa e vai vê-la, esgueirando-se pelas costas de Menechiella. Mas essa mulher tão linda é uma feiticeira malvada que mantêm
preso Cienzo. O irmão dele, Meo, viaja para descobrir o
que aconteceu com seu irmão, mas eles são tão parecidos que Menechiella pensa que Meo é o marido dela,
uma vez que eram tão iguais, e ela passa o dia com ele e vai para a cama com
seu cunhado.
Na manhã seguinte, Meo descobre que que Cienzo está sendo mantido em cativeiro, mata a feiticeira e começa a
contar a ele sobre a noite anterior. Cienzo, sem ouvir a explicação
completa, corta a cabeça do seu irmão. No entanto, uma vez que sua esposa lhe
explica em detalhes, Meo é magicamente reanimado e todos vivem felizes para sempre. É
preciso salientar que, como uma história para adultos, é bem-humorada e cheia
de tropeços. Você pode ler o conto completo aqui.
Menechiella não é um nome de bebê que tenha sido utilizado em algum momento,
mas Menechella e Menechiella podem ser encontrados como sobrenome. Pesquisei e encontrei
também variantes de sobrenome Menechelli e Menichelli, que possivelmente
estão relacionados. Não há significado do nome em lugar algum, supondo então que
foi inventado por Basile para sua personagem e depois apropriaram-se como
sobrenome, ou o contrário, primeiro foi usado como sobrenome e depois
apropriado por Basile para seu conto.
Evidentemente, não há a mais remota notícia do uso de Menechiella como
nome próprio no Brasil, de modo que não temos referências. Quem procura um nome
com pegada literária e medieval, que é único, exclusivo e sem a mais miserável
possibilidade de homônimos, Menechiella é o nome certo.
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