quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Mazarine




Mazarine, em uma análise bem superficial, é dada a um tom de azul-escuro muito profundo, quase negro (também conhecido como azul-ferrete); Porém, a história por trás desse nome é bem mais profunda. Vamos à ela.

Na França do século 17, mais precisamente na corte do rei Luís XIV, o famoso Cardeal Richelieu foi sucedido por outro cardeal, chamado Jules Mazarin Raymond, que havia nascido na Itália como Giulio Raimondo Mazzarino. Ele veio de uma família que era originalmente da Sicília e tinha tomado o seu sobrenome de sua cidade ancestral, Mazzara.

O cardeal Mazarin, que também era primeiro ministro da França, era um notável coletor de arte e de joias valiosas, especialmente diamantes, e legou os “diamantes de Mazarin” à Luis XIV em 1661, e alguns deles ainda permanecem na coleção do museu do Louvre em Paris.

Em homenagem ao Cardeal Mazarin também foi nomeada a Biblioteca Mazarine (Bibliothèque Mazarine) em Paris. A cor azul-violeta profunda, ou a cor azul-ferrete, tem sido chamada de Mazarine em honra à esse mesmo Cardeal.

O uso desse nome provavelmente tenha se difundido com Mazarine Pingeot, nascida em 1974, filha ilegítima do ex-presidente francês François Mitterand e sua amante Anne Pingeot. A existência dela só foi trazida a público pouco antes da morte de François, e segundo consta, o amor dele pelos livros inspirou a nomeação da filha, por causa da Bibliothèque Mazarine.

Como esse era o sobrenome do Cardeal, cabe dizer que ele o detinha como derivado de Mazara, a cidade onde nasceu. Especula-se que Mazzara se origina do árabe Mazari ou mazar, que significa “santuário”, ou é uma corruptela de Mactorium, o nome de uma cidade que tinha existido naquela área na Antiguidade, fundada por gregos, que a chamaram de Μακτώριον (Maktorion). Se a hipótese da origem grega for a correta, especula-se ainda que significa “comida”, “alimento”, a partir da palavra grega μακτήριον (makterion).

Embora exista a cor, o cardeal, a biblioteca e a filha ilegítima do ex-presidente, Mazarine continua sendo um nome raro na França atual. O nome ganhou um pouco de exposição depois de Mazarine Pingeot, o que tornou possível que alguns pais tenham concedido à suas filhas, e depois sumiu novamente. O que, segundo o Behind The Name, é verificável nas estatísticas sobre nomes próprios franceses, onde Mazarine aparece no final da década de 90.

Mazarine Blue é o nome dado a um tipo de borboletas da família Lycaenidae, provavelmente nomeada a partir da cor. Mazarine possui algumas variantes: Mazine Mazyne.

No Brasil, ele é um nome inexistente, não apenas raro. Dificilmente você, leitor, tenha conhecido uma Mazarine ou tenha ouvido falar desse nome. Assim, é uma escolha ousada e exclusiva. Pode agradar à pais que queiram associar ao significado da cor ou mesmo à intelectualidade e cultura, pensando na Biblioteca, ou ainda, à história, especialmente quem tenha algo em comum com a história da França. 


.

Nenhum comentário:

Postar um comentário