Mazarine, em
uma análise bem superficial, é dada a um tom de azul-escuro muito profundo,
quase negro (também conhecido como azul-ferrete); Porém, a história por trás desse
nome é bem mais profunda. Vamos à ela.
Na França do século 17, mais
precisamente na corte do rei Luís XIV, o famoso Cardeal Richelieu foi sucedido
por outro cardeal, chamado Jules Mazarin Raymond,
que havia nascido na Itália como Giulio Raimondo Mazzarino. Ele veio de uma família que era originalmente da Sicília
e tinha tomado o seu sobrenome de sua cidade ancestral, Mazzara.
O cardeal Mazarin, que também era primeiro
ministro da França, era um notável coletor de arte e de joias valiosas,
especialmente diamantes, e legou os “diamantes de Mazarin” à Luis XIV em 1661, e alguns deles ainda permanecem na
coleção do museu do Louvre em Paris.
Em homenagem ao Cardeal
Mazarin também foi nomeada a Biblioteca Mazarine
(Bibliothèque Mazarine) em Paris. A cor azul-violeta profunda, ou a cor
azul-ferrete, tem sido chamada de Mazarine
em honra à esse mesmo Cardeal.
O uso desse nome
provavelmente tenha se difundido com Mazarine
Pingeot, nascida em 1974, filha ilegítima do ex-presidente francês François
Mitterand e sua amante Anne Pingeot. A existência dela só foi trazida a público
pouco antes da morte de François, e segundo consta, o amor dele pelos livros
inspirou a nomeação da filha, por causa da Bibliothèque
Mazarine.
Como esse era o sobrenome do
Cardeal, cabe dizer que ele o detinha como derivado de Mazara, a cidade onde nasceu. Especula-se que Mazzara se origina do árabe Mazari
ou mazar, que significa “santuário”, ou é uma corruptela de Mactorium, o nome de uma cidade que
tinha existido naquela área na Antiguidade, fundada por gregos, que a chamaram
de Μακτώριον (Maktorion). Se a hipótese
da origem grega for a correta, especula-se ainda que significa “comida”, “alimento”, a partir da
palavra grega μακτήριον (makterion).
Embora exista a cor, o
cardeal, a biblioteca e a filha ilegítima do ex-presidente, Mazarine continua sendo um nome raro na
França atual. O nome ganhou um pouco de exposição depois de Mazarine Pingeot, o que tornou possível
que alguns pais tenham concedido à suas filhas, e depois sumiu novamente. O
que, segundo o Behind The Name, é verificável nas estatísticas sobre nomes
próprios franceses, onde Mazarine
aparece no final da década de 90.
Mazarine
Blue é o nome dado a um tipo de borboletas da família Lycaenidae, provavelmente
nomeada a partir da cor. Mazarine possui algumas variantes: Mazine e Mazyne.
No Brasil, ele é um nome
inexistente, não apenas raro. Dificilmente você, leitor, tenha conhecido uma Mazarine ou tenha ouvido falar desse
nome. Assim, é uma escolha ousada e exclusiva. Pode agradar à pais que queiram
associar ao significado da cor ou mesmo à intelectualidade e cultura, pensando
na Biblioteca, ou ainda, à história, especialmente quem tenha algo em comum com
a história da França.
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