domingo, 4 de março de 2018

Vanilla


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A Vanilla é a palavra inglesa literal para “baunilha”, que se refere à uma planta – um gênero de orquídea nativa do México - da qual é extraída a essência usada como sabor ou essência aromática, que deriva do espanhol Vainilla, uma forma diminutiva de “vaina”, que quer dizer “bainha”. Com o tempo também passou a ser usada para referir à cor amarelo clara originária da especiaria.

Originalmente cultivada pelos povos mesoamericanos pré-colombianos, parece ter sido levada para a Europa juntamente com o chocolate na década de 1520, pelo conquistador espanhol Hernán Cortés. Na maioria das línguas, a baunilha é designada por termos foneticamente muito semelhantes: Vanilla em inglês, wanilia em polonês, vanilje em sueco.

No Brasil, há 50 pessoas chamadas Vanilla, segundo dados do IBGE (Nomes no Brasil, Censo 2010).

O poeta Gonçalves Dias dedicou à planta um poema, escrito em 1861, onde se lê (domínio público):


A Baunilha
Vês como aquela baunilha
Do tronco rugoso e feio
Da palmeira - em doce enleio
Se prendeu!
Como as raízes meteu
Da úsnea no musgo raro,
Como as folhas - verde-claro -
Espalmou!
Como as bagas pendurou
Lá de cima! como enleva
O rio, o arvoredo, a relva
Nos odores!
Que inspiram falas de amores!
Dá-lhe o tronco - apoio, abrigo.
Dá-lhe ela - perfume amigo,
Graça e olor!
E no consórcio de amor
- Nesse divino existir -
Que os prende, vai-lhes a vida
De uma só seiva nutrida,
Cada vez mais a subir!
Se o verme a raiz lhe ataca,
Se o raio o cimo lhe ofende,
Cai a palmeira, e contudo
Inda a baunilha recende!
Um dia só! _ que mais tarde,
Exausta a fonte do amor,
Também a baunilha perde
Vida, graça, encanto, olor!
Eu sou da palmeira o tronco,
Tu, a baunilha serás!
Se sofro, sofres comigo;
Se morro - virás atrás!
Ai! que por isso, querida,
Tenho aprendido a sofrer!
Porque sei que a minha vida
É também o teu viver.






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