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Uma bruxa é relatada no
imaginário popular de várias formas, mas predominantemente esse estereótipo
está ligado aos contos e às predeterminações religiosas que retratam a bruxa
como velha, feia, com verrugas, gargalhada terrível, roupas mórbidas e pactos terríveis
com o mal. A palavra bruxa vem do verbo em latim "bruciare", ou seja,
"queimar", que foi o que os cristãos fizeram com as mulheres
tidas como "bruxas" na Idade Média.
Na época da Inquisição,
estrangeiros fora da Itália ao ouvirem gritar “brucia” (Queima!) associaram a
palavra com a ré, e assim, passaram a chamar de “bruxa”.
Porém, embora eu goste da
descrição da bruxa medieval para fins fictícios, para a realidade gosto mais da
conceituação que retrata a bruxa como uma mulher sábia que tem conhecimentos
sobre a natureza e possivelmente magia, mas não necessariamente seja uma coisa
ruim.
Por isso, nesse post "Nomes de Bruxas - Parte I", vamos elencar aqui as bruxas da mitologia em geral, seja ela grega, romana, nórdica, galesa, etc. Confira e selecione os que você mais gosta:
Mitologia
Lilith – Na mitologia Suméria, Lilith era a deusa da sexualidade,
fertilidade, padroeira dos partos e das crianças. No entanto, nos escritos
hebreus antigos e escrituras judaicas, ela é descrita como a primeira esposa de
Adão, que recusou-se a ser submissa e foi expulsa do paraíso, sendo
transformada num demônio, a mãe de todas as bruxas e criaturas noturnas. Quanto ao nome em si, Lilith deriva
do acadiano Lilitu, que que dizer "noturna".
No letão, a grafia translitera-se para Lilita. Pelo fato de
significar "noturna", ela também é associada a animais
noturnos, especialmente a coruja.
Jezebel – Apesar de apresentar todo o arquétipo para isso, Jezebel não era
uma bruxa fundamentalmente falando. Era uma personagem bíblica, cujo nome significa
“onde está o príncipe”, em hebraico
(pergunta feita em ritual em homenagem à Baal) ou “Baal
exalta”. Nos quadrinhos de Ivan Saidenberg, Jezebel é o nome da
vassoura da Bruxa Vanda.
Sibila: vem do grego Σιβυλλα (Sibylla), que significa "profetisa”.
De acordo com a mitologia grega e romana, as Sibilas eram mulheres profetizas
que praticavam o dom da profecia em diferentes lugares do mundo antigo. Na Série “Harry Potter”, a professora
de Arte da Adivinhação se chama Sibila. A variante Cibele é também bastante
conhecida e mais agradável aos ouvidos.
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Pandora: Significa “todos os presentes”, derivado de uma combinação
do elemento grego παν (pan) que quer dizer “todos” e δωρον (doron), que quer
dizer “dom, presente”. Na mitologia grega, Pandora foi a primeira mulher
mortal, a qual Zeus deu uma caixa contendo todos os problemas e males que a
humanidade conhece, e disse-lhe para não abri-la. Entretanto, a curiosidade de
Pandora era tanta que ela a abriu, liberando todos os maus espíritos no mundo.
Cassandra: um nome formulado a partir
do grego Κασσανδρα (Kassandra), derivado possivelmente de κεκασμαι (kekasmai)
"excelente, para brilhar" e
ανηρ (Aner) "homem" (ανδρος
genitivo). No mito grego Cassandra era uma princesa de Tróia, a filha de Príamo
e Hécuba. A ela foi dado o dom da profecia por Apolo, mas quando ela rejeitou
seus avanços, ele a amaldiçoou para que ninguém iria acreditar em suas
profecias. O resultado foi que Cassandra previu a guerra de Tróia e a queda de
sua família, mas ninguém acreditou e ela foi considerada louca, de modo que
Tróia acabou sendo destruída. Por conta
da sua associação com uma "profetiza", é comum sua utilização para
personagens de bruxas ou outras pessoas com poderes sobrenaturais, o que
ocasionou uma cultura de que "Cassandra é nome de bruxa".
Circe - é a forma latinizada de grego Κιρκη (Kirke), o
que possivelmente significa "pássaro". Na mitologia grega Circe era uma
feiticeira que transformou a tripulação de Odisseu em porcos, mas foi forçada
por ele a transformá-los de volta. A sonoridade desse nome, em português, acaba
parecendo-se muito com a palavra “circense”, relativo à circo.
Hécate: um nome feminino
oriundo da Mitologia Grega, e pouquíssimo usado na vida real. Em dados do IBGE
e nas listas recentes de nascimentos, não consta nenhuma Hécate.
Ele origina-se no grego 'Εκατη (Hekate), possivelmente derivado de' εκας
(hekas) que significa "longe". Na mitologia grega, Hecate era uma deusa
associada à feitiçaria, encruzilhadas, túmulos, demônios e o submundo.
Lamia: No filme Stardust
– O mistério da Estrela (Brasil) ou Stardust – O Mistério da Estrela Cadente, Lamia é o nome de
uma bruxa que descobrindo uma estrela era uma mulher, Yvaine (outro belo nome)
passa a caça-la atrás do coração de uma estrela que dá imortalidade a quem
possuir. A bruxa foi interpretada por Michelle Pfeiffer. Lamia é o nome de um
demônio da mitologia grega, segundo a lenda, era uma rainha da Líbia que se
tornou um demônio devorador de crianças. Chamavam-se também de lâmias um tipo
de monstros, bruxas ou espíritos femininos, que atacavam jovens ou viajantes e
lhes sugavam o sangue. O significado vem possivelmente do grego λαιμος
(laimos), que significa "garganta".
Valquíria: São os espíritos femininos chamados de Valquírias, que
aguardam os guerreiros em Valhala (morada de Odin); e nenhuma descrição dos
Deuses da batalha estaria completa sem elas. Nas descrições dos poetas, elas
aparecem como mulheres usando armadura e montadas em cavalos, passando
rapidamente acima do mar e da terra. Elas levam as ordens de Odin enquanto a
batalha se desenrola, dando vitória segundo a vontade dele, e, no fim, conduzem
os guerreiros derrotados e mortos a Valhala. Às vezes, porém, as Valquírias são
retratadas como as esposas de heróis vivos. Supostamente, as sacerdotisas
humanas se transformariam em Valquírias, como se fossem as sacerdotisas de
algum culto. Valquíria vem do nórdico antigo “valkyrja”, literalmente "a que
escolhe os mortos", derivado do nórdico antigo Valr (o morto) e
Kyrka (seletor).
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Ísis– Na
Mitologia Egípcia era cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protetora
da natureza e da magia. Com os seus feitiços fez ressuscitar o seu marido Osíris, tornam-se imortais. É a forma grega do elemento egípcio
“Ist” (reconstruído com Iset ou Ueset), o que possivelmente significava “O trono”.
Medeia – Na Mitologia Grega, é uma feiticeira de Colchis (Geórgia
moderna) que ajudou Jasão a superar as suas façanhas e desafios, apaixonando-se
por este e casando-se com ele também. Quando Jasão a traiu com outra mulher,
Medeia vingou-se tirando a vida da amante e dos seus filhos. Seu nome Μηδεια
(Medeia), possivelmente derivado de μηδομαι (medomai) "pensar, planejar".
Trívia – Deusa Romana da Magia, Feitiçaria, da Noite, dos
Cemitérios e das Encruzilhadas Assombradas. Equivalente a Hécate. Reza a lenda
que vagueava à noite e era notada apenas pelo latido dos cães que denunciavam
sua aproximação. Seu nome ajuda a entender a etimologia da palavra
"trivial", sendo formada por "tri" (três) + "via"
(via), ou seja, a encruzilhada entre “três vias”
que forma o local comum, ordinário, de conhecimento geral, trivial.
Nix ou Nyx: em gregoΝύξ
transliterado Nýx, literalmente, “Noite",
na mitologia grega, é a personificação da noite. Uma das melhores fontes de
informação sobre essa deusa provém da teogonia de Hesíodo. Muitas referências
são feitas a Nix naquele poema que descreve o nascimento dos deuses gregos. A
Noite desempenhou um papel importante no mito como um dos primeiros e mais
poderosos seres a vir à existência.
Mégara
– Não é exatamente o nome de uma bruxa histórica, mitológica ou fictícia. É
um nome que lembra uma pela sonoridade forte e demarcada. Mégara é,
possivelmente, uma variante de Megaera, ou ainda, um nome
derivado a partir da cidade grega antiga,Megara, a oeste de Atenas,
ou ainda, uma antiga colônia grega na Sicília chamada Megara Hyblaea. Os
topônimos derivam de "megaron", de "megas", ou seja, "grande, maravilhoso",
referindo-se a algo realmente majestoso. Megaera, e portanto, Mégara,
seria a forma latinizada do grego Μεγαιρα (Megaira), que foi
derivado de μεγαιρω (megairo) que significa "rancor". Este era o nome de uma das fúrias (ou
erínias) na mitologia grega.
Gullveig: Na mitologia
nórdica, é uma deusa vanir bruxa que era a mais vaidosa de todos os deuses
nórdicos e amava o ouro acima de tudo. Gullveig era uma bruxa cruel e gananciosa,
e trabalhava por ouro. Ela amava tanto o ouro que usou uma magia para brilhar
como ouro. Seu nome é uma combinação de gud "deus" ou "bom"
e veig "poder, força", sendo assim pode significar “boa força”, “bom poder”
ou “bom deus”.
Cerridwen – trata-se da deusa feiticeira dos galeses, cujo nome se
lê "kerí-duen". É muito difícil usar em portugues, mas não podemos
deixar passar. Ainda, dentro dos não utilizáveis, estão Aoife e Scathach, duas
feiticeiras irmãs das lendas irlandesas, cujo nomes se lê ‘ií-fa” e
“skáw-hach”.
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