Eu mesma |
*Juliana Zalamena escreve para
o Blog Por Trás do Nome desde
o seu início, como um
dos hobbys favoritos.
Olá!
Sou a Juliana, nasci
na década de 80, no Brasil. Minha mãe escolheu esse nome, pois ouviu numa
música popular de uma bandinha regional, que animava os bailes da sua
juventude. Ela pensava em pôr Juliana Carolina, mas acabou
achando que ficava muito longo com os sobrenomes e guardou Carolina para uma
próxima filha: A filha acabou não vindo. Na infância, sempre tive muito orgulho
do meu nome e nunca tive problemas com ele, exceto é claro, “Juliana-Banana!” e
outras rimas com “ana”. Quando criança, não tive xarás na escola. Estudei em
escolas de comunidades da zona rural onde os nomes não eram lá um primor... o
meu era um dos melhores. Depois, ao passar a estudar na cidade, passei a
encontrar várias xarás nas turmas de escola.
Dos pontos positivos, acho que Juliana sempre
passa uma imagem alegre, extrovertida, jovial, divertida, algo que combina
mesmo com a minha personalidade. Dos pontos negativos, sempre detestei
apelidos/diminutivos, e contraditoriamente sempre fui a “Ju” ou a “Juli”. É
muito difícil ser tratada pelo nome completo, mas já não me incomodo. Apenas
acho estranho quando pessoas com as quais não tenho nenhuma intimidade já
passam a me tratar pelo diminutivo: com amigos e familiares até acho
confortável e acolhedor.
Somente na adolescência passei a
me interessar pelo assunto “nomes próprios”, e passei a pesquisar o significado
e origem dos nomes. Naquele tempo, é claro, não tínhamos internet, nem
computador, muito menos celulares/telemoveis altamente tecnológicos, portanto,
minha saída era colecionar livrinhos das Bancas de Jornal. Alguns deles, ainda
tenho. Então, em alguns lugares encontrei o significado “cheia de juventude”
e até fiquei bastante empolgada: novamente combinava muito comigo!
Mas na verdade, é mais provável
que signifique “de Julio, aquele que pertence a Julio”, derivado de Julius, um
nome romano. Nesse ponto o significado perde um pouco a beleza, pois “aquela
que pertence a Julio” não parece ser algo muito interessante.
Como ele foi muito popular na
minha geração, junto com as Patrícias e as Daianas (sim, aportuguesamento de
Diana, por causa da Lady Diana, princesa da Inglaterra), nunca tive muita
exclusividade. Hoje em dia, sou tratada pelo sobrenome (Zalamena) por estranhos
ou pessoas mais distantes, para delimitar sobre qual Juliana estão
falando.
Enfim, é curioso dizer que para
uma pessoa que tem como hobby a pesquisa sobre onomástica seja difícil fazer
uma análise do próprio nome. Acho que significa que não se pode ser imparcial.
Mas se pudesse trocar, não trocaria por outro. Apesar de amar os nomes
incomuns, exóticos, diferentes, inusitados, exclusivos, não me vejo com outro
nome.
Para finalizar, eu indicaria o
uso do nome para portugueses. Em Portugal não é popular, fica longe dos
clássicos e tradicionais preferidos pelos portugueses e tem um ar moderno. Como
dizem meus amigos e amigas de Portugal, é “uma lufada de ar fresco”. No Brasil,
o nome foi muito usado na década em que eu nasci, por isso é facílimo encontrar Juliana's
na casa dos 30 anos. Mas nunca deixou de ser usado, sendo que é frequente saber
de bebês chamados “Juliana”. Ainda assim, não sugeriria meu nome para
pais e mães brasileiros(as), pois como ele foi popular em determinada década,
ficou razoavelmente datado e precisa hibernar por uns tempos antes de voltar.
Juliana Zalamena
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