quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Juliana

Eu mesma

*Juliana Zalamena escreve para
o Blog Por Trás do Nome desde
o seu início, como um
dos hobbys favoritos.


Olá!

Sou a Juliana, nasci na década de 80, no Brasil. Minha mãe escolheu esse nome, pois ouviu numa música popular de uma bandinha regional, que animava os bailes da sua juventude. Ela pensava em pôr Juliana Carolina, mas acabou achando que ficava muito longo com os sobrenomes e guardou Carolina para uma próxima filha: A filha acabou não vindo. Na infância, sempre tive muito orgulho do meu nome e nunca tive problemas com ele, exceto é claro, “Juliana-Banana!” e outras rimas com “ana”. Quando criança, não tive xarás na escola. Estudei em escolas de comunidades da zona rural onde os nomes não eram lá um primor... o meu era um dos melhores. Depois, ao passar a estudar na cidade, passei a encontrar várias xarás nas turmas de escola. 

Dos pontos positivos, acho que Juliana sempre passa uma imagem alegre, extrovertida, jovial, divertida, algo que combina mesmo com a minha personalidade. Dos pontos negativos, sempre detestei apelidos/diminutivos, e contraditoriamente sempre fui a “Ju” ou a “Juli”. É muito difícil ser tratada pelo nome completo, mas já não me incomodo. Apenas acho estranho quando pessoas com as quais não tenho nenhuma intimidade já passam a me tratar pelo diminutivo: com amigos e familiares até acho confortável e acolhedor. 

Somente na adolescência passei a me interessar pelo assunto “nomes próprios”, e passei a pesquisar o significado e origem dos nomes. Naquele tempo, é claro, não tínhamos internet, nem computador, muito menos celulares/telemoveis altamente tecnológicos, portanto, minha saída era colecionar livrinhos das Bancas de Jornal. Alguns deles, ainda tenho. Então, em alguns lugares encontrei o significado “cheia de juventude” e até fiquei bastante empolgada: novamente combinava muito comigo! 

Mas na verdade, é mais provável que signifique “de Julio, aquele que pertence a Julio”, derivado de Julius, um nome romano. Nesse ponto o significado perde um pouco a beleza, pois “aquela que pertence a Julio” não parece ser algo muito interessante. 

Como ele foi muito popular na minha geração, junto com as Patrícias e as Daianas (sim, aportuguesamento de Diana, por causa da Lady Diana, princesa da Inglaterra), nunca tive muita exclusividade. Hoje em dia, sou tratada pelo sobrenome (Zalamena) por estranhos ou pessoas mais distantes, para delimitar sobre qual Juliana estão falando. 


Enfim, é curioso dizer que para uma pessoa que tem como hobby a pesquisa sobre onomástica seja difícil fazer uma análise do próprio nome. Acho que significa que não se pode ser imparcial. Mas se pudesse trocar, não trocaria por outro. Apesar de amar os nomes incomuns, exóticos, diferentes, inusitados, exclusivos, não me vejo com outro nome. 

Para finalizar, eu indicaria o uso do nome para portugueses. Em Portugal não é popular, fica longe dos clássicos e tradicionais preferidos pelos portugueses e tem um ar moderno. Como dizem meus amigos e amigas de Portugal, é “uma lufada de ar fresco”. No Brasil, o nome foi muito usado na década em que eu nasci, por isso é facílimo encontrar Juliana's na casa dos 30 anos. Mas nunca deixou de ser usado, sendo que é frequente saber de bebês chamados “Juliana”. Ainda assim, não sugeriria meu nome para pais e mães brasileiros(as), pois como ele foi popular em determinada década, ficou razoavelmente datado e precisa hibernar por uns tempos antes de voltar.

Juliana Zalamena






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