quinta-feira, 8 de março de 2018

Caliandra

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a caliandra brota
entre pedras e capim seco
sangue do cerrado
Carlos Viegas


Calliandra é o nome cientifico de um gênero de flores – Calliandra harrisii – e sua denominação deriva da combinação dos elementos “kallio” (belo) e Andros (homem), provavelmente significando “bonito e másculo” ou talvez “homem bonito”, e refere-se às belas estames (parte masculina da flor) que têm as flores destas espécies. O nome comum de diversas espécies do género, plumerillo, também se refere às flores e, neste caso, eles se parecem com pequenos espanadores.

A Calliandra é nativa das regiões tropicais e subtropicais da Ásia, África e América. Denominada flor do cerrado é um subarbusto nativo do bioma Cerrado e que apresenta a sua atratividade nos numerosos estames longos, de coloração avermelhada.

Na família Fabaceae, o gênero Caliandra pode ser identificado a partir das folhas compostas e das inflorescências umbeliformes constituídas por numerosas flores com cálice e corola inconspícuos e estames numerosos, longos e coloridos, representando a parte atrativa da flor.

Caliandra é uma flor de extrema delicadeza. Cresce em arbustos de até 4 metros, entre a vegetação seca. As flores aparecem na primavera e no verão, são bem pequenas, com estames longos de cor rosa, vermelho ou branco, reunidas em inflorescência.

É usada em paisagismo e uso decorativo.

É a mais bela flor do Cerrado, porém tem pouca durabilidade. Quando colhidas e levadas para serem colocadas num vaso com água, morrem em poucos minutos. A caliandra nasce para enfeitar os campos secos e monocromáticos do cerrado. Devido a delicadeza e finura de suas folhas ocorre um processo natural um fechamento das mesmas durante a noite. Suas flores são muito graciosas em forma de pompom em cores que vão do branco ao vermelho. Surgem frutos no verão após a floração primaveril.

Se você pensar em “Caliandra”, verá que não é uma flor muito conhecida. Mas isso por que as pessoas conhecem ela por vários outros nomes, conforme brinca esse poeminha:


No jardim de dona Maricota tinha "caliandra",
Mas ela nunca soube.
Tinha vassourinha
Esponjinha-vermelha
Broche-rubi-de-princesa.
Mimosinha.
Tantos nomes possuía a flor.
Porém, caliandra, ali ninguém conhecia.


Aqui no Rio Grande do Sul, se chama “cabelo de anjo” ou “Suspiro de anjo” de acordo com a sabedoria botânica de minha mãe.

Calliandra, na grafia correta do “nome científico” da planta, só aparece com 28 registros no site do IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010). Já Caliandra, com um L a menos, é o nome de 614 pessoas, dessa vez com dados mais detalhados, sendo que sabemos que elas são mais frequentes na Bahia e seus registros são modernos: Começaram nos anos 70 e tem mais destaque nos anos 2000. A grafia mais registrada no entanto é Kaliandra, com 747 pessoas, mais frequentes na Paraíba. Soma-se a isso tudo, 64 pessoas chamadas Kalyandra.

Uma série de outras grafias derivadas podem ser verificadas, mas com números de registros insignificantes. Nas listas mais recentes, não temos registros de Caliandra.






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3 comentários:

  1. Criada no cerrado donde tirava o alimento pro corpo e pra alma tantas variedades e a caliandra me encanta,passava desconfiada pois os antigos a chamavam de " flor do capeta"até hoje não sei porque, não foi Deus quem a criou!? Faço desenhos botânicos e artísticos. Amei as informações postadas,em especial a parte que fala do jardim de D Maricota.

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  2. Talvez, eu faço uma suposição, pela sua resistência quando está florescendo em pleno verão, quando o cerrado está em sua "estação" seca, ela desabrocha destacam-se entre outras espécies da flora desse bioma riquíssimo. Seus estames avermelhados dão um tom rubro na paisagem. Apesar de chamarmos de flor do capeta, ela é muito sensível, de pouca duração,mas é muito bonita. Creio que o lucifer não deve ter essas qualidades de beleza.

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