. |
Abacuc é um nome raramente usado em língua portuguesa. Na verdade, não
temos nenhuma prova considerável de que ele alguma vez foi usado, já que não consta
em nenhum banco de dados, nem IBGE ou Arpen/SP, e tampouco tem resultados no
Google. A variante em português é Habacuque,
e faz tempo que eu não vejo uma grafia tão feia e esquisita quanto essa.
Habacuque é o nome de 100 pessoas no Brasil, segundo o IBGE (Nomes
no Brasil, Censo 2010), com destaque para o estado de São Paulo, e todos
nascidos entre 1980 e 2000. Mas essa grafia é totalmente intragável. A grafia Abacuque, igualmente horrível, é o nome
de 56 pessoas.
Abacuc ou Habacuc é um
nome masculino bíblico, sendo a forma latinizada de Habakkuk, a partir do nome
hebraico חֲבַקּוּק (Chavaqquq),
que significa "abraçar".
Este é o nome de um dos doze profetas menores do Antigo Testamento. Na bíblia
em tradução grega o nome é Ambakoum,
e na hebraica é Chavaqquq; Em
italiano, o nome é Abaco e em inglês,
Habacuc.
Habacuque ou Habacuc é o
livro bíblico cuja autoria é atribuída ao profeta de mesmo nome.
A única referência mais ou menos
real que encontrei foi Guillermo Vargas, que é um artista porto-riquenho que
utiliza o nome artístico Habacuc.
Separei um texto que fala um
pouco sobre o profeta Habacuc para quem se interessar pelo nome, retirado do
site Estudos da Bíblia,
pelo estudioso Denis Allan:
Por Que, Senhor ...?
Habacuque Questiona a Justiça de Deus
Vivemos num mundo violento, cheio de
injustiça. Os jornais trazem notícias diárias de assaltos, assassinatos,
atentados e ataques. Acreditamos que Deus domina tudo (Daniel 4:32), mas
achamos difícil compreender a maldade que nos cerca. Pessoas inocentes são
vítimas da crueldade de outros. Nações entram em conflitos uma contra outra.
Olhamos para Deus com uma única pergunta: "Por que o Senhor permite tal
violência e injustiça?"
O profeta Habacuque viveu, provavelmente,
uns 600 anos antes de Cristo, na terra de Judá. O pequeno livro dele relata uma
discussão entre o profeta e o próprio Deus. Habacuque pergunta e Deus responde.
Habacuque se sente alarmado pela resposta de Deus e faz uma segunda pergunta.
Deus responde de novo, e Habacuque aceita, humildemente, a réplica do Senhor,
dando louvor a ele num cântico de adoração. Habacuque faz a pergunta que nós
gostaríamos de fazer, e recebe a resposta com a atitude que devemos mostrar.
Leia o livro de Habacuque, e observe os pontos principais da conversa.
Habacuque: Até quando, Senhor? (1:1-4)
Habacuque começa seu livro com uma série de
perguntas: "Até quando,
Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não
salvarás? Por que me mostras a iniqüidade e me fazes ver a opressão?" (1:2-3).
Habacuque viu a violência de Jerusalém e a injustiça de seus líderes, e não
entendeu a tolerância do Senhor. Nós, que moramos hoje em grandes capitais como
São Paulo, poderíamos fazer a mesma pergunta, "porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida" (1:4).
O profeta pediu justiça. Ele queria livramento divino para proteger os
inocentes e castigar os malfeitores.
Deus: Trarei destruição (1:5-11)
Deus respondeu ao pedido de Habacuque,
concordando plenamente com sua queixa. O povo violento e injusto merecia o
castigo, e Deus o traria logo. Ele prometeu a justiça naquela geração. Mas, o
instrumento da ira divina seria o povo caldeu, ou seja, os babilônios. Deus
descreveu este povo forte e cruel. Disse que os caldeus faziam suas próprias
leis (não respeitando a autoridade de ninguém), destruindo seus inimigos e
adorando seu próprio poder como se fosse um deus.
Habacuque: Assim, não! (1:12-17)
Quando ele ouviu a resposta de Deus,
Habacuque ficou apavorado. Podemos entender a reação dele, pensando em nossa
circunstância atual. Imagine pedindo a justiça de Deus contra os malfeitores da
sua cidade e ouvindo tal resposta assustadora. Deus chamaria um povo cruel e
forte para destruir a cidade! Quando Habacuque pediu justiça, ele não imaginou
medidas tão drásticas. Ele questionou este plano de Deus, utilizando uma série
de argumentos. Leia este trecho cuidadosamente e considere as implicações de
seus pontos principais, baseados no caráter de Deus:
1. O Deus eterno não pode destruir seu povo escolhido: "Não morreremos".
2. O Deus santo não pode contemplar o mal e a opressão: "Tu és tão puro de olhos, que não podes
ver o mal e a opressão não podes contemplar".
3. Como é que o Deus justo usaria um povo ímpio (Babilônia) para castigar
um povo relativamente mais justo (Judá)?: "Por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas
quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?"
4. Como é que o Deus piedoso permitiria que o inimigo cruel alimentasse
seu desejo de matar?: "A
todos levanta o inimigo como o anzol, pesca-os de arrastão e os ajunta na sua
rede varredoura; por isso, ele se alegra e se regozija.... Acaso, continuará,
por isso, esvaziando a sua rede e matando sem piedade os povos?"
5. Como o Deus verdadeiro pode usar um povo que adora seu próprio poder
militar?: "Por isso,
oferece sacrifício à sua rede e queima incenso à sua varredoura; porque por
elas enriqueceu a sua porção".
Habacuque: Esperando a resposta de Deus
(2:1)
Depois de fazer suas perguntas, Habacuque
mostrou uma atitude admirável. Ele disse: "Por-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a
fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu teria à
minha queixa." Habacuque questionou porque ele não
compreendia os planos de Deus, mas ele mostrou reverência para com o Senhor.
Ele não apontou o dedo de acusação para criticar as decisões de Deus. Aqui,
aprendemos uma lição valiosa. Podemos perguntar, mas o homem jamais tem direito
de contrariar a sabedoria de Deus. Habacuque não entendia e, por esse motivo,
perguntou. Mas, ele não demonstrou a arrogância de algumas pessoas que se acham
mais sábias que o próprio Deus. Ele não julgou a decisão de Deus. Habacuque
simplesmente aguardou a resposta.
Deus: Motivos para castigar os caldeus
(2:2-19)
Na primeira resposta, Deus prometeu trazer
um povo cruel e violento (os caldeus ou babilônios) contra Judá. Mesmo assim,
ele conheceu os pecados dos caldeus e traria castigo sobre eles. Os motivos
dados aqui servem de advertência para todas as nações, inclusive as modernas.
Deus preparou o castigo da Babilônia por estas razões:
1. Acumular bens de outros (2:6-8). Pelas práticas desonestas e
violentas, os caldeus acumularam bens que não pertenciam a eles. Tanto nações
como indivíduos devem adquirir os seus bens por maneiras honestas. Deus
castigará as pessoas e os povos que roubam e que não pagam as suas dívidas.
2. Confiar nas fortalezas humanas (2:9-11). Os caldeus usaram a riqueza
conquistada em guerras para fortalecer sua própria nação. Colocaram seu
"ninho" em lugar alto, achando que nenhum inimigo teria condições de
invadi-lo. Até hoje, as nações se enganam da mesma maneira. Confiam nos seus
sistemas de defesa e na força militar enquanto esquecem do princípio revelado
por Deus há muitos séculos: "A
justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos" (Provérbios
14:34).
3. Edificar a cidade com sangue e iniqüidade (2:12-14). Os babilônios, como muitos
outros impérios, construiram com violência e opressão. Deus nunca aprovou a
maldade de homens que procuram levar vantagem sobre outros. Os mais fortes
devem proteger os mais fracos, ao invés de abusar deles. Os mais ricos devem
ajudar os mais pobres, e não explorá-los.
4. Envolver outros no pecado (2:15-17). A Babilônia induziu outros
países a participar de seus pecados. A imagem que o profeta usa aqui é de uma
tática bem conhecida. Quando as filhas de Ló queriam induzir o pai a deitar com
elas, deram-lhe vinho (Gênesis 19:30-38). Quando Davi queria convencer Urias a
voltar para a casa dele, ele lhe deu bebida forte (2 Samuel 11:13). Deus
prometer inverter a situação. Ele mesmo daria para Babilônia o cálice da ira
dele.
5. Praticar idolatria. Nas sentenças contra povos na Bíblia,
encontramos diversos pecados que merecem a punição. Nenhum desses pecados é
mais abominável ao Senhor do que a idolatria. A idolatria envolve uma rejeição
total e insensata do Criador. Rejeição total porque o único verdadeiro Deus é
substituido por um ou mais falsos deuses. Deus, nesse segundo discurso a
Habacuque, destaca a insensatez da idolatria. Deus zomba dos ídolos e de seus
seguidores, mostrando que é absolutamente absurdo adorar uma imagem. Observe os
argumentos dele: Î O ídolo é uma obra de mãos humanas que se torna maior do que
seu criador. O homem faz uma imagem e confia nela! Ï O ídolo é totalmente
impotente. Não fala, não se mexe, não ensina e nem respira. Paulo resumiu o
argumento, alguns séculos depois, quando disse: "...sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há
senão um só Deus" (1 Coríntios 8:4).
Por todos esses motivos, Deus pretendia
castigar os caldeus. Eles serviriam, primeiro, de instrumento dele para punir o
povo de Judá. Mas, menos de 50 anos depois da destruição de Jerusalém por mãos
babilônicas, o império da Babilônia caiu. Deus, na hora que ele determinou,
trouxe a justiça sobre esse povo ímpio.
Habacuque: O servo diante do Deus santo
(2:20 - 3:19)
Em contraste com os falsos deuses feitos por
mão humanas, "O Senhor,
porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra" (2:20).
Habacuque ouviu a segunda resposta de Deus é se sentiu "alarmado" (3:2).
Ele não questionou mais. O capítulo 3 é um cântico de louvor, no qual o profeta
reconhece a sabedoria, a justiça e o poder de Deus e se mostra absolutamente
submisso a ele. Observe, na sua leitura do capítulo, os seguintes pontos: 1. Habacuque
pede misericórdia (3:2). Ele sabe que Deus age em justiça, mas ele também conta
com a piedade do Senhor. 2. O profeta louva a Deus, dando
glória pelo poder e pela sabedoria dele. 3. Ele destaca o
poder divino, reconhecendo que Deus usa sua grande força para aplicar justiça. 4. Habacuque
vê Deus como muito maior do que o universo e, obviamente, muito superior aos
inimigos humanos que ameaçam os justos. 5. O profeta se sente
fraco, suportando a grandeza da revelação com grande dificuldade. 6. Habacuque
deposita sua plena confiança no Senhor, dizendo que continuará louvando a ele,
mesmo se não sobrar nada para sua alimentação.
Conclusão: A mensagem consoladora (3:18-19)
Habacuque começou o livro tentando entender
o que Deus faz, e o terminou sem compreender, totalmente, a justiça e a
sabedoria de Deus. Mas, ele aprendeu o mais importante, a mensagem que nos
sustenta no meio de angústias: Não precisamos compreender tudo que Deus
faz, mas precisamos saber que é Deus que faz!
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário