domingo, 13 de setembro de 2015

A escolha do nome entre os judeus

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Durante as primeiras semanas logo após a circuncisão, era que a o filho homem judeu recebia o nome. A escolha do nome tinha máxima importância, pois os judeus, como todos habitantes do mundo antigo, atribuíam uma influencia numerosa aos nomes. Na lenda egípcia de Ísis, vemos a deusa milagrosa recusando-se a curar “Ra” (deus sol) da mordida de uma serpente até que lhe dissesse seu nome, no qual reside o segredo do seu poder. Da mesma forma, na história de Moisés, Deus lhe confere o maior o símbolo da sua confiança revelando-lhe o Seu nome infalível. No mundo antigo, era comum acreditar que pelo nome; poderia conhecer o ser ou a pessoa e que o nome era parte integral do individuo, de seu caráter e até mesmo do seu destino. Se apegavam de tal forma que um Rabino chegou a dizer:  “A condenação do céu pode ser modificada por uma mudança de nome”

O direito de escolher o nome do filho pertencia ao pai, o chefe da família. Há muitos casos de pais dando o nome aos filhos nas Sagradas Escrituras: no relato do nascimento de João Batista no evangelho vemos Zacarias insistindo nesse direito, embora estivesse mudo. Entretanto existe também muitos casos de mães dando nome aos filhos na Bíblia e a primeira foi Eva, a mãe da humanidade. Pode ser então que a escolha do nome era feita mediante a um acordo entre os pais.

O nome escolhido correspondia ao nosso primeiro nome: os judeus não tinham sobrenome e este não existia. Embora tal coisa, não signifique que o sentimento familiar não era  altamente desenvolvido entre eles, pois era. O filho recebia o nome do pai. O menino era chamado “filho de fulano”, ben em hebraico e barem aramaico. Joãoben Zacarias ( João filho de Zacarias),. O filho mais velho recebia com freqüência o nome do avô a fim de confirmar a tradição onomástica da família e também para distingui-lo do pai.

Alguns desses nomes, ou pré nomes, eram apelidos, lembrando as circunstância que a criança havia nascido “ Yitz’chak” Isac – sorriso” . Conta-se a história de uma mãe que, irritada por não dar à luz se não filhas,chamou a quarta de Zaoulé e a oitava de Tamam, que traduzidos indicam como “ aborrecimento” e “basta”.

Outros nomes eram escolhidos para dar boa sorte as crianças, e alguns rabinos indicavam consultar até as estrelas, cuja pratica era rejeitada por outros. O nome de animais eram bastante comuns: Raquel – ovelha; Débora- abelha; Yona- pomba. Também havia nome de árvores: Tamar – palmeira; Elon, carvalho; Zeitan, oliveira.

Um grande número de nomes eram tirados da Bíblia: Patriarcas,Profetas,Heróis. Era comum conhecer muitos Jácos, Elias,Davis, Moisés  além de gloriosos guerreiros de Israel como Macabeus. Outros eram nomes teóforos, isto é, nomes que evocavam o nome de Deus, ou antes, um de seus nomes. Assim sendo, Yehoshua – Josué- Yeshua – sendo assim, vinham da raiz “ Yah + Shua”, que significa “o Senhor é Salvação”. Os nomes terminados em “el” lembravam o nome antiqüíssimo para o Deus único de Israel, El , Elohim. Ex: Emanuel, Daniel, Ezequiel.

Bibliografia:

A vida diária na Palestina antiga. Henri Daneil-Rops São Paulo – Vida Nova Ano: 2008 

Bíblia / com comentários de Rashi . I.U Trejger,1993.

Texto retirado do site:
 https://professorwallace.wordpress.com/2012/06/01/o-nome-jeova-existe-na-torah/ 

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