Nimue Smit, modelo holandesa |
Nimue é um nome ligado às lendas
arturianas, a princípio, de significado desconhecido. É um nome dado à dama do
lago, conhecido também como Niniane,
Vivian (em várias grafias), Evienne
ou Nivien. Alguns alegam que ela é,
ou representa, uma deusa tripla, devido ao fato do seu nome poder vir simultaneamente
das deusas Coventina, Nemain e Mnemósine (e o amor celta à personificações triplas
é bem conhecida).
Nimue também pode ser uma forma
corrompida de Nínive, que pode ser sido tomado de uma cidade na Síria. O nome
assírio, em última análise, significa “morada dos rebeldes”. Se não, pode ser
tomada a partir de Mnemósine (que significa memória), uma ninfa das águas da
mitologia grega cuja história foi um pouco semelhante. Como Nimue poderia ser
um erro de ortografia, juntamente com Nynyve,
Nynyue e Ninive, não há uma
pronúncia fixa.
Nas obras de
Malory (Le Morte d’Arthur) há três grafias diferentes usadas: Nimue, Ninive e Nínive/Nyneve (talvez
de propósito, afinal, na lógica celta todas as coisas boas vem em grupos de
três). Em Idyllis do rei de Tennyson ela é Vivien(e),
ou ainda Vivian(e), embora seu nome
possa ter sido inspirado na deusa da água (celta) Coventina e não tem relação
com o nome Vivian, de origem latina,
que era originalmente unissex/masculino com o significado “vivo”. O nome dela
como Niniane provavelmente vem da palavra celta “nino”, que significa “cinzas”,
mas é tão perto do som para Viviane que é difícil saber o que veio primeiro.
A Dama do Lago
é mundialmente famosa por dar ao Rei Artur a famosa espada Excalibur, mas sua
história é mais profunda que isso. Ela era mãe adotiva de Sir Lancelot,
elevando-o de debaixo d’água. Antes disso, Merlin a conheceu e caiu tão
apaixonado que concordou em ensinar-lhe toda a magia, mas quando ela ficou mais
poderosa que Merlin o aprisionou. Pode inclusive ter levado à queda de Artur.
No entanto, ela foi uma das três rainhas que escoltaram Artur de Avalon. Cada
autor compartilha a sua versão “original” da mesma lenda.
Nas “Crônicas
de Arthur”, de Bernard Cornwell, Merlin acolhe uma menina náufraga que havia
sobrevivido supostamente pela mão dos deuses. Lembro exatamente da passagem em
que Merlin muda o nome dela para Nimue,
em homenagem a deusa das águas, entretanto, não lembro qual era o nome
anterior. Ela tem um relacionamento sexual (e não amoroso) com o mestre e ele
lhe ensina tudo que sabe. Cornwell a descreve como uma feiticeira fanática e
que acredita que pode trazer os deuses de volta e salvar a Bretanha,
principalmente das guerras e dos cristãos.
Nimue tem sido desde sempre um nome
raro em pessoas reais, fora das histórias literárias e cinematográficas. Nos
Estados Unidos, segundo o blog Once Upon
a Think Baby Names, foi dado mais freqüentemente a partir de 2004, mas
apenas um punhado de vezes por ano. Niniane,
Nyneve e Nínive parecem ser
opções de ortografia mais populares no país, e é claro, Vívian, que sempre foi popular.
No Brasil ou em
Portugal, aparentemente, não se tem noticias do uso de Nimue como nome próprio, nem as demais grafias citadas. No entanto,
Viviane e Viviana são bastante aceitos e populares em vários momentos.
Eu gosto muito
da versão Nimue (a qual eu pronuncio
Nimuê, como o acento imaginário), e gosto ainda mais pela qualidade mítica e
medieval do nome, assim como quase todos os nomes arturianos. Tem aquele tom
lunático que o torna absolutamente exótico e sedutor: uma pequena jóia a ser
descoberta. É inclusive curioso como Morgana e Artur desenvolveram sua popularidade,
assim como outros nomes arturianos, mas Nimue
ficou ligado apenas a sua variante Vivien/an.
No “mundo real”,
podemos encontrar uma portadora desse nome na modelo holandesa Nimue Smit (nascida em 1992), da qual
utilizamos a foto para ilustrar esse artigo.
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