terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Cássia

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Cássia é o nome de 67.901 pessoas no Brasil, o que faz desse nome o 427º mais popular no Brasil em termos gerais – sem divisão de gênero – e o 288º nome feminino mais usado no território brasileiro (entre 1930 e 2010), segundo o IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010), com destaque para o estado de Minas Gerais na maior taxa de frequência. As décadas de maior número de registros foram 80 e 90.

Temos ainda as grafias Cassya (47 pessoas), Kassia (9.637 pessoas) e Kassya (197 pessoas). Não gosto das duas grafias com ‘y’, mas sou bem simpática à grafia Kassia, que é a variante inglesa em termos de grafia – lembrando que o IBGE não separou nomes por acentuação, mas se é para usar Kassia não se acentua.

Já na Arpen/SP de 2014 – que abrange somente o estado de São Paulo ao longo do ano de 2015 – temos Cassia (9 registros), Kassia (7 registros), Cássia (6 registros), Kássia (5 registros), Kássya (1 registro).

Cássia é um nome de tradição clássica, vindo da Roma Antiga, como uma forma feminina de Cassius (Cássio). Em inglês, temos a variante Kassia. O significado não é muito palatável: Cassius é um sobrenome romano que possivelmente deriva do latim “Cassus”, que significa “vazio, vão”. O nome Cássia foi popularizado no mundo cristão ocidental graças à popularidade e devoção de Santa Rita de Cássia (porém, o nome verdadeiro dela era Margherita Lotti).

Embora o nome Cássia pareça ser moderno, ele na verdade é bem antigo. O mundo bizantino no século 7 tinha uma abadessa, poeta e compositora chamada Kassia (as vezes grafado Kassiane, Kassiani, Casia, Ikasia ou Eikasia, dependendo da tradução). Segundo cronistas bizantinos da época, o Imperador Bizantino Teófilo teria dado uma recepção para então escolher sua noiva, oferecendo a escolhida uma maça dourada. Fascinado pela beleza de Kassia, o jovem imperador teria se aproximado dela e dito: “por meio de uma mulher destilamos nossas paixões mais vis” (referindo-se ao pecado original de Eva), e Kassia lhe respondeu: “Mas através de outra mulher é que atingiu-se as melhores coisas” (referindo-se ao nascimento de Jesus). Despeitado, Teófilo escolheu então outra mulher, Theodora. Depois disso, ela fundou um mosteiro à oeste de Constantinopla, onde se tornou abadessa.

Segundo a história, o imperador Teófilo, apaixonado por ela, pediu para vê-la novamente antes de morrer, e foi até o mosteiro de Kassia. Ela estava escrevendo um hino quando ouviu que o Imperador queria vê-la, então deixou-o incompleto sobre a mesa e escondeu-se atrás de uma porta. Teófilo entrou na cela, mas não a encontrou, sem saber que Kassia estava escondida olhando para ele. Ele chorou e lamentou por, num ataque de orgulho ter rejeitado uma mulher linda e intelectual. Então, Teófilo notou o hino inacabado em cima da mesa, leu-o, e então terminou-o. Depois que ele saiu, Kassia leu o que ele tinha escrito e chorou com tristeza. O Kassiani, hino composto supostamente por Kassia e Teófilo, é cantado durante a Semana Santa, na Quarta-Feira, na Igreja Ortodoxa, e é o hino religioso mais famoso dos compostos por ela.

De Cássia derivam os nomes Cassiana e Cassiane, também bastante populares no Brasil. Uma referência potente no Brasil é a cantora Cássia Eller, muito famosa e conhecida pela sua obra musical, e também a famosa atriz Cássia Kiss, que já interpretou vários papeis na TV, cinema e teatro brasileiros. Outra atriz bem conhecida é Cássia Linhares. 





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