quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Benjamine



Benjamine, eu arriscaria dizer, é um nome que não passa pela cabeça dos brasileiros. Entretanto, ele existe e é legítimo. É a forma francesa feminina de Benjamim, que é um nome hebraico bíblico que significa “filho do sul” ou “filho da mão direita”. Na Bíblia, consta que a esposa de Jacó, quando estava quase morrendo ao dar à luz, deu ao filho o nome de Benoni, “filho da minha tristeza” ou “filho da minha dor”, mas o pai depois, substituiu o nome por Benjamim, que tem um significado muito melhor.

O nome se forma a partir da junção dos elementos ben (filho) e yamin (mão direita, direita, sul). Os versículos da Bíblia que contam essa passagem é esse:

Gênesis 35
17 E, enquanto padecia, tentando dar à luz, a parteira a encorajou: “Não temas, um filho saudável terás!” 18 No momento em que estava prestes a deixar esta vida, porque estava morrendo, deu a seu filho o nome de Benoni, filho da minha aflição. Entretanto, Jacó o chamou de Benjamim, filho próspero.

É preciso dizer que o lado direito, na Bíblia, em várias passagens, reflete algo negativo, enquanto o lado direito reflete algo positivo. Desse modo, significar “filho da mão direita” reflete um outro significado interpretativo, que é “filho próspero”. Obviamente, hoje em dia se sabe da crendice dessa questão de oposição entre esquerda e direita, então, o significado ficou um pouco inócuo.

Nos Estados Unidos, apareceu pela última vez no ranking em 1903, na 846ª posição. Antes disso, permaneceu dentro do top 1000 sempre em tímidas posições retardatárias. Não há dados de uso em rankings franceses.

Benjamine é muito raro como nome próprio na França, talvez por que lá haja a palavra benjamine, que se trata da pessoa mais nova da família, ou seja, a caçula (Ex: Claudia est la benjamine de la famille – Cláudia é a filha mais nova da família)

Quando coloquei esse nome em apreciação nos fóruns que participo, a grande maioria disse que lembrava algo como “Beija Minnie”, sendo a “Minnie” a namorada do Mickey. Evidentemente, sempre que surge um nome estranho aos nossos ouvidos, as pessoas tendem a fazer essas associações imediatas. Mas como não é nada ruim, terrível ou constrangedor, não vejo como maior problema.

Benjamin, segundo o Nomes no Brasil (IBGE) é o nome de 5.315 pessoas brasileiras nascidas desde a década de 30 até os anos 2000 – já Benjamim, com M no final tem 4.261 ocorrências. Independente disso, não temos nenhuma Benjamine. Já Benjamina tem 36 raríssimas representantes ao longo de todos esses setenta anos.


Benjamine Bates foi um dos vários pseudônimos usados por Bertrand Puard, um romancista e roteirista francês.




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