segunda-feira, 8 de maio de 2017

Hórus

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Hórus é um nome masculino, usado raramente, derivado da mitologia egípcia. É a forma latinizada de Ωρος  (Horos), a forma grega da palavra egípcia HRW (reconstituído como Heru), que possivelmente significa “falcão” ou “o elevado”. Na mitologia egípcia, Hórus era o deus da luz, muitas vezes descrito como um homem com a cabeça de um falcão. Filho de Osíris e Ísis, ele vingou o assassinato do seu pai matando Seth. Heru e Horos são duas variantes escritas possíveis.

De acordo com uma lenda difundida no Antigo Egito, Hórus foi concebido por Isis, quando Osíris, que era seu pai, já estava morto. A lenda sugere que a fecundação ocorreu quando Isis, na forma de um pássaro, pousou sobre a múmia do esposo, que estava deitado em um sofá. Uma estela datada de 1400 a.C. (hoje guardada no Museu do Louvre), contem este hino sobre o tema:

Oh benevolente Ísis
que protegeu o seu irmão Osíris,
que procurou por ele incansavelmente,
que atravessou o país enlutada,
e nunca descansou antes de tê-lo encontrado.
Ela, que lhe proporcionou sombra com suas calças
e lhe deu ar com suas penas,
que se alegrou e levou o seu irmão para casa.
Ela, que reviveu o que, para o desesperançado, estava morto,
que recebeu a sua semente e concebeu um herdeiro,
e que o alimentou na solidão,
enquanto ninguém sabia quem era...

De acordo com dados do IBGE, Hórus é um nome muito raro no Brasil (Nomes no Brasil, Censo 2010), sendo que há apenas 45 pessoas com esse nome, em todo o período da pesquisa (1930-2015). Na lista da Arpen/SP de 2015 consta 1 registro de Hórus.

Como referência real do nome Hórus, não encontramos muita coisa, exceto Hórus Aha (ou Aha), o segundo faraó da I dinastia do Antigo Egito. Ele viveu em torno do século XXXI a.C. e reinou por volta de 3080 a.C. sucedendo a Narmer. Como nome próprio, Hórus é bem interessante, cheio de simbologia, e pode agradar muito as pessoas que gostam da mitologia egípcia ou que, por algum motivo, tem ligação com o Egito.

Um texto sobre Hórus, retirado do site “Planeta Esotérico”:


Representação de Hórus
Hórus é um deus muito antigo, já conhecido na época predinástica. Hórus era um deus solar, filho de Osíris e Ísis, considerado como a manifestação do poder do Sol. Era considerado o “deus dos Céus” e ficou conhecido desde a primeira dinastia como HORAKHTI, que significa “Hórus do Horizonte” ou da "Terra do nascimento do Sol". "Senhor das duas Terras, sob cujas asas está o circuito do céu, o falcão que irradia luz dos seus olhos". Era exatamente com essas palavras que, no tempo dos Ptolomeus, descrevia-se Hórus, o Deus dos espaços aéreos.



Hórus, para os antigos egípcios, é considerado a encarnação de Rá na Terra, a manifestação solar no plano material, o princípio do fogo. Hórus era a “encarnação do dia” , aquele que venceu o deus Seth (representação do mal) heroicamente, na luta entre o bem e o mal, fazendo vencer a luz. Por isso seu nome está associado ao heroísmo.



Também era conhecido como deus do Sol nascente. Todos os dias lutava contra o exército das trevas para assegurar o nascimento do novo dia. Era tido também como protetor dos homens jovens, ensinando-os a serem filhos obedientes, para mais tarde tornarem-se homens justos e de bem, pois de acordo com a lenda, ele arriscou sua vida para vingar a morte de seu pai Osíris. Hórus tornou-se um dos deuses de maior importância da vasta cosmologia egípcia. Passou a ser representado por um falcão, após matar o assassino de seu pai. Com sua vitória sobre Seth, obteve o direito de governar o Egito.



O animal que representava Hórus era o falcão, pois sua vista é tão poderosa que ele é o único animal que pode fixar o Sol. Dizia-se  que “Hórus era um falcão cujos olhos eram o Sol e a Lua, e cujo hálito era  o refrescante vento norte”. Esta era a maneira com que descreviam  esse grande deus. Desde os tempos primitivos, o deus-falcão Hórus era considerado um  grande deus-celeste, como a próprio falcão que era seu emblema. Às vezes ele  era o deus do Céu; outras, ele se tornava o Sol sob o nome de “Ra-harakhty”.



O falcão foi possivelmente o primeiro ser vivo a ser adorado pelos egípcios. Seu vôo altivo pelo céu inspirou a imaginação desse povo, que começou a crêr que o Sol seria como um falcão que voava diariamente de um extremo a outro do céu. O falcão, quando voava, parecia ser companheiro do Sol. O falcão era considerado como sendo a própria encarnação de Hórus no Egito e é um símbolo masculino/ solar que sobrepujou o feminino/ lunar na passagem do matriarcado para o patriarcado.



Por isso Hórus é representado como um homem com cabeça de falcão ou como um falcão sempre usando as duas coroas de rei do Alto e Baixo Egito. Na qualidade de deus do céu, Hórus é o falcão cujos olhos são o Sol e a Lua.



Hórus era originalmente o deus do céu, voando sobre o Egito como um falcão para proteger seu pai, o rei Osíris. Quando Hórus derrotou o assassino de seu pai, Seth, ele se transformou no rei de todo o Egito, unindo assim, o Alto Egito e o Baixo Egito. Por isso ele é descrito usando uma coroa com uma parte superior branca, representando o Alto Egito e uma parte inferior vermelha, representando o Baixo Egito. Por esta razão, os governantes do Egito sempre se identificaram com Hórus em vida, se transformando na personificação de Osíris quando morriam.



Desde o Antigo Império, o faraó era a manifestação de Hórus na Terra. Hórus era um símbolo da realeza divina e o protetor do faraó reinante. No decorrer da história do Egito, Hórus foi pessoalmente identificado com o faraó, talvez porque o falcão podia voar através dos céus a grandes alturas e vigiar o império.



O Faraó era a encarnação de Hórus. O Faraó atuava na esfera da harmonia entre o Céu e a Terra. Era ele quem zelava pela prosperidade e bem estar do pais. O Faraó era representante de Hórus na Terra, sua imagem , reflexo e encarnação.



Hórus foi reconhecido como deus supremo e tornou-se o deus nacional do Egito. Passou a ser o deus real; tornou-se o falcão divino, protetor do faraó e, até certo ponto, o próprio faraó. O falcão Hórus tornou-se o símbolo da realeza e sua figura aparece nos sinetes e nos documentos reais.



O faráo tinha 5 nomes, ou seja, 5 títulos reais que simbolizam sua origem Divina. O título favorito do faraó era Hórus, pelo qual ele se identificava como o sucessor do grande deus que outrora governara a Terra. Todo faraó, ao reinar, usava o nome de “Hórus” como o primeiro dos seus títulos e seu trono era “o trono de Hórus”. Para os egípcios o faraó era Hórus, o falcão celeste, cujos olhos representavam o Sol e a Lua. Nos relevos há várias cenas nas quais o deus Hórus aparece ao lado do faraó como criaturas iguais, da mesma estirpe.



Ao longo da história do Egito, a figura de Hórus muito evoluiu: deus celeste, divindade faraônica, soberano que luta pelo império do mundo. Mas sempre combatendo, para assegurar o equilíbrio entre forças adversas e para fazer vitoriosas as forças da luz, pois era um deus guerreiro por excelência. A vitória do deus-Sol era proclamada todas as manhãs e isto era um lembrete diário do triunfo do bem sobe o mal através de Hórus.



Como deus solar, Hórus defende a barca de Rá, com a ajuda de Seth, contra a grande serpente Apep. Hórus era o intermediário entre os seres humanos e os poderes divinos, mantendo assim, a ordem cósmica. Hórus velava pela estrita execução dos rituais e das leis. Mas suas funções não se limitavam ao mundo dos vivos. Por ser o filho e herdeiro de Osíris na Terra, ele também assegurava a manutenção do túmulo, assim como as oferendas funerárias. Hórus efetuava invocações, realizava rituais e depositava oferendas no túmulo. Frequentemente Hórus conduzia o morto à presença de Osíris. Segundo o “Livro dos Mortos”, ele era o mediador entre o morto e Osíris durante o “julgamento de Osíris”.



O símbolo de Hórus era o “olho de Hórus”, que representa o olho que Seth destruiu durante a luta entre ambos. Segundo a crença, esse olho possuía poderes mágicos e transformou-se num poderoso e famoso amuleto, capaz de espantar qualquer mal que atacasse alguém, trazendo saúde, proteção, prosperidade e sorte, entre outras coisas, a quem o usasse. Hórus foi adorado em várias cidades do Egito. Originalmente era um deus do sul do Egito, no entanto, ele foi particularmente venerado em Edfu, onde no periodo ptolomaico foi construído um grande templo em sua honra. Conhecido desde a época predinástica, é provável que seu culto tivesse origem no delta do Nilo ainda que foi venerado em todo o Egito com importantes templos em Hieracómpolis, Edfu e Letópolis.



Hórus teve vários títulos (epítetos), de acordo com a época e com a cidade onde era cultuado. Seus principais títulos foram:

"O Único nas alturas" 
"O elevado" 
"O distante" 
"Senhor do Céu" 
"Senhor das estrelas circumpolares" 



Também aparece como “Hórus, senhor de Mesen” e “Hórus de Behdet”, ou “o behdetita”, em referência a duas localidades do Baixo Egito.





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